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ANTONIO JOSÉ DE SOUSA: O ESCRITOR AUTODIDATA!

CLEMILDO BRUNET* (Foto) Vez em quando a natureza nos presenteia com pessoas dotadas de inteligência natural, vindo depois manifestar o seu conhecimento, revela-se como expoente marcante na trajetória política, social, religiosa e cultural de sua gente. Assim foi com o historiador e escritor Antonio José de Sousa. De origem humilde, procedente da zona rural do município de Lagoa Paraíba,chegou a Pombal com 12 anos de idade. Vindo a falecer em 1986 aos 95 anos de Idade. Em seu livro “Apanhados Históricos Geográficos e Genealógicos do Grande Pombal”, no Prefácio feito pelo bacharel em direito e ex-Secretário de Educação da Paraíba, Dr. José Medeiros Vieira, ele diz que Antonio José de Sousa, era amigo do seu pai que foi um autêntico virtuoso em conversas na calçada. “Antonio José de Sousa, teve, anos a fio, sua cadeira cativa nas rodas que se formavam, todas as tardinhas, lá em casa, no velho Pombal, para comentários habituais sobre figuras e acontecimentos políticos da época” No Capítulo Explicação Necessária em seu livro, Antonio José de Sousa em um trecho escreveu o seguinte: “A partir de 1912, venho narrando fatos do meu conhecimento pessoal, como testemunha presencial. Porque, iniciando-me em política naquela época e passando a ser político militante, modesto, até a presente data tenho tomado parte no que de mais importante, no setor político-administrativo do nosso município, se tem registrado, desprezando, todavia, detalhes e minúcias, que muito nos interessariam em particular” Filho de José Trajano de Sousa e Francisca Izabel de Moura, que eram considerados por ele “O expoente das virtudes” e sua genitora que apesar de pobre era chamada pela vizinhança “A mãe da Pobreza”. Teve uma infância labutando na agricultura, aluno de primeiras letras do professor Simplício, famoso de palmatória na mão, desasnando muitas gerações naqueles ermos afora. Antonio José de Sousa, indiferente as atitudes de crianças e adolescentes de seu tempo, começou sua vida na cidade de Pombal, nos balcões da botica de João Queiroga, com estágios posteriores em outros estabelecimentos comerciais. Antonio José de Sousa, era corajoso e firme na maneira de escrever. De 1935 até o fim de 1939 foi Secretário da Prefeitura, na gestão do então Prefeito Francisco de Sá Cavalcante, Este, o incumbiu de responder as constantes indagações partidas do Governo Federal, querendo informações sobre assuntos históricos do município de Pombal, procurou em seu arquivo velhos almanaques e coleções de leis do Estado da Paraíba, além de vários compêndios da História da Paraíba, como de: João Lira Tavares, Coriolano de Medeiros, Dr. Manoel Tavares Cavalcanti, Irineu Pinto, Celso Mariz e Luiz Pinto. Número grande de correspondência informativa, foi dirigida ao IBGE, Agencia da Paraíba, ao Dr. Felinto Muller, então chefe de Polícia do Governo Getúlio Vargas. Antonio José de Sousa, ao tempo da Administração Francisco de Sá Cavalcanti, recebeu delegação do chefe do executivo pombalense, para organizar os limites intermunicipais e os interdistritais. Com o aval do Prefeito, marcou encontro com todos os Prefeitos dos municípios vizinhos: Coremas, Sousa, Catolé do Rocha, Brejo do Cruz, Patos, Malta. E Assim ficou traçado os limites do município de Pombal com os seus vizinhos, que depois de firmados nos apontamentos necessários, Antonio José de Sousa, redigiu o Decreto Lei, que foi assinado por ele e pelo Prefeito Francisco de Sá Cavalcanti sendo posteriormente, transformado em Lei Estadual. Antonio José de Sousa que também exerceu o cargo de Secretário da Prefeitura na gestão do Prefeito Dr. José Ferreira de Queiroga, disse que uma das preocupações deste gestor era mandar escrever a história de Pombal e como Prefeito acertou com o historiador Celso Mariz a execução do seu plano. Celso Mariz esteve em Pombal proferindo palestra sobre a nossa história, o que seria parte principal do seu livro, ficando na obrigação do secretário a remessa de alguns dados, que foram enviados através de várias correspondências. Com a morte do Dr. Queiroga, o livro não foi editado, sendo devolvido o material ao seu lugar de origem. Daí, aos setenta e quatro anos de idade, Antonio José de Sousa escreveu o livro: “Apanhados Históricos, Geográficos e Genealógicos do Grande Pombal”. Diz o prefaciador desta obra literária: “O livro não obedece a um plano definido, nem sequer uma sistematização de matérias. O autor não tem maiores pretensões e é bom que assim seja. Confessa-se desde logo um homem de primeiras letras – o antigo aluno do Professor Simplício- e isso não é nenhum desdoro, sobretudo para quem conseguiu superar-se a si mesmo,à custa de seus próprios esforços, nesse autodidatismo contingente que presidiu a formação intelectual dos homens do seu tempo, alguns dos quais incluídos na galeria de paraibanos ilustres com direito a retrato na parede em salões nobres até de instituições culturais. Ele próprio, diz José Medeiros Vieira, já o vi a receber menção honrosa das mãos do Governador do Estado, em noite de cultura, ao lado de artistas e escritores paraibanos de nomeada”. O nosso escritor autodidata, foi Tabelião Público e lugar-tenente do Dr. Queiroga, nas duras lutas e entraves das refregas políticas municipais. Participou ativamente das festas sociais e religiosas. Na atividade política era o responsável pela publicação de boletins e manifestos subscritos pela direção partidária, no entanto nunca quis ser candidato a cargo de qualquer natureza. Era de inteira confiança dos seus partidários, mas, atraia para si o rancor dos adversários, dias que eram marcados pela violência. A sua satisfação era a porfia em si mesma, levado pela emoção no campo da batalha. De repente se transfigurava, o leão voltava a ser o cordeiro, protegido nas asas da religião, atendendo o chamado do sino da Igreja matriz para o novenário da Padroeira. Antonio José de Sousa, era um profundo admirador de Epitácio Pessoa. Por ocasião do Centenário do paraibano de Umbuzeiro, foi realizada uma sessão especial no auditório do Cine Lux, presidida pelo Dr. Ananias Gadelha, juiz de então, da comarca de Pombal, quando nosso escritor autodidata foi o orador oficial da solenidade. Nos Vinte e cincos anos de ordenação do Monsenhor Abdon Pereira, foi realizada a maior festa cultural que já houve em Pombal, fazendo parte dela. D. José Medeiros Delgado, arcebispo do Maranhão, D. José Mousinho, bispo de Cajazeiras e mais de sessenta padres e seminaristas, sob a presidência de Antonio José de Sousa, na condição de representante do Prefeito de então Dr. José Ferreira de Queiroga. Para finalizar esta homenagem que presto a Pombal nos seus 145 Anos de Elevação a cidade, através dos nossos historiadores e escritores, que ocuparam esta minha coluna, quero mais uma vez enfatizar os dotes recebidos pelo nosso homenageado de hoje, quando na sua humildade assim se expressa: “Escrevendo a história de Pombal, notadamente de meio século a esta data, escrevo, não há dúvida, a história da minha vida pública. Se não como fez Joaquim Nabuco no seu grande livro A MINHA FORMAÇÃO, faço-o dentro dos estreitos limites de minha obscura capacidade intelectual e da minha humilde formação”. PARABÉNS POMBAL PELOS 145 ANOS DE ELEVAÇÃO A CATEGORIA DE CIDADE! *RADIALISTA CONTATO: brunetcomunicador@hotmail.com WEB. http://clemildo-brunet.blogspot.com/
ANTONIO JOSÉ DE SOUSA: O ESCRITOR AUTODIDATA! ANTONIO JOSÉ DE SOUSA: O ESCRITOR AUTODIDATA! Reviewed by Unknown on 7/27/2007 10:35:00 PM Rating: 5

Um comentário

Unknown disse...

Clemilto, sou neto de Antonio Jose de Sousa, fico feliz e emocionado, pela a sua lembrança, sim ele foi isso tudo e muito mais, foi o primeiro Prefeito nomeado da cidade de Lagoa, foi advogado rábula, de uma inteligencia extraordinária, espero que outras pessoas tenha a oportunidade de conhecer a vida deste grande homem, obrigado muito obrigado.

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