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ENSAIOS HISTÓRICOS DA RADIOFONIA POMBALENSE

CONTADA POR JOSÉ COSTA (O GAGO DE CHICÓ) Tudo começa nos anos 50, mais precisamente, em 51/52 com a chegada do então desconhecido compositor Rosil Cavalcanti. Veio a Pombal para trabalhar como funcionário da Brasil Oiticisa S/A. Chegando à cidade, já trazia dentro de si, a vocação e jeito para o rádio e assim, para as horas de lazer – sem objetivos comerciais - ele criou a primeira difusora batizada de Difusora Tupi que só tinha um horário de funcionamento, à noite, das l9 às 21 horas. Por razões pessoais, Rosil Cavalcanti retorna a Campina Grande onde tinha família e residência fixa e passa a difusora tupi para Manoel Bandeira, um colega também de vida radiofônica, que logo mudou o nome da difusora tupi para Difusora Guarany. Com stúdio instalado na rua Tenente Aurélio Cavalcanti, Manoel, deu vida comercial e até artística, criando dentro de suas próprias dependências, um programa de auditório aos domingos à tarde, onde surgiram os primeiros calouros como, Silas Gonzaga, Pedoca de Deca, Nilo Calheiros (cantores) Dedé Espalha (panderista e cantor), Chico de Dora, Doutor Espalha e Bideca (violonistas). Aqui se revela também um dos melhores locutores da cidade: Vicente Candeia que passa a comandar o programa de auditório e a locução comercial de studio. Por falta de recursos financeiros a Difusora Guarany fecha definitivamente sua programação. Em 1953, o Sr. Afonso Mouta, um comerciante recém chegado procedente do Ceará, abre a primeira sorveteria da cidade, a Sorveteria Tabajara e logo depois adquire a Difusora Guarany que passa a funcionar como Difusora Tabajara. Com nova direção, a Tabajara amplia o seu sistema de comunicação, implantando três alto-falantes em pontos estratégicos, atingindo assim, os pontos cardeais da cidade, levando a comunicação para toda comunidade. Na Difusora Tabajara surgiram outros bons nomes da locução a exemplo de Jurandy Urtiga e Zé Geraldo, e a primeira voz feminina na radiofonia pombalense; a locutora Lucrecia Moura. Para dar melhor ênfase à voz feminina, a Tabajara cria um programa exclusivo com cantoras do rádio: Ângela Maria, Emilinha Borba, Carmem Costa, Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira, Elizete Cardoso e tantas outras da época. Em 1958 o Sr. Afonso Mouta se desfaz da Sorveteria Tabajara e passa a administrar o único cinema da cidade, o memorável e inesquecível Cine Teatro Lux, considerado o melhor cinema do sertão paraibano e leva consigo, a já conceituada Difusora Tabajara. A Difusora Tabajara é transferida para as dependências do cinema e ai cria-se o melhor programa de auditório da cidade, aos domingos, pela manhã, intitulado de Calouros Matinais sob o comando do locutor Vicente Candeia e do animador de auditório Manoel Bandeira, uma grata revelação, um comunicador por excelência. Com o programa de auditório vem também o conjunto musical da então Difusora Guarany. Durante os dias úteis da semana a Tabajara funciona nos três turnos e carece de elementos para compor seu quadro de locutores. Nesse momento, a convite de Zé Geraldo, surge então Zeilton Trajano, a grande revelação, e logo se conceitua como um grande radialista paraibano. A Tabajara continua sendo um órgão de comunicação comunitária por um bom tempo, até o sr. Afonso transforma-la num stúdio ambiente, servindo simplesmente para os interesses do cinema. Nesse período Jurandy Urtiga já fazia parte do quadro de radialistas da Rádio Espinharas de Patos. Aproveitando a ampliação e mudança dos equipamentos da Espinharas, Jurandy Urtiga, compra o primeiro transmissor da Rádio Espinharas que havia sido substituído por um outro mais potente. Com o transmissor instalado no 1º andar do Edfício Maringá, Jurandy criou a Radio Maringá (a primeira) em homenagem a histórica Maria do Ingá que deu inspiração à composição musical de Joubet de Carvalho, intitulada Maringá, música de inestimável valor historio para Pombal. Com um prefixo elegante e bastante charmoso ZYK - 13 RARIO MARINGÁ DE POMBAL, - criação do Dr. Wilson Seixas – a emissora oficializa o prefixo de fantasia, ZYK 13 e se conceitua como uma emissora, mesmo sendo clandestina pois não havia registros. Como não havia uma programação elaborada e nem tão pouco uma administração voltada para o seu engrandecimento, a emissora desativa o seu transmissor e sai definitivamente do ar. Surge então a Rádio Difusora de Pombal, uma emissora de confecção caseira, elaborada tecnicamente nas oficinas de uma revenda de componentes eletrônicos, situada na rua da Areia, na cidade de João Pessoa. Também clandestina, sem registros, passa a transmitir sua programação diretamente das dependências do antigo Grande Hotel. Seu proprietário, Nelson Pequeno, também um amante da locução, mantém a rádio com seus próprio recursos financeiros. A Rádio Difusora funcionou elegantemente com excelente padrão e excelente conceito, embora sem uma estrutura administrativa e financeira e sem uma programação bem elaborada, a rádio foi útil à comunidade como veículo de comunicação e entretenimento musical. A rádio permaneceu por uns dois anos no ar, fechando suas atividades mais por medo do que financeiro, a fiscalização já rondava à cidade. Vem então a mais conceituada, a mais forte e a mais difundida de todas: A Rádio Voz da Cidade. A terceira tentativa, um empreendimento de Clemildo Brunet, também de fabricação caseira, e portanto, clandestina; instalada seus stúdios numa pequena sala ao lado sul do mercado público, a Voz da Cidade teve força e domínio de audiência se destacando e se fazendo respeitar pelo bom nível de programação e pela boa qualidade artística de seus componentes. Líder absoluto de audiência em todos os horários, anulando quase por completo, a audiência das outras concorrentes, a Voz da Cidade é a pedra fundamental da radiofusão pombalense. Servindo também como laboratório, revelou vários talentos para o rádio paraibano: Zeilton Trajano (Alto Piranhas e Arapuã); Carlos Abrantes (Correio e Tabajara); Eurivo Donato (Piranhas e Rádio Difusora de Cajazeiras); Maciel Gonzaga (Caturité e o Jornal da Paraíba); Macilon Gonzaga (Caturité e Borborema); Genivan Fernandes (Caturité); Otacílio Trajano (Correio da Paraiba); Juarez Farias (Espinharas); Genival Severo (Maringá, Bomsucesso e Liberdade) e Clemildo Brunet, seu fundador e expoente máximo do rádio pombalense, elemento referencial de Mestrado em rádio comunicação, de brilhante passagem pelos rádios do sertão paraibano. Incompatibilizada com sua linha de atuação, não se sabe de onde, surge uma denúncia de clandestinidade, e a fiscalização oficial obriga a Voz da Cidade a desativar seus equipamentos, retirando-se do ar definitivamente.
ENSAIOS HISTÓRICOS DA RADIOFONIA POMBALENSE ENSAIOS HISTÓRICOS DA RADIOFONIA POMBALENSE Reviewed by Unknown on 7/12/2007 08:09:00 AM Rating: 5

2 comentários

socorro pombal. PB disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

DE NATAL
"Gago de Chicó". Leio o seu comentário sobre a "História do Rádio Pombelense". Fico emocionado o fiel relato que você faz. Apenas esqueceu um detalhe, talvez por humildade: a sua participação como o "locutor das meninhas", aquele que falava a todo instante, sem gaguejar "Um sucesso que sa faz, sucessivamente sem cesar". Hoje, como jornalista, advogado e professor e homem de televisão aqui em Natal, faço questão e me orgulho de dizer que o meu berço foi o RÁDIO DE POMBAL, dando os primeiros passos ao seu lado, de Clemildo, Ganival, Eurivo, Zeilton, Diasa, Massilon (meu irmão), o saudoso Pássaro Preto, e tantos outros. A voce - GAGO - UM ABROÇO E MUITAS SAUDADES.

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