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PROGRAMA: A VOZ DO ESTUDANTE NA "VOZ DA CIDADE DE POMBAL" EM 1967!

CONTADA POR VERNECK ABRANTES* (Foto)
Em 1966 Clemildo Brunet instalou em Pombal uma rádio denominada: A Voz da Cidade; com grande sucesso de audiência. Em 1967, a direção da rádio abriu um espaço semanal, das 12:00 às 13:00 horas de cada domingo para Paulo Queiroz (com apoio de Arruda e Aluiso de Ubaldo) levar aos lares pombalense um programa denominado: A Voz do Estudante. Na época, o governo era militar, que exercia uma grande repressão política, principalmente sobre o partido comunista, sobre a música, literatura, cinema, etc. censurando, prendendo, exilando e ditando as ordens como bem lhe conviesse. Paulo, nada disso levava em consideração, sutilmente, entre uma música e outra de Geraldo Vandré, Chico Buarque, Edu Lobo, Elis Regina, recitais de João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Tiago de Mello, ele discretamente enaltecia a Revolução Russa e a Cubana, ocasionalmente falava e comentava textos de Karl Marx, Lênin, Leon Trotsky, falava em Carlos Lamarca, Che Guevara, e nunca foi incomodado. Imagina-se que o delegado da cidade, tenente Raposo, costumava dormir no horário do programa, desconhecia ou nunca lhe informaram sobre A Voz do Estudante.
*VERNECK ABRANTES - ENGENHEIRO AGRÔNOMO E ESCRITOR. CAMPINA GRANDE -PB.
PROGRAMA: A VOZ DO ESTUDANTE NA "VOZ DA CIDADE DE POMBAL" EM 1967! PROGRAMA: A VOZ DO ESTUDANTE NA "VOZ DA CIDADE DE POMBAL" EM 1967! Reviewed by Unknown on 8/27/2007 09:24:00 PM Rating: 5

3 comentários

Anônimo disse...

Nequinho!
Muito bem lembrado por você esta proeza do Programa "A Voz do Estudante". Tive o prazer de ser o operador de som (controlista) deste programa e, assim, através das minhas mãos, ter levado ao ar pelas ondas sonoras da "Voz da Cidade" as músicas de Vandré, Chico, Edu Lobo e Elis Regina. E mais: do outro lado do vidro, lá estava eu cantando e entoando em voz alta aquelas músicas. Com certeza, a minha voz era mais alta do que o disco, pois Arruda sempre estava a me reclamar: “Nego, deixa a gente ouvir as músicas. Você está cantando mais alto do que o disco”. Eu nem ligava!
Para você ver o quanto esse Clemildo é corajoso e VALE OURO. Se o historiador Wilson Seixas vivo fosse, teria obrigatoriamente de incluir novos capítulos na história pomablense sobre a audácia e a importância desse Clemildo para a cidade de Pombal. Um jovem sonhador que, em plena época de chumbo, tinha a coragem de abrir espaço em sua rádio - ainda não legalizada no Dentel - para nós, estudantes idealistas pombalenses falar de encontro os preceitos da ditadura militar. E você, Nequinho, também fazia parte daquela turma, que pensava e sonhava em ver um dia um Brasil democrático, mais justo socialmente e melhor para o seu povo.
Mas, Nequinho, lhe peço licença para oferecer aqui um depoimento que, talvez, possa enriquecer o seu valioso comentário.
Veja bem! Um certo varão - faço questão de omitir o seu nome em respeito à sua memória, pois o mesmo já morreu e era muito amigo da minha família -, trabalhava nos Correios de Pombal e morava perto da minha casa na rua Vicente de Paula Leite. Esse rapaz comunicou a minha Mãe que havia, atendendo solicitação do Dentel, em João Pessoa, confirmado a existência desse programa feito por estudantes na rádio de Clemildo. Em outras palavras, ele nos dedurou. Dizia o dedo duro: “mande seu filho sair de lá, pois isso é perigoso”. Mamãe me procurou no apartamento onde morávamos (eu, Arruda e Zé Carlos Salgado), no Ginásio Diocesano, e me pediu chorando para que me afastasse da rádio imediatamente. Jovem, cheio de idéias, a minha resposta foi incontinente: jamais faria isso e que iria ficar ao lado de Clemildo, de Arruda e todos os amigos estudantes até o fim. Arruda presenciou a conversa e, logo em seguida, fomos – eu e ele - até a casa do Promotor de Justiça (Dr. Nilton), na Rua Nova, comunicar o fato e pedir-lhe ajuda para que a rádio não fosse fechada. O promotor, na presença de sua esposa, disse que considerava a situação grave e nos pediu para ponderar com o programa estudantil, pois, com certeza, logo viria chumbo grosso. Não deu outra coisa, dias depois a “Voz da Cidade” foi fechada pela ditadura militar.
Fica, pois, esse meu registro como um adendo ao seu comentário, para depoimento da história. É importante que os jovens pombalenses de hoje tomem conhecimento de que em NOSSA TERRA havia gente de coragem e, principalmente, de consciência política que não se curvou à repressão militar. Parabéns pelo comentário. Tudo isso nós só temos que atribuir à coragem desse baluarte e grande valor humano que é Clemildo Brunet de Sá.

Maciel Gonzaga de Luna
Jornalista, Professor e Advogado

Anônimo disse...

O pequeno texto de Werneck foi enriquecido com os comentarios do Gonzaga. A imprtancia detes blog ta exatamente em trazer de volta as memorias perdidas dos jovens de Pombal. Neste mitier, Clemido marcou mais um gol a favor de Pombal. Este blog, por ser interetativo, ainda vai nos fazer rir, relembrar, sonhar e até reescrever a história de Pombal. Do código MOSE ao mouse ta ai clemildo fazendo história. Vejo num futuro uma geraçao lembrando de um cara que, da difusoura a internet não ficou vendo a banda passar, ao contrário, acompanhou a banda por que ele sempre soube que,s e a banda tocava, era apra ele. Esse cara de que falo é Clemildo


JERDIVAN NOBREGA ARAUJO

Anônimo disse...

Marciel Gonzaga,
Você acrescenta muito a história radiofônica pombalense, porque faz, efetivamente, parte dela. É bom saber da ascensão e sucesso de vida dos filhos de Pombal; a você e Massilon, a nossa terra tem muito que agradecer, especialmente por difundi-la com tanto e amor.
Obrigado pela lembrança do “Nequinho” da minha infância.
Apareça, saudades, um abraço:
Verneck(Nequinho)Abrantes.

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