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DEZ ANOS SEM NELSON GONÇALVES !

CLEMILDO BRUNET* Já se disse que a memória de nosso povo é curta. Como compreender a natureza humana neste aspecto do esquecimento? Parece que só acontece com a gente? Um povo que não tem passado pode ser lembrado nas gerações futuras? A nossa homenagem neste artigo será dedicada a um cantor e intérprete das mais expressivas letras musicais já cantadas e ouvidas por nossa gente: NELSON GONÇALVES! Ele faleceu no dia 18 de abril de 1998. São passados dez anos de sua morte e muitos já o esqueceram. A nossa mídia o esqueceu. No entanto, foi considerado o cantor da voz mais bonita do Brasil. Nelson Gonçalves certa vez disse: “O Brasil é um país sem memória. Alguém se lembra de Francisco Alves”? E acrescentou: “uma semana depois de morto, estarão fazendo xixi sobre a minha tumba”. A gravadora RCA VICTOR hoje BMG LTDA, onde Nelson Gonçalves iniciou sua carreira artística e permaneceu até o final de sua vida, deu ao artista o prêmio Nipe pela convivência de trabalho com mais de 50 anos na Companhia. Nelson foi considerado pela direção da gravadora como o cantor mais importante a nível mundial, dividindo essa deferência com o cantor Elvis Plesley. Depois da morte de Nelson, a BMG resolveu prestar um tributo ao cantor com um gênero áudio visual pouco explorado no Brasil, o “docudrama” (documentário que contém partes encenadas por atores) sendo possível contar um pouco da vida do cantor sem depender exclusivamente, de depoimentos e cenas de arquivo. Segundo a Produção, Nelson Gonçalves foi um homem excessivo em sua arte e em tudo que fez. Antonio Gonçalves Sobral este é o nome de batismo, nasceu em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, em 25 de junho de 1919, mudou-se com a família para São Paulo com endereço no Brás. Antes da fama, ganhou a vida como jornaleiro, mecânico, garçom e lutador de boxe na categoria peso médio. Depois de muitas tentativas nas emissoras de São Paulo; em 1939 foi para o Rio de Janeiro enfrentar filas de Programas de calouros, tendo sido aconselhado por Ary Barroso a procurar outra profissão. Em 1941 Nelson Gonçalves conseguiu gravar seu primeiro disco em um compacto simples com as músicas “Sinto-me bem” samba de Ataulfo Alves e a valsa “Se eu pudesse um dia”, de Osvaldo França e Orlando Monello, pela RCA VICTOR. No dia 27 de maio de 1942, Nelson chega ao estrelato com a música “Renúncia” de Roberto Martins e Mário Rossi. Foi um fino freqüentador do Café Nice ponto de encontro de grandes compositores, intérpretes, músicos e pessoas ligadas ao meio artístico. Chegando ao auge do sucesso nas décadas de 40 e 50. Recebeu o título de rei do rádio com sucessos que se tornaram imortais nas cabeças de muitas gerações. Na década de 90, gravou músicas de Ângela Rô Rô, “Simples Carinho”, Kid Abelha, “Nada por Mim”, Lulu Santos, “Como Uma Onda” e até do rei Roberto Carlos “Como é Grande o Meu Amor Por Você”, entre outros. Sonia Carvalho artista de rádio que abandonou a carreira pelo marido, reconhecedora de talentos durante um encontro com o cantor, foi objetiva: Eu sei que seu nome é Antonio Gonçalves. É sim senhora. Era! Agora você se chama Nelson Gonçalves. O escritor Marco Aurélio Barroso que em 2002 lançou o livro “A Revolta do Boêmio”, afirmou: A começar pela voz, de tudo, Nelson teve em excesso: Dinheiro, fama, sucesso, patrimônio, família, residência, problemas, vício, medo, insegurança, mulher... Uma coisa, porém, Nelson teve muito pouco: amor próprio.Era atrapalhado por sua gagueira que lhe valeu o apelido de metralha. Contudo, foi extraordinário cantor que deu voz à boemia. Um dos fenômenos de sua carreira foi o samba canção “A volta do Boêmio”, onde fez sua trajetória de supercampeão de vendas, que arrebanhou um milhão de compradores no longínquo 1957. A parceria de Nelson com o seu principal compositor, o português Adelino Moreira (em memória), renderia outros clássicos da canção de amor destemperado. Flor do meu bairro, Meu vício é você, Fantoche, Doidivana, Escultura, Fica comigo esta Noite e Deusa do Asfalto. Esta última me traz doce lembrança de um fato ocorrido na minha infância: Certo dia, na companhia de um casal a quem meu pai havia confiado os cuidados, foi de jipe acompanhando a caravana, para esperar a chegada de um político importante em São Bentinho. A espera tornou-se enfadonha; quem estava sendo esperado demorou. E o Casal resolveu esticar a viagem até Condado. Não querendo desgrudar do jipe com medo de me perder, não saí de dentro do veículo. Chegando a Condado por volta das 6 horas da noite, ouvi a música através da difusora local. Toda vez que ouço “Deusa do Asfalto” lembro-me desse episódio. Nelson Gonçalves ficou conhecido por sua voz forte e suave, até que no dia 18 de abril de 1998, em razão de um infarto agudo do miocárdio, aos 78 anos, morreu. E assim, os dias vão passando. No entanto, Nelson permanece entre nós, graças ao milagre da tecnologia; Pois passados dez anos, ainda podemos ouvi sua voz e matar saudades! *RADIALISTA WEB: http://clemildo-brunet.blogspot.com CONTATO: brunetcomunicador@hotmail.com
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