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OUVINTE DO PROGRAMA "BROTOLÂNDIA"!

VALDIR MENDONÇA* (Foto) Em Pombal, decorria o ano de 1966, e quase todos os lares daquela Rua Domingos de Medeiros (antiga rua da rodagem) onde eu morava na casa 269 ao lado da Mercearia Ideal de meu pai, Severino Espalha, sintonizava-se ao meio dia a emissora Voz da Cidade, que sob o comando do jovem Clemildo Brunet e sua turma de locutores, entre eles: os irmãos Maciel e Macilon Gonzaga, José Costa, e outros mais, apresentavam o programa de maior audiência daquela rádio, o “Brotolândia”. Ícone do que melhor existia pelas redondezas, um programa de variedades musicais com os grandes expoentes da Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo, Jerry Adriani, Wanderléia, Renato, Os Fevers, Golden Boys, Eduardo Araújo, Os Incríveis, Agnaldo Timóteo e muitos outros integrantes daquele movimento musical dedicado a juventude. Outras emissoras de renome como a Alto Piranhas (cajazeiras) e Espinhara (patos) não ofuscavam naquele horário a audiência da Voz da Cidade, com seus pequenos, mas potentes transmissores. Era um programa bem dinâmico na apresentação daqueles jovens que começavam a despontar no rádio, mostrando seus valores individuais no maior veículo de comunicação de massa, ainda até hoje o rádio. Tinha lá meus 15 anos, já com algumas namoradinhas, uma possante bicicleta monark comprada no Imperador das Novidades de seu Zuza Nicácio, calça calhambeque, camisa tremendão adquirida na loja de Tiquinho (camisaria ideal) e botas meio cano, na sapataria Chic, isso sem deixar de lado a cabeleira tipo Roberto Carlos e sua turma de cabeludos. Lembro-me que até invejava a maior cabeleira daquele momento em Pombal, a de Cirilo Formiga irmão de Manoel Pedro, mas que eu não conseguia igual proeza, porque os comentários maldosos dos conservadores não paravam. Mas voltemos a Voz da Cidade, que sob a batuta de Clemildo Brunet, iniciava o programa apresentando em alto e bom som a sinopse de mais um programa, e em seguida outros apresentadores deixando sua marca pessoal, dando o melhor de si, para tornarem-se profissionais do rádio, e buscando um futuro promissor através desse maior meio de comunicação, onde cada um ficava a espera de um futuro que não estava muito distante. No desenrolar daquele êxtase musical, o programa se adentrava nos lares pombalenses, tudo naquele ritmo frenético, tocando os grandes sucessos da jovem guarda, sempre atualizado com os lançamentos musicais do momento, naquela discoteca bem sortida da emissora, com grande quantidade de LP’s (bolachões) e os discos compactos - formato menor, adquiridos pelo Clemildo em Campina Grande ou João Pessoa, e aí uma alavanche de pedidos musicais provenientes daqueles poucos telefones existentes na cidade, o que inegavelmente era um objeto de luxo naquela época. A maioria dos pedidos musicais era mesmo por escrito (bilhetinhos) antes e durante o programa no ar, muitas vezes coincidia em atender vários pedidos prá se pedir a mesma música, que de tanto ser executada, só faltava mesmo “furar o disco”, como dizíamos. Muitos estudantes após o regresso de suas aulas marcavam presença naquele pequeno studio, por trás da rua nova. Lembro-me que nas paredes daquela modesta emissora, tinha vários posters dos artistas, tanto daquela corrente musical quanto da velha guarda, era pra todo gosto, imagine o poster do Waldick Soriano sorrindo pra Rosemary, ou Carlos Alberto pertinho da Wanderléa. Era interessante aquela integração musical e visual daqueles posters, que de vez em quando tinhamos a impressão de que aquele cantor fazia uma apresentação somente prá galera presente, era só fazer o pedido e o sonoplasta atender. Uma melodia do Jerry Adriani, “és meu amor” me traz boas recordações até hoje, porque foi um marco da minha partida dois anos após, oferecimento de uma namoradinha, num momento que antecedeu minha viagemas terras desconhecidas. Pedi para aumentar mais o volume daquele velho rádio "mullard” que de tão alto, só faltava estourar o auto falante, sintonizando aquele grande sucesso do ídolo, entre outras mais, hino também daqueles casais de namorados que se amassavam à sombra das algarobas da praça central (coluna da hora-igreja matriz), momento também que eu e alguns colegas desocupados, aproveitava os intervalos comerciais, pra beber uma “meiota de pitu” no bar centenário ou na bodega mais próxima que nos servisse, isso tudo muito rápido a "golada", as vezes não dava tempo nem de cuspir, pelo receio de algum fuxiqueiro nos entregar em casa, e isso não terminava muito bem. Depois que rumei prá cidade grande, não sei mais quanto tempo durou aquele inesquecível programa, mas a minha única certeza é de aqueles bons momentos musicais proporcionado pelas ondas da Voz da Cidade, ecoam até hoje na minha memória. *Funcionário Público Federal Ministério da Agricultura contato: valdir.mendonca@agricultura.gov.br Brasília - DF
OUVINTE DO PROGRAMA "BROTOLÂNDIA"! <strong>OUVINTE DO PROGRAMA "BROTOLÂNDIA"!</strong> Reviewed by Unknown on 4/27/2008 09:59:00 AM Rating: 5

Um comentário

AMÉRICO GOMES DE ALMEIDA disse...

Eu gostaria de dizer que o advogado Américo de Almeida, contemporâneo de Jerdivan deixou aqui uma mensagem para clemildo

Clemildo tu és o homem
Que respeito untill my bones
O seu blog é favorit
E meu recado is now done
E Continue segurando
O cabo do microfone

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