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VIVA O RÁDIO!

Maciel Gonzaga* No dia 25 de setembro, data do nascimento de Roquete Pinto - o "Pai do Rádio Brasileiro" - comemorou-se o Dia do Rádio. Uma data que nós comunicadores não podemos jamais esquecer. Em 1923, Roquete fundou a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Era uma fase experimental do veículo, sem grandes avanços tecnológicos. A primeira transmissão radiofônica em terras brasileiras, no entanto, já havia ocorrido no ano anterior, mais precisamente em 7 de setembro de 1922, na comemoração do centenário da independência brasileira. Na ocasião, uma estação de rádio foi instalada no Corcovado, no Rio de Janeiro, para a veiculação de músicas e do discurso do então presidente Epitácio Pessoa. De lá para cá, muita coisa mudou: das interferências e ruídos dos primeiros aparelhos de rádio (pesados, enormes e à válvula) aos pequenos, leves e modernos rádios de transistores. A década de 1950 foi marcada pela consolidação do veículo como meio de comunicação. O inventor do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi, que criou o seu "telégrafo sem fio", um modelo inicial que se desenvolveu até o sistema que conhecemos hoje. Em 1896, Marconi demonstrou a eficiência de seu aparelho numa transmissão na Inglaterra, do terraço do English Telegraphy Office para a colina de Salisbury. Ganhou do governo da Itália uma patente pela sua criação. A história também cogita que um padre brasileiro, Roberto Landell de Moura, tivesse sido o inventor do rádio. Em 1894, Roberto havia desenvolvido aparelho semelhante e efetuado a emissão e recepção de sinais a uma distância de oito quilômetros, do bairro de Santana para os altos da avenida Paulista, em São Paulo. Fanáticos religiosos, contudo, cientes de que o padre brasileiro tinha pactos com o demônio, destruíram seu aparelho e suas anotações, o que atrasou o reconhecimento de sua criação pelas autoridades científicas. Só em 1900 Roberto conseguiu fazer uma demonstração pública de seu invento. Na Paraíba a primeira Rádio foi a Sociedade da Paraíba, embrião do que é hoje a Rádio Tabajara, a PRI-4, inaugurada pelo então governador do Estado, Argemiro Figueiredo. De lá para cá o rádio avançou muito, enfrentou a televisão e todos achavam que o rádio iria se acabar. Mas, pelo contrário, o rádio só cresceu e modernizou-se. A modernização do rádio, em João Pessoa, chega com o timoneiro Otinaldo Lourenço, jornalista, radialista e advogado. Na década de 60 do século passado, foi Otinaldo o responsável por uma revolução radiofônica a partir da Rádio Arapuan AM. Em Campina Grande, foi Deodato Borges – com quem trabalhei na Rádio Caturité nos anos 70 - o responsável pela mudança. Foi o período de maior brilho no rádio paraibano. Em 1968, surgiram as primeiras emissoras de Freqüência Modulada (FM) e, com elas, um monte de jovens nordestinos falando um “carioquês” repugnante. Nunca se fala tanta besteira. A primeira FM da Paraíba foi a Campina Grande FM, que chega pelas mãos de outro timoneiro Hilton Mota – com quem também trabalhei na década de 80 e, já àquela época, transmitíamos futebol. Hoje, o rádio segue a trancos e barrancos, mas ainda é o maior veículo de comunicação. Foi o primeiro grande veículo de comunicação de massas. Na verdade, dele vieram os primeiros profissionais e até os programas da TV. O seu sucesso se deve ao fato de que ele pode estar em qualquer lugar a qualquer hora e é acessível à maioria da população, tanto em zonas urbanas quanto rurais. Por isso, quem apostava que ele ia desaparecer quando a televisão surgiu se enganou redondamente. Porém, posso até ser radical, mas acho que ainda há muito o que explorar em termos de potencialidades dessa mídia apaixonante. Apesar de tudo, VIVA O RÁDIO! *Jornalista, advogado, Professor. Natal RN.
VIVA O RÁDIO! VIVA O RÁDIO! Reviewed by Unknown on 9/27/2008 05:25:00 PM Rating: 5

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