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SOL: AMIGO OU VILÃO?

Maria do Bom Sucesso Lacerda Fernandes Neta*
A exposição à luz solar é praticamente inevitável, mas o que determina danos ou não é a duração da mesma. O principal efeito benéfico da radiação solar é o papel na síntese da vitamina D, a qual é essencial para o metabolismo do cálcio no organismo, aumentando, principalmente a absorção intestinal do mesmo. Pequena exposição solar é capaz de gerar vitamina D suficiente para o organismo. Os queratinócitos, presentes na pele, são responsáveis pela produção da vitamina D; esse processo só é possível graças à radiação solar, havendo formação de composto precursor (pré-vitamina D3). O metabólito mais ativo da vitamina D (1,25-diidroxivitamina D3) é posteriormente produzido nos rins. Além disso, a vitamina D também pode ser obtida pela dieta. Apesar das vantagens, a exposição solar excessiva traz malefícios. Segundo afirmação de Carlos Eduardo Alves dos Santos, chefe da seção de dermatologia do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Sol em excesso, ao longo dos anos, pode causar queimaduras e envelhecimento precoce. Somando-se a isso, a exposição excessiva e constante à radiação ultravioleta dos raios solares é a principal causa para o aparecimento do câncer de pele.
Esse tipo de câncer é caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Existem basicamente três tipos: o carcinoma basocelular (70% dos casos, acometendo pessoas de pele clara, acima dos 40 anos), o carcinoma espinocelular e o melanoma. Este último é considerado o mais perigoso, embora represente apenas 5% dos casos. Possui alto potencial de metástase, podendo levar à morte, caso não seja feito diagnóstico precoce. Deve-se destacar que só um dermatologista pode dar um diagnóstico seguro, mas é importante estar atento e fazer o auto-exame, observando alterações na pele. Um bom método para auxiliar na identificação é a chamada Regra do ABCD: Assimetria, Bordas irregulares, Cor alterada e Diâmetro maior que 6 mm.
Observa-se que os principais grupos de risco para câncer de pele são, geralmente, pessoas de pele clara, com manchas, casos de câncer de pele na família ou quadro anterior da doença. O diagnóstico precoce é de fundamental importância e não pode ser negligenciado.
O INCA apontou o câncer de pele como o mais incidente no Brasil em 2005. Já, em 2008, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevêem 120.930 novos casos no Brasil. Um fator preocupante é a falta de cuidado da população, deixando de se prevenir contra esse mal, como comprovado na quinta edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), realizada em 2003, que revelou que 69% das pessoas se expõem ao sol sem proteção.
Sabe-se que os efeitos nocivos do sol são cumulativos, sendo comum aparecimento de lesões após os 40 anos. No entanto, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Márcio Rutowitsch, crianças protegidas desde cedo têm 85% menos risco de desenvolver câncer de pele na fase adulta. Pessoas de pele muito clara também necessitam de cautela ao se exporem ao Sol, pois podem sofrer danos mais sérios.
Outro alerta precisa ser feito para as pessoas de pele negra. Dos 2.591 negros atendidos na Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele realizado pela SBD em 2003, 78,7% deles afirmaram não utilizar nenhum tipo de proteção. A melanina, presente em maior quantidade na pele negra, é uma proteção natural, mas, quando eles desenvolvem o câncer de pele os tumores são mais graves do que os encontrados nas pessoas de pele mais clara.
Para se proteger, é preciso tomar uma série de medidas: deve-se evitar a exposição direta ao sol das 10h às 16h, usar guarda-sol, chapéus, óculos escuros (o Sol também pode agredir os olhos) e filtro solar (inclusive nos dias nublados). Para a dermatologista e coordenadora da 10ª Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele (2008), Selma Cernea, a vestimenta adequada é tão importante quanto à aplicação do filtro solar.
No tocante ao protetor solar, este deve ter um Fator de Proteção Solar (FPS) entre 15 e 30; de preferência que tenha proteção contra UVA e UVB. Segundo a Drª Denise Steiner, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD, o fotoprotetor precisa ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar e reaplicado a cada 2 horas. Sendo assim, aproveite o Sol de forma adequada para não sofrer com conseqüências desagradáveis algum tempo depois.
*Mais conhecida como Cessinha, 20 anos, natural de Patos, filha dos empresários: Francisco Fernandes da Silva Júnior e Zeneida Furtado Leite Fernandes, donos da Hiperfarma Bom Sucesso em Patos. Acadêmica do 5º período de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande.
SOL: AMIGO OU VILÃO? SOL: AMIGO OU VILÃO? Reviewed by Clemildo Brunet on 2/16/2009 08:24:00 PM Rating: 5

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