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VALE A PENA SE CUIDAR

Mª do Bom Sucesso Lacerda Fernandes Neta* No mundo moderno, era da tecnologia e da liberdade de pensamento, observa-se que os jovens têm maior poder de escolha e também acesso privilegiado às informações. Muitos vivem na fase do “... eu quero mais é beijar na boca...”, seguindo “modismos” e, apesar de todo conhecimento que os cerca, esquecem que os ditados populares antigos, a exemplo do “melhor prevenir do que remediar” ainda são verdadeiros.
É pensando nessa forma de agir, na rápida disseminação de patologias mil e também na importância da prevenção, que será abordado o herpes simples, doença tão falada, mas, para alguns, pouco esclarecida.
Herpes simples é uma moléstia infecciosa, de grande contágio, causada por vírus da família Herpesviridae. Existem dois tipos principais: o Herpes Simplex Vírus 1 (HSV-1), o qual provoca, mais comumente, herpes labial e o Herpes Simplex Vírus 2 (HSV-2), que causa, mais frequentemente, herpes genital.
A transmissão se dá, preferencialmente, por contato íntimo, direto, com o indivíduo transmissor do vírus, a partir de superfície mucosa ou lesão infectante. O rompimento das bolhas, que surgem durante a manifestação dos sintomas, elimina líquido potencialmente transmissor. Embora raras as infecções por aerossóis ou objetos contaminados (o HSV é rapidamente inativado em temperatura ambiente e após secagem), elas podem ocorrer. (Guia de Bolso – Doenças Infecciosas e Parasitárias – Ministério da Saúde, 2008).
Há também a transmissão da mãe para o feto, que pode acontecer durante a gravidez ou no momento do parto (passagem pelo canal do parto). Nesses casos, a cesárea é recomendada. Além disso, é importante destacar que o herpes genital pode ser transmitido através de quaisquer práticas sexuais (oral, anal e vaginal) sem preservativo.
Outro fator que merece atenção: segundo a Dra. Cristina Abdalla (médica dermatologista que trabalha no Hospital Sírio-Libanês), um mesmo indivíduo pode ter vírus dos dois tipos, ou seja, desenvolver imunidade contra um não assegura imunidade contra o outro.
Acerca da ação do vírus, sabe-se que ele passa pelas terminações nervosas, atinge a pele, produz alterações e gera a formação de vesículas (bolhas), as quais, após cerca de 7 a 10 dias, ressecam, cicatrizam e desaparecem. Episódios semelhantes voltam a ocorrer porque o vírus, o qual se encontra latente, volta a agir, quando o indivíduo sofre algum traumatismo, apresenta estresse, se expõe ao Sol em demasia ou se encontra debilitado.
O indivíduo pode ser assintomático ou apresentar desde queixas brandas como: mal-estar, febre, desconforto, feridas em várias partes do corpo (acometidas pelo vírus) até problemas mais sérios, a exemplo de encefalite, que pode causar danos neurológicos. O diagnóstico é clínico, podendo ser acrescido de exames laboratoriais para confirmação.
É uma doença que apresenta tratamento, o qual é feito através de medicamentos antivirais orais e/ou tópicos, objetivando redução dos sintomas, prevenir complicações e reduzir a transmissão. Uma vez infectado, o indivíduo terá de lidar com o vírus ao longo da vida, podendo desenvolver sintomas ou não.
De acordo com estudos (Lupi O, 1996), a infecção pelo HSV-1 tem se tornado cada vez mais precoce na população de classe média européia e norte-americana, estando presente na forma latente em indivíduos cada vez mais jovens. Sendo assim, torna-se necessário tomar medidas que evitem o aumento da transmissão.
No tocante à prevenção, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Infectologia, recomendam que o paciente tenha cuidados com a higiene, lave bem as mãos, evite contato direto com outras pessoas, identifique as causas que desencadeiam os surtos recorrentes para evitá-los, não fure as bolhas sob nenhum pretexto, evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas (se a localização for labial), evite relações sexuais (se a localização for genital), evite contato com lesões evidentes.
Diante do exposto, verifica-se que é preciso ter responsabilidade em cada atitude e que “ir na onda” nem sempre é uma boa opção, pois pequenos gestos provocam graves conseqüências, com agressão física e também moral. Pensem nisso.
Para maiores esclarecimentos, consulte um dermatologista ou um infectologista. Em caso de dúvidas, e-mail para contato: sucessomed@hotmail.com
*Mais conhecida como Cessinha, acadêmica do 6º período de medicina da
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande.
VALE A PENA SE CUIDAR VALE A PENA SE CUIDAR Reviewed by Clemildo Brunet on 4/14/2009 04:53:00 AM Rating: 5

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