banner

LIBERDADE DE INFORMAR, O DIREITO DE SABER!

Clemildo Brunet (Foto)

 CLEMILDO BRUNET*

Foi o tema deste ano que marcou a passagem do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa comemorado no dia 03 de maio na província do Kwanza Sul em Angola. Assunto relevante e apropriado para nossos dias, de uma vez que, devido aos inúmeros meios de comunicações modernos existentes no mundo, é preciso saber lidar com a informação que se transmite, a maneira como se transmite e a repercussão entre os que têm o direito de saber.
A Liberdade de Imprensa é regida dentro de princípios éticos e democráticos que estão condicionadas a Lei de um Estado ou de uma Nação. Os que governam sob regimes autoritários, muitas vezes querem submeter às informações para que elas sejam dadas de acordo com suas conveniências, tolhendo desse modo o direito de liberdade de expressão.
Usam de todos os artifícios possíveis para que a notícia chegue ao conhecimento de quem tem direito de saber, de maneira distorcida, mudando os fatos e criando factóides. Por outro lado, é necessário que o direito de informar seja preservado retilíneo, para que a liberdade de expressão não seja cerceada, por quem quer que seja.
Carregamos dentro de nós uma enzima de querer saber das coisas. Ninguém vive neste mundo sem essa curiosidade. É inerente a espécie humana de que tudo que se passa ao nosso redor seja do nosso interesse ou de interesse de outrem, nos sejam ditos nos mínimos detalhes.
A escritura do Novo Testamento nos mostra uma realidade vivenciada no passado e que ainda é costume nos nossos dias. O evangelista Lucas que escreveu o Livro de Atos dos Apóstolos diz que em Atenas, tanto nativos como estrangeiros que residiam ali não se ocupavam de outra coisa, senão dizer ou ouvir as últimas novidades. At. 17:21.
Num tempo em que se fala tanto em direitos humanos pra todos os lados, é bom lembrar o Artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que assinala: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”. De que modo os cidadãos vão poder fazer escolhas eleitorais informadas, analisar os processos políticos, tomarem posições, dar opiniões, decidirem por uma causa em assuntos públicos, se não houver uma mídia livre, independente e pluralista?
Neste caso, é de fundamental importância o papel do jornalista em um processo democrático, mesmo cumprindo uma missão que atrai determinados riscos. A informação que se tem, é que, pelos menos 274 jornalistas foram mortos em zonas de guerras entre 1990 e 2002. Convém ressaltar que os riscos encontrados pelos jornalistas, não são somente em tempo de guerra. Existem muitas outras circunstâncias em que eles se arriscam muito no exercício de suas atividades.
Nem sempre é assegurado ao jornalista o direito de manifestar o que ele pensa em seu trabalho nos meios de comunicação, pois devido ao fato dos “donos do poder”, interferir selecionando o que deve ser noticiado, faz com que a prática do jornalismo tenha perdido qualidade, ocasionando prejuízo à sociedade fazendo-a enxergar uma realidade aparente e não verdadeira.
Segundo o Comitê para Proteção dos Jornalistas, em 2005, 47 jornalistas foram perseguidos e assassinados. Em 2009, segundo o radialista Jonathan Irlan Tavares Torres, o número aumentou para 122. Esses dados revelam que a constante luta pela liberdade de expressão tem sido pouco eficaz, pois profissionais que se dedicam à verdade acabam por perder a vida em busca da transparência.
03 de maio – Dia Mundial da Liberdade de Imprensa serve para relembrar ao mundo, o quanto é importante proteger o direito fundamental da pessoa humana e a liberdade de informar, tendo em vista também, que aqui na nossa região a perseguição e violência praticada contra jornalistas e radialistas, é demissão de seus empregos sem justa causa.
Convido a classe política, governo e poderes públicos darem um basta a essa cultura generalizada e malsucedida perpetrada contra os nossos profissionais de imprensa. Estejamos antes de qualquer coisa cientes de que, aqueles que abraçaram a missão de informar, antes de tudo, o fizeram por vocação e amor, não pelos míseros salários que percebem.
*RADIALISTA
LIBERDADE DE INFORMAR, O DIREITO DE SABER! LIBERDADE DE INFORMAR, O DIREITO DE SABER! Reviewed by Clemildo Brunet on 5/05/2010 08:03:00 PM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion