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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E A SESSÃO ESPECIAL DE 10 DE JUNHO.


CLEMILDO BRUNET*
A sessão especial realizada pela Assembléia Legislativa da Paraíba para a outorga da Medalha e Diploma Epitácio Pessoa a este humilde radialista na última quinta feira 10 de junho, segundo relato de algumas pessoas, foi a mais concorrida das últimas no plenário deputado José Mariz. Se não contou com a presença dos deputados em sua maioria, pelo menos, na efervescência do evento não se deu conta disso, as cadeiras dos parlamentares foram ocupadas por pombalenses e amigos do homenageado, de tal forma, que não havendo mais assentos, muitos prestigiaram a solenidade de pé.
Estamos no pleno direito do estado democrático, quem quiser censurar nossos representantes pela ausência tem toda liberdade. Contudo, convém esclarecer que esta sessão tem um diferencial em relação às demais que se processam no parlamento paraibano. Trata-se de sessão especial para fazer cumprir o que eles já aprovaram anteriormente, é uma sessão que não exige quorum para que seja realizada; sessão essa que abre as portas do plenário da casa, para que o povo tenha acesso livremente e acomodação no local, o que não acontece nas sessões ordinárias.
Essa sessão me levou a refletir o que foi feito no passado na radiofonia pombalense. Não fui eu que iniciei em Pombal o sistema de radiofonia em nossa cidade. Existiram outros antes de mim. Rosil Cavalcante, Manoel Bandeira, Afonso Mouta e Raimundo Sacristão, também tiveram suas difusoras no passado e prestou relevantes serviços a geração da época entre as décadas de 40 até início dos anos 60.
A ênfase dada pelos que se pronunciaram nessa sessão foi que eu havia montado uma verdadeira oficina de rádio, proporcionando a muitos, a chance de descobrirem suas vocações, para o exercício da profissão jornalística no futuro. Enquanto alguns saíram da nossa aldeia, para buscar meios para sua sustentação lá fora, eu resolvi ficar na terrinha, esperando que um dia Pombal tivesse a sua própria emissora como as demais cidades, e assim desse modo a sua independência radiofônica.
Em 1966 quando instalei “a voz da cidade” uma rádio maquiada com projetores de som espalhados pelo centro de Pombal, para camuflar que estávamos tendo frequência nos receptores das casas, isso, por causa do regime de exceção estabelecido no Brasil, pelas forças armadas no golpe revolucionário de 1964. Na época, o Dentel – Departamento de Telecomunicações do país tinha como auxiliar na fiscalização das emissoras os Correios e Telégrafos, sendo sua sede regional em João Pessoa capital do nosso Estado.
Os pombalenses barristas, amavam a voz da cidade, os amigos que trabalhavam nos Correios e Telégrafos local, faziam vista grossa e não denunciavam a emissora, pois entre os funcionários públicos daquela repartição, havia Eurivo Donato de Araújo – Mixuruca, (saudosa memória), que fazia em nossa emissora o programa “Noite de Saudades” - por sinal de grande audiência nas noites quentes de Pombal.
Em setembro de 1967, a voz da cidade foi fechada ao receber a visita de uma fiscalização da agencia regional dos Correios e Telégrafos. Chegaram com ordem expressa de fecharem a emissora e levar seu proprietário para instauração de processo. Graças à interveniência do promotor de Justiça Newton da Silva, a quem havíamos homenageado na galeria de fotos, dando-lhe o título de Diretor Social da Voz da Cidade, assumiu toda responsabilidade pelo funcionamento da rádio clandestina. Como na equipe dos fiscalizadores havia alguns que tinham sido contemporâneos do promotor nos estudos, resolveram de comum acordo, fechar à emissora e ao chegarem a João Pessoa, informar que a rádio que eles vieram buscar já não existia.
O entusiasmo com que a voz da cidade era aceita em Pombal, fez com que começássemos a nos mobilizar em busca de uma rádio convencional para Pombal. Promovemos reuniões e mais reuniões no Pombal Ideal Clube com a sociedade em torno do assunto, isso já no final de 1967. Foi formada a Sociedade Anônima da Rádio Sociedade de Pombal, (era o nome que seria dado à futura emissora) para fins de se ter sócios acionistas e arrecadar fundos para o equipamento e instalação daquela que poderia ter sido a pioneira na região, pois ao nosso redor só existiam a Alto Piranhas, Difusora de Cajazeiras, Rural de Caicó e Espinharas de Patos.
O Padre Zélio que estava assumindo a Paróquia de S. Pedro foi eleito presidente da sociedade, na diretoria constava ainda Paulo Pereira Vieira como vice presidente, Maurício Bandeira de Sousa como Diretor Comercial e Rev. Jônathas Barros de Oliveira como Diretor Técnico. A documentação foi entregue ao Deputado Janduhy Carneiro para as informações necessárias junto ao Ministério das Comunicações como proceder para se obter o registro da estação de rádio para Pombal.
Apesar de todo entusiasmo do Padre Zélio em botar pra frente o projeto, o Bispo de Cajazeiras na época, foi aconselhado por alguém, transferir o aludido sacerdote para outra região, com o argumento de que o mesmo ia instalar uma rádio em Pombal para concorrer com o Rádio Alto Piranhas, que nesse tempo pertencia a Diocese de Cajazeiras. Não deu outra, o bispo transferiu o Padre Zélio pra outro lugar.
Paulo Pereira como Vice Presidente, não quis assumir a responsabilidade de dar andamento à instalação da rádio em Pombal. Maurício Bandeira foi indicado, mas fazendo ressalvas em querer saber os custos da época para se instalar uma emissora de rádio. Eu e Rev. Jônathas ficamos de pesquisar quanto isso custaria. Obtido os resultados, o Sr. Mauricio Bandeira abdicou do cargo, alegando ser um investimento de longo prazo.
Pois bem, Pombal perdeu uma grande oportunidade de ter a primeira estação de rádio em 1968, enquanto que Sousa sonhava com uma emissora. A concessão não havia sido dada ainda, porque dois grupos políticos antagônicos queriam uma emissora pra cidade e por conta dessa briga política, nem um dos grupos recebeu a concessão, ocasião em que um deles, já havia comprado até o equipamento da emissora.
Por causa do valor estimado para as despesas de instalação e funcionamento de uma rádio, Pombal deixou de ter a primeira estação de rádio que iria dominar a audiência na região. E que valor? Cinquenta mil cruzeiros - assim distribuídos: 12 mil no ato do pedido dos equipamentos, mais oito mil no prazo de 60 dias com a chegada dos equipamentos a cidade - totalizando o valor de 20 mil cruzeiros. O restante seria pago já com a rádio em funcionamento, a razão de cinco mil cruzeiros por mês.
Como o projeto não vingou, em fevereiro de 1968, instalei o Serviço de Alto Falantes Lord Amplificador, mais isso é assunto para outro artigo.
Voltando ao assunto da Sessão Especial da Assembléia Legislativa, agradeço como já o fiz anteriormente na casa de Epitácio Pessoa, ao Deputado Dinaldo Medeiros Wanderley da cidade de Patos autor da proposição, aos ilustres deputados da Paraíba pela aprovação, aos amigos, Jornalista João de Sousa Costa, Engenheiro Paulo Abrantes de Oliveira, que não mediram esforços para que esta solenidade fosse feita com tanto brilhantismo. O sucesso da organização do evento, justiça seja feita, devo a eles.
A Poetisa e Madrinha dos comunicadores de Pombal, Mª do Bonsucesso de Lacerda Fernandes, que mesmo ausente por motivo de saúde, enviou uma belíssima mensagem, lida no plenário da casa de maneira expressiva, pelo nosso amigo Paulo Abrantes. Ao meu amigo professor, doutor José Cezário de Almeida, que a despeito de estar representando o magnífico Reitor da UFCG, Tompsom Mariz, me deixou lisonjeado em seu discurso, quando disse que eu era seu professor na escola do rádio. Aos deputados Carlos Dunga Júnior e Socorro Marques (esta presidiu os trabalhos da sessão) enquanto o outro fez um belíssimo pronunciamento enaltecendo as qualidades do nordestino.
Agradeço ainda, ao promotor de Justiça Severino Coelho Viana, ao jurista Janduhy Carneiro Sobrinho, representante do Dr. Geraldinho – prefeito interino de Pombal, ao meu sobrinho rev. Clodoaldo Albuquerque Brunet, que me me levou no seu carro até João Pessoa me acompanhando em todo trajeto da viagem ida e volta. Ao meu irmão engenheiro Carlos Brunet de Sá, que juntamente com sua consorte Salete, nos acolheu muito bem em sua confortável morada.
Finalmente, agradeço a minha família bem representada na ocasião - por seus integrantes, residentes em João Pessoa, a todos meus amigos, saudando-os através do Desembargador Antonio Elias de Queiroga, sua digníssima esposa Dra. Onelia Queiroga e seu filho Dr. Onaldo Queiroga, juiz da 5ª Vara da capital, Dr. Antonio Carneiro Arnaud ex-prefeito, ex-deputado federal e diretor presidente de honra da Fundação e Hospital Napoleão Lauriano e ainda aos coronéis Kelson e Marcilio Pio de Queiroz Chaves.
Aos meus amigos companheiros de rádios de ontem e de hoje, a Imprensa paraibana em nome da nossa queridíssima presidenta jornalista Marcela Sitônio, do nosso amigo particular jornalista Edmilson Pereira, Presidente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e do jornalista Gilson Souto Maior, amigo de longas datas, digno diretor da TV Assembléia, aos quais quero compartilhar com eles o prêmio que recebi e a alegria que sinto.
A colônia pombalense na capital, que nos prestigiou em peso marcando presença na sessão, lotando todos os recônditos do plenário deputado José Mariz. A todos, inclusive ao meu amigo Eliezer Gomes cujo portal www.eliezergomes.com eu participo como colunista. A imprensa da minha terra que se deslocou até a capital dos paraibanos para prestigiar e informar a região sertaneja.

Meu muito obrigado!
Deus recompense a todos!

*RADIALISTA
Contato brunetco@hotmail.com
Web. www.clemildo-brunet.blogspot.com
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E A SESSÃO ESPECIAL DE 10 DE JUNHO. ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E A SESSÃO ESPECIAL DE 10 DE JUNHO. Reviewed by Clemildo Brunet on 6/14/2010 09:59:00 AM Rating: 5

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