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JOEL SANTANA - PÉ QUENTE NÃO, COMPETENTE SIM.

Por Francisco Vieira*

Bem, se para conquistar título o time tem que ter estrela – coincidência ou não – a taça de campeão carioca em 2010, foi parar no lugar certo. Aliás, as taças, porque o FOGÃO fez barba, cabelo e bigode, vencendo os dois turnos do campeonato. Assim, os troféus tomaram rumo certo e com justiça pararam na sede do Botafogo de Futebol e Regatas, onde se juntaram a tantas outras também importantes conquistadas ao longo de sua história.
Na verdade foi mais um título sofrido como os demais e conquistados às vezes contrariando a vontade de alguns árbitros que tentaram em vão no apito prejudicar o alvinegro de General Severiano. De certa forma contribuíram para que se tornasse mais importante, pois quanto mais sofrido mais vivido.
O técnico Joel Santana, para alguns, considerado “pé quente” ou “sortudo”, que se tornou uma referência no futebol carioca mostrou mais uma vez sua inteligência, competência na verdade. Assumiu o comando após desastrosa derrota de 6x0 para o Vasco da Gama. Chegando como salvador da pátria, mudou a maneira de jogar do time transformando numa equipe competitiva ao ponto de ganhar o tão sonhado título.
Campeão desde 1907, seu primeiro título, embora o hino oficial faça referência ao ano de 1910. A diferença de datas deve-se ao fato de que, ao ser composto o hino por Lamartine Babo, o título encontrava-se em questão e somente depois fora decidido no tapetão e dividido com o Fluminense Futebol Clube.
O Glorioso como é chamado, embora possa parecer o inverso, é de fato um time de grandes conquistas e tradições, senão vejamos em síntese. No período de 1932 a 1935, foi campeão quatro anos consecutivos tornando-se o único tetracampeão estadual, de cujos jogadores era a base da seleção. Na verdade era só craques, desde o goleiro Vitor até o ponta Petesko. Nilo e Carvalho Leite eram os destaques, sendo o primeiro o craque e o segundo o goleador.
Lembramos os anos de 61 e 62, que foi indiscutivelmente o melhor Botafogo de toda história. Tinha orgulhosamente na linha de frente os cinco titulares da copa Chile. Ninguém menos que Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagalo, além de Nilton Santos, cognominado “a enciclopédia” e que se tornaram mais que uma preocupação, para as zagas adversárias atuais, um pesadelo. Comparado a esse time somente nos anos de 67/68, com Manga no gol e na frente Rogério, Gerson, Jairzinho, Roberto e Paulo César. Era um ataque irresistível.
Depois em 1989 e 1990. Era o fim de um amargo jejum de 21 anos sem títulos. A festa foi sofrida, porém, inesquecível. E não poderia ser de outra forma. Por incrível que pareça o resultado foi 1x0, sobre o arqui-rival Flamengo, com gol, de Maurício número 7, como que reverenciando Garrincha e aos 21 minutos do segundo tempo. Feliz coincidência.
Veio em seguida o ano de 1997, quando vencemos o Vasco da Gama na final pelo placar de 1x0, com gol de Dimba. O título foi comemorado de forma jocosa ou com dança, pra ser mais preciso em represália a Edmundo, que já havia ironicamente dançado para Viola do Corinthians e Gonçalves do Botafogo. É, isso mesmo, quem rir por último rir melhor. Depois, em 2006, ganhamos mais um título estadual. Desta feita, com todo respeito ao Madureira que se apresentou como um grande vice-campeão.
Finalmente, agora em 2010, depois de três tentativas inúteis vingamos o todo poderoso Flamengo impedindo o tetra campeonato. Era simplesmente uma equipe bem estruturada. De estrelas mesmo havia somente uma estampada na camisa que é o símbolo tradicional do clube. É que futebol é conjunto. Assim, com bons jogadores como Antonio Carlos e Fahel, a raça de Herrera e Loco Abreu, a habilidade de Lúcio Flávio, os gols providenciais de Caio - o Talismã - o espírito lutador de Leandro Guerreiro, Alessandro, Renato Cajá, bem como as defesas arrojadas do goleiro Jeferson, enfim, de todo elenco que mesmo sem estrelato confirmou na prática que campeonato se ganha com raça, conjunto e determinação. Portanto, de forma simples, traçando planos em sua tradicional e inseparável prancheta, Joel encontrou o segredo de vencer. Parece que ali está escondida a sete chaves a fórmula da vitória. É o mapa da mina. Assim, foi que o ataque gringo e o goleiro Jeferson conseguiram desmoronar o tão badalado “Império do Amor” causando desarmonia e separação.
Todo título é importante, causa de alegria e satisfação. E, quanto mais sofrido melhor. A propósito, permitam-me os rubro-negros, mas em que pese à importância do clube da gávea, com todo respeito a sua história, verdade seja dita, contra o Flamengo a conquista é melhor ainda. Cada título vale em dobro. Cada conquista é uma glória. Sua grandeza é infinita, imensurável. Com certeza tem mais sabor e emoção.
Por tudo isso está de parabéns toda torcida botafoguense, inclusive eu, é claro, pois, relembrando o saudoso Armando Nogueira, faço minhas suas palavras: “o Botafogo sou eu”. Congratulo-me com toda torcida por mais um título, graças ao competente Joel Santana – O REI DO RIO – cuja conquista faz do fogão mais GLORIOSO.
Obrigado. Parabéns Joel Santana.
SALVE O BOTAFOGO.
Pombal, 06 de junho de 2010.
*Professor,ex-diretor da Escola Estadual João da Mata e ex-secretário de administração do município de Pombal.
JOEL SANTANA - PÉ QUENTE NÃO, COMPETENTE SIM. JOEL SANTANA - PÉ QUENTE NÃO, COMPETENTE SIM. Reviewed by Clemildo Brunet on 6/07/2010 05:42:00 PM Rating: 5

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