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FUTEBOL POMBALENSE (1920-1990)

Eronildo (foto)
Eronildo Barbosa*

“Quem não sonhou em ser um jogador de futebol”( Skank)

Tive o prazer de ler o livro Futebol Pombalense (1920-1990), do pesquisador Verneck Abrantes, que decidiu lançar luzes sobre a história do Brasil a partir do município. Está fazendo aquilo que Michel Foucault, filósofo Francês, chamou de Micro-História.

Com as condições que tem ele vai à luta. Garimpa dados em Museus, Cartórios, Igrejas, Jornais, Bibliotecas, Cemitérios, Casa de família, entre outras fontes, inclusive a oral, com o compromisso de legar as novas gerações informações sistematizadas sobre fatos relevantes de Pombal.

Nessa oportunidade ele escolheu o futebol de Pombal como objeto de investigação. A decisão foi acertada porque poucos conhecem a história desse esporte, na terrinha, como o autor.

No início dos 1960 Verneck já transitava com facilidade no ambiente futebolístico de Pombal. Viu jogar boleros como Agnelo, Natal Queiroga, João Rapadura, Dilau, Carrinho, Panela, Buá, Luís de Camilo, Nêgo Adelson, entre outros da chamada velha-guarda do futebol, coesionada em torno do São Cristóvão Futebol Clube.

Mais tarde, na segunda metade dos anos 1960, já como atleta, Verneck dividiu os campos e as quadras com Carlos Cesar, Ridinei, Almivan, Condida, Esdras, Bosco, Mosquito, Amauri, Manezinho,Tuzin e outros craques do seu tempo.

O fato de Verneck ter vivenciado esse processo facilita muito o trabalho de investigação, porém, não é determinante para êxito da empreitada. O sucesso depende do esforço desenvolvido para encontrar documentos que respaldem a pesquisa. E isso Verneck fez muito bem.

As fotos dispostas ao longo do livro é outra obra à parte. Ver os jogadores trajando camisas com manga comprida, com cadarço para amarrar a gola, toca na cabeça como os antigos jogadores ingleses, além do estandarte do time na mão, é uma delícia.

O livro mostra mais: quem anda pelas ruas centrais de Pombal não sabe que nos terrenos em que foram construídos o açougue e o bar-centenário eram campos de futebol, onde Agnelo e outros jogadores mostravam suas discretas habilidades nas quatros linhas.

Verneck deixou o povo falar em seu livro. São vários os depoimentos de pessoas que ajudaram a desenvolver o esporte na terrinha. Algumas histórias são mais do que hilariantes. O porco, doente, que foi servido aos atletas de Pombal por ocasião de um jogo de futebol em Cajazeiras; ou as camisas de um time de futebol que, quando lavadas, deixou a água do Rio Piancó avermelhada, graças a precariedade do tecido e da tinta, não pode deixar de ser lida pelos amantes do futebol e da boa literatura.

Até o autor dessas linhas, um interessado na história de Pombal, foi comtemplado no livro do Verneck. Um artigo que escrevi em abril de 2009, em que trato da importância do Campinho do Ginásio Diocesano para minha geração, publicado no site da Rádio Liberdade, foi agasalhado nessa obra.

O livro é muito bom. As histórias permitem que o leitor faça uma bela viagem a Pombal de antigamente. Só senti falta de uma bibliografia. Ela é importante porque aponta pistas para outros pesquisadores que querem dá continuidade a essa investigação.

Boa leitura. Boas gargalhadas. Valeu Verneck!

*Eronildo Barbosa é professor universitário autor do livro Sindicalismo em Mato Grosso do Sul -1920-1980.
FUTEBOL POMBALENSE (1920-1990) FUTEBOL POMBALENSE (1920-1990) Reviewed by Clemildo Brunet on 12/23/2010 12:02:00 AM Rating: 5

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