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INUSITADO, MAS VERDADEIRO

Onaldo Queiroga
Existem histórias e estórias. Há também situações que possuem aspectos inusitados e que terminam por criar uma fumaça de dúvidas sobre se os fatos são verdadeiros, mentirosos ou até mesmo fruto de loucura.

Imaginem que uma paciente que estava internada no Hospital Psiquiátrico São Pedro, situado na Avenida Epitácio Pessoa, na cidade de João Pessoa, um dos mais movimentados da capital paraibana, recebera alta, isto num dia de sábado, no período da manhã. Pois bem, tão logo saiu do nosocômio, resolveu ir para casa e, para tanto, teve que atravessar a congestionada avenida até a parada de ônibus do outro lado, a fim de pegar um coletivo.

Para a surpresa do médico que lhe dera alta, o paciente, cinco minutos depois, retorna para o interior do hospital, repleto de escoriações e coberto de sangue. O esculápio, aflito, olhou para o paciente e indagou: O que foi isso? O Paciente, por sua vez, gritando, disse: “Fui atropelado por uma lancha!!!”. O médico colocou as mãos na cabeça e exclamou: Interna que ele tá doido de vez. Surpreeendentemente, algumas pessoas que socorreram a vítima, dentre elas o responsável pelo atropelamento, logo trataram de confirmar que realmente o paciente havia sido atropelado por uma lancha. O médico ficou curioso.

O fato é que, quando o paciente saiu do hospital, ficou na calçada esperando diminuir um pouco o trânsito. Passados alguns minutos, e quando o tráfego acalmou, então, resolveu atravessar a avenida Epitácio Pessoa, iniciando assim a percorrer a primeira faixa da avenida. Nesse momento, um veículo trafegava na terceira faixa, sentido centro/praia, o qual rebocava uma lancha. Acontece, porém, que a referida lancha soltou-se do reboque, caindo no asfalto, e, ganhando velocidade, foi em direção ao paciente, chocando-se com ele.

A situação é inusitada, sem dúvida, mas é verdadeira, aconteceu e eu sei quem dirigia o veículo que rebocava a sinistra lancha. Agora, considerando que o atropelado era uma paciente psiquiátrico, então, num primeiro momento, é de se colocar dúvida sobre a veracidade do acontecido.

A situação é tão peculiar, estranha e inusitada que nos faz crer que tudo não passa de uma grande mentira, uma piada, ou mesmo, uma boa estória afeita àqueles que costumam contar causos.

Por isso, é importante nunca fazermos avaliações precipitadas, devemos sempre ouvir com calma e paciência aquilo que nos chega aos ouvidos, checando a veracidade, para, assim, emitirmos nossa conclusão.

Onaldo Queiroga – Juiz de Direito
INUSITADO, MAS VERDADEIRO INUSITADO, MAS VERDADEIRO Reviewed by Clemildo Brunet on 7/30/2011 09:49:00 AM Rating: 5

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