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O SILÊNCIO DA ALEGRIA


Onaldo Queiroga
Onaldo Queiroga*
Tantas guerras, desencontros, violência, fome, desamor e incredulidade. Qual o remédio para tanto sofrimento? Na nossa visão, a resposta está na alegria, uma nascente perene do humor, esse estado de ânimo que nos impulsiona na vida, regulando a nossa saúde física e espiritual.

Os humoristas, com suas charges, piadas e vídeos engraçados, contagiam os ambientes por onde passam. Com o vento cortante do humor, aniquilam a tristeza, fazem gracejos, pilhérias e, com seus trejeitos, divertem o público. Palhaços de ontem, humoristas de hoje, são todos seres que plantam alegria, colhem sorrisos e disseminam a felicidade.

Altos, pequenos, gordos e magros, todos espalham o riso. É a medicina humoral dos antigos Gregos que ainda funciona em pleno Século XXI. Quando estamos tristes, cabisbaixos, acometidos de uma macacoa, não há remédio melhor do que um show de humor. O espírito relaxa diante do intenso movimento físico e espiritual provocado pelas risadas e gargalhadas, que, inclusive, chegam até a transbordar lágrimas que rolam pelo rosto da felicidade.

São poucos os humoristas para alcançar uma legião de seres marcados pelo desencanto de um mundo tão materialista. Desses poucos, há um de quem não podemos esquecer. Ele nasceu das águas do açude de Coremas. O pequeno notável se fez forte como as águas da sua terra. Deixou o sertão e, sob os ares frios da Serra, instalou-se na Campina, aquela dos antigos tropeiros, a Grande Rainha da Borborema.

O tempo foi passando e o menino de Coremas, nas páginas do Jornal “A Palavra”, desenhou o humor através de suas charges. Depois vieram a 9-Idéia, as emissoras de rádio, o teatro e a televisão. O pequeno sertanejo, numa boa invernada, deixou o seu humor transpor paredes e seguir o curso do rio da alegria. Suas águas, denominadas “sorrisos”, desaguaram no Domingão do Faustão, na Praça é Nossa, no Show do Tom, até perceber que “Tudo é Possível”.

No palco, Leonardo, Joelma, Zezé de Camargo e até o próprio Luiz Gonzaga, imitações que levam o público ao delírio. Seu humor é singular, contagiante. Foi através de um amigo comum, Alessandro Bonfim, que conheci esse pequeno e extraordinário Shaolin.

Na China, os Templos Shaolin reúnem grupos de mosteiros budistas e também significam “Floresta Jovem”. Na nossa pequena Paraíba, Shaolin é símbolo da alegria, da força, da coragem, do amor, da fé e da esperança, esperança que se renova minuto a minuto, no sentido de que o silêncio da alegria seja quebrado e volte aos palcos o sorriso festivo daquele irrequieto filho de Coremas.

Nos braços da sua amada Laudiceia e demais familiares, a floresta do humor se faz jovem novamente e logo mais escreverá mais uma página para alegrar os brasileiros.
Um abraço, Shaolin. Que Deus continue a te guiar.

*Pombalense, Juiz de Direito da 5° Vara Cível da Capital da Paraíba
O SILÊNCIO DA ALEGRIA O SILÊNCIO DA ALEGRIA Reviewed by Clemildo Brunet on 7/19/2011 05:39:00 AM Rating: 5

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