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O RIO QUE LEVA, TRAZ

Onaldo R. Queiroga
Onaldo Rocha de Queiroga*

Já dizia Santa Tereza D´ávila que “ter coragem diante de qualquer coisa, essa é a base de tudo.”

O homem nunca deve ter medo de enfrentar as dificuldades e as intempéries postas em no seu caminho. Medo só dos castigos de Deus. Há um dito popular que sabiamente compara nossas vidas, nosso viver com a vida de um rio, ou seja, como ele, nascemos e partimos em busca de um ideal, de um sonho. O rio almeja alcançar o oceano e ao abraçá-lo com suas águas tornar-se o próprio oceano. Já o homem busca sempre o caminho à felicidade e para alcançá-la tem, como o rio, um longo trajeto.

Como o rio, é necessário percorrer trechos planos de fácil correnteza e caminhar, mas também transpor outros trechos de erosões, assoreamentos, pedras e desvios fatais. Contudo, é preciso ter coragem e fé para suplantar os percalços das trilhas. E é nos momentos difíceis que temos que ter principalmente a fé conosco, para com ela exercitarmos a coragem de enfrentar e transpor os obstáculos muitas vezes colocados em nossos caminhos pelo destino até mesmo como forma de provação e, por isso, é sempre bom lembrar o que nos ensinava Mahatma Gandhi : “de nada vale ter a fé que só consegue florescer em tempo bom. A fé, para ter algum valor, deve sobreviver à mais severa das provas.”

Outro aspecto importante na hora de se transpor barreiras é sempre busca na paciência o conselho preciso para agir. O livro sagrado – o Alcorão traz como ensinamento que Alá está com aqueles que suportam com paciência.

Assim, como o rio temos que ter paciência e coragem para vencer os obstáculos, pois quem tem uma razão para viver pode suportar todas os contratempos lançados em seu caminho, todavia, desde de que traga consigo o poder sagrado do perdão, sim aquele perdão que na visão de Dag Hammarsdjold constitui “a resposta ao sonho infantil para que, por milagre, o que está quebrado volte a estar inteiro e o que está sujo volte a estar limpo.”

Como dito no início, o rio tem como ideal maior chegar ao oceano e o que se percebe é que mesmo depois de transpor todos os percalços, o rio ao vislumbrar a imensidão das águas oceânicas, ele se inquieta, pois bate-lhe o medo, no entanto, lucidamente entrega-se ao oceano, pois conscientemente percebe que passará a integrar o próprio oceano.

O homem por sua vez busca o sonho da felicidade, e como rio após vencer todas as intempéries consegue muitas vezes ficar cara a cara com a mesma, batendo-lhe o medo, porém, não pode quedar-se, mas sim, abraçá-la e fazer com que ela integre a essência da sua alma.

Se a humanidade praticasse o pensamento de Tomás Kempis, que afirmara no Século XV, que “primeiro, fique em paz, e assim será capaz de levar a paz aos outros”, certamente o mundo não vivia numa efervescência de guerras. Ademais, “se pudéssemos ler a história secreta de nossos inimigos, acharíamos na vida de cada um deles tristezas e sofrimentos suficientes para apaziguar qualquer tipo de hostilidade.” (Henry Wsdswonth).

*Pombalense, Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Capital do Estado.
O RIO QUE LEVA, TRAZ O RIO QUE LEVA, TRAZ Reviewed by Clemildo Brunet on 12/08/2011 06:25:00 AM Rating: 5

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