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TITANIC 100 ANOS

Severino Coelho Viana
Por Severino Coelho Viana*

Neste dia 15 de abril de 2012 completa 100 (cem) anos do naufrágio do navio considerado na altura como o maior e o mais luxuoso do mundo, conhecido por Titanic.

O Titanic deixou Southampton, costa sul da Inglaterra, com destino a New York, nos Estados Unidos, ao meio dia do dia 10 de abril de 1912. Nos primeiros minutos da viagem quase houve um acidente, Assim que o Titanic deixou o cais, sua esteira provocou a aproximação do SS New York, que estava ancorado nas proximidades, rompendo as suas amarras e quase se chocando com o navio, antes que rebocadores levassem o New York para longe. O incidente atrasou a partida em meia hora, um sinal de que a partida não estava acompanhada do fator sorte. Passou o primeiro perigo alguns passageiros sentiram um abalo de tristeza dentro do primeiro navio que atravessaria o Atlântico.

Medindo 270 metros de comprimento, o navio tinha, entre outras coisas, campos de squash, piscina, sala escura para fotógrafos e elevadores. O famoso restaurante, chamado de 'Café Parisiense', era decorado ao estilo jacobino, com colunas douradas e objetos de prata finamente fabricados. O barco estava equipado, também, com o sistema Marconi, a mais nova forma de comunicação sem-fios da época.

O Titanic tinha uma capacidade para carregar 3.000 (três mil) passageiros, todavia, naquele embarque levava somente 2.207, sendo, assim, distribuídos: 322 na primeira classe; 275 na segunda classe; 712 na terceira classe e 898 tripulantes. Morreram 1.500 e sobreviveram 707 pessoas.

Os construtores do Titanic estavam convictos de que o navio não afundaria, isto porque tinha sido construído com uma tecnologia revolucionária. No casco do navio estava instalada uma verdadeira fábrica, dividida em 16 compartimentos e protegida por um inovador sistema de portas de água que eram fechadas manualmente ou automaticamente, através de poderosos eletroímãs. O transatlântico foi projetado para flutuar com dois compartimentos inundados que os construtores acreditam que a embarcação continuaria a navegar até com quatro deles cheios de água. Quis o destino que cinco deles fossem rasgados pelo iceberg quando o Titanic abalroou em Newfoundland.

O ar nos 16 (dezesseis) compartimentos do Titanic tornava o navio menos denso que a água, isto até enquanto não atingiu o iceberg. O rombo provocado pelo gelo perfurou o casco do navio e a água rapidamente encheu cinco desses compartimentos, eliminando o ar dessas salas. Deixou de haver estabilidade no navio e, por isso, a frente do Titanic ficou mais pesada, começando a submergir e fazendo com que a parte traseira levantasse para fora da água. Estavam 30.000 (trinta mil) toneladas de aço fora da água.

O naufrágio do Titanic tem sido a base de muitos romances fictícios descrevendo acontecimentos a bordo do navio. Muitos livros sobre o desastre também foram escritos desde que o Titanic afundou. O primeiro destes, aparecendo dentro de meses após o naufrágio. Os sobreviventes Segundo Oficial Lightoller e alguns passageiros, como Jack Thayer escreveram livros descrevendo suas experiências. Alguns gostaram do popular livro A Night to Remember publicado em 1955, do historiador e escritor inglês Walter Lord, que fez uma investigação independente e entrevistas para descrever os acontecimentos que ocorreram a bordo do navio. Existem dois livros publicados antes do fato tenebroso ocorrido com o Titanic que nos levam a uma profunda reflexão, como se fossem pressentimentos de naufrágio.

Quatro anos, antes do acidente, em 1898, Morgan Robertson escreveu um livro intitulado de “Futility or The Wrech on the Titan”. A narrativa do livro contava a estória de um navio que atravessava o Atlântico, batia num iceberg e afundava. Quase todos os passageiros morriam porque não havia boias de salva-vidas suficientes. O mais assombroso é que tanto o número de mortes referido na história, como a capacidade do navio fictício, e a maioria das características técnicas do Titan eram exatamente iguais às do Titanic. Para muitos, não passou de uma estranha e arrepiante coincidência e, para outros, terá sido uma premonição e, consequentemente um aviso deixado por Morgan sobre o desastre.

O outro livro que nos chamou à atenção meditativa, seis anos antes do acontecido, em 1892, escrito por William T. Stead intitulado de “From the Old World to the New” (Do Velho para O Novo Mundo). Nesta estória, também, narrava que um navio batia num iceberg e afundava. Outro navio socorreu os sobreviventes. O nome do capitão era E. J. Smith – o mesmo nome do capitão do Titanic. Vinte anos depois, Stead viajou no Titanic real, mas não sobreviveu.

Depois destas duas tremendas coincidências no campo literário partimos para os exemplos na vida real. Dois fatos reais e interessantes aconteceram, numa verdadeira vivência de sonho e realidade. Adelmans estava planejando retornar para os Estados Unidos no Titanic. De repente, Adelmans teve um terrível sentimento de perigo. Ela e o marido desistiram de viajar no Titanic.

No lado da história real, Blanche Marshall assistiu a partida do Titanic, numa ilha perto de Southamptor. Repentinamente, ela falou alto e bom som: “este navio vai afundar antes de alcançar a América”. E continuou externando a sua visão real: “eu posso ver centenas de pessoas na água gelada”.

Quando James Cameron escreveu o roteiro do filme Titanic queria mostrar uma história de amor que ocorreu dentro do transatlântico no percurso da viagem que findaria com o naufrágio, onde a bela moça se apaixonava pelo plebeu de terceira classe, mas a força do destino os separou, apenas sobrevivendo a donzela enamorada. A estória de amor entre Rose, representada pela atriz britânica Kate Winslet e Jack Dawson, interpretado por Leonardo DiCaprio´s, não é verdadeira, o diretor cinematográfico colocou no roteiro apenas como o atrativo do filme.

É tanto que, James Cameron foi o grande vencedor da noite do Oscar, em março de 1998, na cidade de Los Angeles. Ao total foram ganhos 11 Oscars das 14 indicações:

Na seguinte ordem: 11 vitórias de 14 indicações: Oscar para Filme, Oscar para Cineasta - James Cameron, Oscar para Direção Artística, Oscar para Fotografia, Oscar para Efeitos Sonoros, Oscar para Figurino, Oscar para Edição de Som, Oscar para Efeitos Especiais, Oscar para Montagem / Edição, Oscar para Trilha Sonora - James Horner, Oscar para Canção Original - My Heart Will Go On.

Na vida real, na arte literária e no campo cinematográfico, o naufrágio do Titanic ainda continua cheio de mistérios.

João Pessoa, 15 de abril de 2012.

*Escritor pombalense e Promotor de Justiça em João Pessoa - PB.scoelho@globo.com
TITANIC 100 ANOS TITANIC 100 ANOS Reviewed by Clemildo Brunet on 4/14/2012 10:05:00 PM Rating: 5

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