banner

A CRISE ECONÔMICA DA EUROPA E A ELEIÇÃO DE HOLLANDE

Eronildo Barbosa
Eronildo Barbosa*

Os que continuam apostando que o mercado por si só resolve as grandes contradições do modo de produção capitalista tiveram mais uma derrota das muitas que estão se avizinhando no cenário internacional. A eleição de François Hollande para presidência da França representa um alerta importante contra as politicas neoliberais que continuam levando o mundo para o buraco negro das crises econômicas.

A Europa já apresenta uma taxa de desemprego aberto da ordem de 10.5%. Se considerarmos apenas a Espanha o desemprego já atinge 25% da sua População Economicamente Ativa. Esse cenário tem gerado muito sofrimento as populações mais pobres. Aquelas que só têm sua força de trabalho para vender como outra mercadoria qualquer.

Uma “sombra” muito esquisita volta a pairar sobre o velho continente. Ela está contribuindo diretamente para que os políticos que apostam nas alternativas neoliberais sejam desapeados do poder. As últimas eleições vêm mostrando essa tendência.

As crises que o capitalismo vivenciou no passado mostraram que a saída só pode acontecer por meio de mais investimentos e não ao contrario. As ideias keynesianas que contribuíram para tirar o capitalismo da crise dos anos 1930, na prática, mostram claramente que o caminho é mais investimento.

Inclusive e principalmente por meio do Estado, que deve ter o papel de indutor das politicas econômicas e sociais.

Por problemas ideológicos e outros os intelectuais orgânicos do capital preferem seguir cegamente a cartilha do pensamento neoliberal. Tudo está subordinado aos interesses imediatos do capital. Não existe espaço para que o social seja colocado no centro dos debates. Por isso mesmo aumenta o desemprego e a miséria.

Mas, por outro lado, as vozes roucas das ruas também aparecem nesses momentos de tensão econômica. Às vezes por meio de eleições e outras por revoltas populares. Quem conhece a história da Europa sabe muito bem que ela é rica em experiências politicas e econômicas radicais.

Ali já foram criados e destruídos vários modos de produção.

A vitória de François Hollande é um alerta. É um indicativo de que a sociedade civil pode escolher outros caminhos para tentar debelar a crise criada e gestada pelo próprio capital.

Isso é relevante. Pode impedir que a crise se torne mundial e leve de roldão todo o esforço que muitos países estão fazendo para continuar crescendo e gerando emprego e renda para seu povo.

É o caso do Brasil que, com erros e acertos, segue um caminho com relativo sucesso e independência.

Aliás, achei positivo o conselho que Dilma Rousseff deu ao novo Presidente da França. “ É preciso responsabilidade macroeconômica, mas, sobretudo, com politicas que favoreçam o crescimento, o emprego, e a inclusão social”, disse ela.

Não sei se François Hollande vai considerar o conselho. A economia europeia tá muito engessada. Os dirigentes políticos, na prática, tendem a seguir os rumos do capital.

A verdade é que se ele seguir o caminho da austeridade plena e radical como defendem os bancos, logo será substituído e não ajudará na construção de um mundo com mais justiça social e esperança.

 *Doutor em educação e professor universitário.
A CRISE ECONÔMICA DA EUROPA E A ELEIÇÃO DE HOLLANDE A CRISE ECONÔMICA DA EUROPA E A ELEIÇÃO DE HOLLANDE Reviewed by Clemildo Brunet on 5/08/2012 11:14:00 PM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion