VERNECK ABRANTES, DISCRETO, PORÉM EFICIENTE MILITANTE EM DEFESA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DE POMBAL

José Tavares de Araújo Neto

Jose Tavares de Araujo Neto*

Houve um tempo, não muito distante, que Verneck Abrantes era uma voz uníssona na defesa dos  valores culturais e do  patrimônio histórico de Pombal. Naquele tempo eram muitos os que desdenhavam dessa sua luta solitária, aparentemente fadada ao fracasso.

Além de sermos primos, ramos da mesma descendência  genealógica advinda do casal Filemon Estevão de Sousa e Ana Benigno Cardoso, também temos em comum a condição de sermos pombalenses e termos  estudado na Faculdade de Agronomia, em Areia, uma cidade que tem destaque no Estado pela sua especial atenção as artes, como também pelo compromisso em preservar seus valores histórico, artísticos  e culturais.  Por isso, neste texto sinto necessidade de escrever um breve parágrafo dedicado a Areia, cidade localizada no Brejo paraibano.

Como eu disse, os cidadãos de Areia têm uma cultura voltada pelo reconhecimento de seus valores históricos, são,  desde o berço,  preservacionistas por excelência, Respeitam sua cidade como se fosse um local sagrado, um legado dos seus ancestrais, que necessita de constante proteção (Não é  à toa que Areia hoje é a única cidade da Paraíba, e umas das poucas do Nordeste, reconhecida oficialmente como patrimônio do povo brasileiro).

Foi através do convívio e testemunhando atitudes do  povo de Areia,  como também  observando as exemplares  lições de Verneck, que aprendi que a preservação da história de um povo é um dos atos obrigatórios e necessários para o exercício pleno de sua  cidadania.

Em Pombal, no  balanço das perdas e danos, houve avanços visivelmente significativos, afinal foram  muitas as vozes que se juntaram ao pioneirismo daquela voz solitária. Aquele soldado único de uma batalha  quase desconhecida  chamado Verneck Abrantes  tem conseguido, ao longo do tempo,  juntar mais gente, engrossando o batalhão em torno de um ideal,  que é a luta constante e a vigilância permanente  para que sejam preservados os símbolos e marcos que irão servir de  ilustração  à história de Pombal sempre que ela for contada.

Verneck Abrantes

É indiscutível os significativos avanços no que hoje já podemos denominar de movimento. Basta lembrar que já houve tempo que, em regra,  os pombalenses se aglomeravam em torno de um imóvel de inestimável valor histórico que estava sendo demolido,  aplaudindo a cada parede que caía. Porem, é muito cedo para contar vitória, jamais podemos nos  negligenciar, a  batalha é árdua e deve ser contínua e perene, e no front ainda há muito espaço a ser conquistado.


Não tenho dúvidas que neste momento, em que grande parte da população de Pombal se mobiliza para defender a preservação da chaminé da Brasil Oiticica, Verneck sente-se bastante  gratificado ao sentir que sua luta pioneira não tem sido em vão. Desde cedo, ele como excelente engenheiro agrônomo que o é,  sabia muito bem que para sentir o sabor do fruto, é preciso, antes de tudo, plantar  a semente e cuidar da planta, pois o nosso solo é muito fértil.

Avante companheiros! A luta continua!

*Engenheiro agrônomo e articulista