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Eleições, a publicização dos mitômanos


Genival Torres Dantas


Genival Torres Dantas*



Em 2010 tivemos eleições gerais para a presidência da república, governadores, senado e câmara federal, além das assembléias legislativas em toda federação. De lá para cá tivemos poucos nomes que pudéssemos chamar de renovação, ou novo cenário político nacional.

A presidente eleita mantém a política da manutenção administrativa do PT, seguindo uma diretriz traçada pelo governo Lula, com ênfase no assistencialismo e a luta incessante na manutenção do emprego, louvável atitude da presidente Dilma que procura trabalhar nesse momento de crise internacional, sem querer aparecer como era o caso do governo anterior que tinha como preocupação maior o estrelismo desvairado. Nos governos estaduais cada um vai se salvando como pode, sem nenhuma expressão que pudesse ser citada como um novo nome despontando para o futuro. Apenas o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, vem mantendo sua coerência na condução do seu Estado, mantendo o mesmo patamar de eficiência da sua gestão anterior. Os demais governadores na mesmice de uma repetição nem inovação. 

A única novidade surgida nos executivos estaduais foi o fato novo gerado com o caso Cachoeira, prejudicando algumas administrações, quando é questionado na justiça, a participação da quadrilha desse mentor intelectual, de uma rede de corrupção, infiltrada nos governos, principalmente, dos Estados de Goiás, Brasília e Rio de Janeiro.

No legislativo alguns destaques, como a senadora Ana Amélia lemos (PP-RS), com uma atuação brilhante no nosso senado, justificando a tradição gaucha no nosso legislativo. A Paraíba nos mandou o ex-governador do seu Estado, senador Cássio Cunha Lima (PSDB), pela sua retórica, vem ofuscando, no seu partido, um outro senador, emergente, Aécio Neves (PSDB-MG), que muito se espera dele, principalmente por se apresentar como um provável candidato do seu partido ao governo federal.

O ex-ministro da justiça Aloysio Nunes Ferreira Filho senador (PSDB-SP), juntamente com o senador José Pedro Gonçalves Taques (PDT-MT), aparecem com a lucidez jurídica dos grandes mestres a nos dar esperanças de um novo tempo. A grande surpresa realmente veio do Amapá, que elegeu esse jovem socialista, pernambucano de Garanhuns, senador Randolph Frederich Rodrigues Alves(PSOL), hoje um dos políticos de maior credibilidade junto a opinião pública nacional. Esses neófitos congressistas juntaram-se aos veteranos, porém consensuais, que dignificam a vida pública: Álvaro Dias (PSDB-PR), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Paulo Renato Paim (PT-RS), Pedro Jorge Simon (PMDB-RS), Eduardo Matarazzo Suplicy (PT-SP), Kátia Regina de Abreu (PSD-TO) e o irretocável pernambucano de Recife, senador Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque (PDT-DF). Essa plêiade apesar  de honrosa para todos nós é muito pouco no universo de 81 componentes do nosso senado, quando os demais componentes não aparecem no cenário político com um trabalho atuante, ou realmente não estão honrando o cargo para o qual foi eleito pelo voto popular, portanto, decepcionando seus eleitores. Essa amostragem traduz uma realidade política incontestável, a atuação política depende especificamente da pessoa e não do partido ou sigla partidária.

Teremos este ano uma nova eleição, agora no âmbito municipal. Muitos falsos profetas, defensores dos pobres e oprimidos, essa é a tônica dos inescrupulosos, enganadores da boa fé, que vão se apresentar, conchavos já foram feitos ou ainda estão se arquitetando. De todos os eleitos que vão surgir, amanhã, alguns poucos, farão parte de novas listas de ilustres defensores das causas populares. Entretanto, uma grande maioria vai para a relação negra dos mitômanos, pois a mentira nunca vai prevalecer sobre a verdade, esses passarão sem nenhuma marca que possa dignificar suas passagens pelo mundo político. Seus projetos não terão consistência para justificarem novos mandatos. E será sempre a renovação, nem sempre tão necessário, esperamos que para o melhor, que dará força à continuidade da vida dos crédulos.

*Escritor e Poeta
Eleições, a publicização dos mitômanos Eleições, a publicização dos mitômanos Reviewed by Clemildo Brunet on 7/04/2012 08:48:00 AM Rating: 5

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