ODAIR JOSÉ E ROBERTO MULLER ROMANTIZAM OS 24 ANOS DA REJEITADA!
CLEMILDO
BRUNET*
Parece
incrível que a Rejeitada há alguns anos atrás, tenha tido seu começo pelo ideal
de quatro rapazes: Nestor Nunes, Pedro França, Sérgio Paulo e Galdino Mouta,
que deram por falta do Serviço de alto Falantes do Parque Maia, aquele, que em
tempos passados através de seu Serviço de Alto Falantes, alimentava as emoções
de seus ouvintes com a música estilo brega românticas, canções essas que
deixavam ultrapassar de forma transparente todo sentimento do âmago da alma
humana.
Pois
bem: Esses rapazes queriam tão somente em meio a festa do Rosário no centro da
cidade, encontrar um lugar onde pudessem ouvir as músicas do seu gosto
predileto, mas, foram repelidos e rejeitados peremptoriamente pela maioria das
barracas instaladas na festa. Finalmente, para ouvirem a fita cassete, os
rapazes encontraram guarida na barraca de Mariquinha de Jaca (saudosa memória),
bem em frente ao Banco do Brasil, local distante do evento. Daí nasceu a
REJEITADA!
Duas
décadas são passadas e
A REJEITADA ao longo de todos esses anos vem mantendo
sua tradição. No dia 29 do corrente será o registro de sua Vigésima Quarta
versão no Pombal Ideal Clube às 22 horas, que contará com as presenças
marcantes de uma dupla de astros da nossa música pop brega romântica, ODAIR
JOSÉ e ROBERTO MULLER, cada um com suas características e estilos
musicais de carreira solo.
Segundo
Aurélio, literalmente - romantismo foi importante movimento de escritores que,
no princípio do século IX abandonaram as regras de composição e estilos de
autores clássicos, pelo individualismo, pelo lirismo e pelo predomínio da
sensibilidade e da imaginação sobre a razão.
A
despeito da nossa mídia não dar destaque a esses dois cancioneiros populares,
caraterísticos do romantismo, eles têm seu público fiel e seus fãs clubes, transpõem
fronteiras transmitindo através das músicas que cantam, extravasando o estado
da alma de nossa gente, preconizado no colorido de suas canções, exaltando os
instintos da imaginação e da fantasia, os sentimentos e a valorização dos
transportes místicos.
HISTÓRICO DE CADA UM
ODAIR JOSÉ DE ARAÚJO
nasceu no dia 16 de agosto de 1948 em Morrinhos Goiás. Odair José despontou no
cenário musical no início dos anos 1970 e em menos de dez anos havia vendido
cerca de 66 milhões de discos. Suas músicas mantinham forte apelo popular, ao
mesmo tempo em que abordavam temas-tabu para uma sociedade ainda reprimida pelo
regime militar.
A canção "Uma
Vida Só (pare de tomar a pílula)", batia de frente com a campanha do
governo a favor do uso da pílula anticoncepcional ao dizer "todo dia a
gente ama/ mas você não quer deixar/ o fruto desse amor nascer/ (...) pare de
tomar a pílula/ porque ela não deixa nosso filho nascer", de modo que a
música causou polêmica e foi censurada. (Contribuição de Elizabeth)
É
autor de sucessos como "Cadê você", que voltou a ser hit em 90 na voz
da dupla Leandro e Leonardo. Por todos os feitos na cultura popular, foi
chamado de “cantor das empregadas domésticas” e “Bob Dylan da Central do
Brasil”. Nenhum dos codinomes o agrada.
“Nunca entendi essa
comparação. Bob tem letras fantásticas, está acima de 10 Chicos Buarques. Eu
não tenho essa capacidade. Faço boleros, assim como os Beatles e o Roberto
Carlos. Se Paul McCartney fosse brasileiro, também teria sido tachado de
brega.”
Na
visão do cantor, suas composições não alcançaram apenas um extrato social. Usou
como matéria-prima os temas de uma época e se define como “cronista da
realidade”. Para ele, difícil não é compor com requinte. “O complicado mesmo é fazer o povo sair cantando e não esquecer o que
você produziu. Música elaborada é muito mais fácil de fazer”.
(G1
de 21/05 a 24 de 05/2012 - série de entrevistas com sete ícones da música brega).
ROBERTO MULLER
Nascido em 17 de
fevereiro de 1937, natural de Piracuruca, no interior do Piauí e batizado como
José Ribamar da Silva, Roberto Muller lembra que iniciou sua carreira em São
Luís. "Por incrível que pareça, foi justamente o velho Bogéa (José Ribamar
Bogéa, o Zé Pequeno), um grande amigo e colaborador, que me lançou no mundo
artístico", declarou o cantor, lamentando que num show em 2009, comemorativo
aos seus 50 anos de carreira, em Teresina, descobriu uma triste notícia nas
páginas de um livro didático: ele "morreu ainda jovem e é lembrado com
carinho pela sua contribuição à arte". Müller foi "morto" na
página 14 do livro "Educação sem fronteiras", um especial sobre arte
popular lançado em 2002 pelo governo do Piauí.
O cantor descobriu a
falsa informação quando um fã lhe mostrou o livro durante um show em uma
churrascaria em Teresina, no qual estava sendo homenageado pelos seus 50 anos
de carreira. "Há uns tempos eu havia notado que minha média de shows tinha
caído. Eu vivia com a agenda cheia e de repente caíram para dez apresentações
por mês", explica Muller, que está processando o governo do Piauí por
danos morais. O artista e seu advogado Marcos Vinícius Furtado ainda calculam o
valor da indenização que pretendem pedir na Justiça.
Começou a carreira
artística na Rádio Timbira, em São Luiz do Maranhão em 1956. Em 1958
desembarcou no Rio de janeiro para cantar nas noites, principalmente em locais
preferidos dos boêmios como Cabaré Brasil, na antiga Lapa, Dancing Avenida,
Boite Balalaika e Dancing Brasil.
Com 50 LPs e 18 CDs
lançados pela gravadora Sony & BMG, o artista de Piracuruca destaca como
sendo seus “hits” os balados românticos "Entre espumas", "Sofro
por ti" e "Nunca mais brigarei contigo". Lembro-me ainda que em
meados dos anos 60 Roberto Muller fez seu primeiro show em Pombal no auditório
do antigo Ginásio Diocesano, graças a um diálogo mantido por mim e pelo meu
amigo Genival Severo, junto ao Padre Martinho Salgado, diretor do educandário,
que gentilmente cedeu o local para apresentação do cantor, uma vez que a
Direção do Cine Lux havia deixado de aceitar artistas
em seu palco.
Dois anos foram
suficientes para torná-lo um dos bons intérpretes da canção brasileira. Em 1960
gravou um 78 rotações para a Columbia. Em 1963, após dois compactos, lançou seu
primeiro álbum "nunca mais brigarei contigo", conquistando
definitivamente um lugar de destaque no cenário artístico nacional. A partir de
então, Muller tornou-se presença obrigatória nos programas de televisão.
Finalmente, depois de se apresentar na "discoteca do chacrinha", na
extinta TV Tupi, ganhou o título de "Pingo de ouro do Brasil" do
próprio Abelardo Barbosa.
Roberto Muller tem o
dom de cantar a dor de cotovelo, a música romântica dos apaixonados. Em 2009
ele completou 50 anos de carreira e 70 de idade e tem cerca de 70 discos
gravados entre LPs e CDs. Entre os muitos prêmios ao longo da carreira estão
inclusos seis discos de ouro.
De
uma simples brincadeira de quatro amigos, por se sentirem rejeitados em virtude
da opção pela música brega, ainda hoje, apesar das dificuldades financeiras, A
Rejeitada-Festa Brega do Sertão, de um sonho tornou-se realidade e a
cada ano seu público aumenta mais.
Qual
será o motivo do grande sucesso da REJEITADA?
Pombal,
21 de setembro de 2012.
Radialista,
Blogueiro, Colunista
Twiters:
@clemildobrunet e @ brunetcomunica
ODAIR JOSÉ E ROBERTO MULLER ROMANTIZAM OS 24 ANOS DA REJEITADA!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/21/2012 08:19:00 AM
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