MUNICÍPIO: Bons projetos, bons resultados!

Ignácio Tavares

Ignácio Tavares*

Frase chave: Quando existe vontade política é possível superar todas as dificuldades. Vejamos ao longo deste texto algumas considerações sobre ações de ordem pública que resultaram em relevantes mudanças qualitativa e quantitativa nos cenários econômico nacional e local.

A história contemporânea nos mostra que, quando governo e

sociedade civil querem os bons ventos soprarão na direção desejada. Nada mais importante do que um governo que administra com o olhar voltado para os interesses maiores do povo que o levou ao poder. Se o povo o fez poder, também o quer como  abnegado executor dos projetos de interesse da coletividade.

O papel do executivo, em seus diferentes níveis é o de conduzir o ente público o qual administra a níveis satisfatórios de desenvolvimento econômico e social. Não é fácil porque os obstáculos são inúmeros, mas é possível. Tudo está a depender da vontade, do esforço no sentido de remover os obstáculos.

Desenvolver é o desejo de todos os povos aqui ou em qualquer parte do mundo. O ser humano sempre busca maximizar seu bem-estar através de uma maior disponibilidade de bens e serviços segundo o seu desejo. Para atender a esse desejo não há outro caminho a não ser através da prosperidade, ou melhor, do desenvolvimento econômico e social.

O desenvolvimento é um processo de mudança devidamente programado no espaço e tempo. Tem efeitos consequentes, pois provoca inovações no modo produtivo, no modo de ser das pessoas, ainda abre espaços para investimentos setoriais associados ao capital, trabalho, gestão, bem como para novas tecnologias.

No inicio deste milênio, mais do que nunca desenvolver é preciso. Politicamente pode-se dizer que o desenvolvimento é uma ideologia que deve estar presente nas propostas de ação governamental dos grupos instalados no poder, seja qual for a instância administrativa. Como tal deve ser real, seja, jamais poderá ser peça de retórica de discursos de palanques.

Assim fica claro que o poder público em qualquer época, em qualquer lugar tem importância fundamental na condução de  políticas de ações transformadoras que o povo necessita e requer. Convém lembrar que em 1954, o então candidato a presidente da república JK adotou um mote que serviu de base para o seu governo. Nos seus discursos de palanques falava: a minha administração terá como lema, “cinquenta anos em cinco”.

Realmente em cinco anos JK revolucionou a economia brasileira. Implantou o parque industrial automobilística alem de sequenciar de forma acelerada a política de substituição de importações iniciada nos anos trinta. Ademais investiu pesado em obras de infraestrutura rodoferroviária, em portos, aeroportos, entre tantas outras obras indispensáveis ao desenvolvimento do país.

Ademais, para encerrar o seu período ousou construir a capital federal, no centro oeste, a fim de interiorizar o processo de desenvolvimento. Dessa forma, a sua profecia se realizou, pois, nunca a economia brasileira cresceu tanto em tão pouco espaço de tempo, conforme preconizou o saudoso presidente do povo.

Há outros casos, dignos de referencia, por esse Brasil afora, até mesmo aqui no Estado da Paraíba. Por exemplo: o caso do prefeito do município Matinhas que ousou mudar os rumos da economia local. O referido município localiza-se no agreste paraibano, região pobre de poucas oportunidades de investimentos.

Acontece que por ocasião da campanha o então candidato a prefeito assumiu o compromisso de transformar o município no maior produtor regional de tangerina. O município reúne condições ideias, pois possui solo clima, sobretudo vocação histórica para exploração da referida cultura. Com certeza só precisava de um apoio decisivo do setor publico municipal. 

Aconteceu...Tiro e queda, hoje o município em questão, não só produz tangerina em escala monumental como também exporta para toda região nordestina, com perspectivas de exportar para o exterior. Quando há vontade política tudo pode acontecer. Agora quando não há proposta alguma, nem tampouco vontade política, com certeza, nada acontecerá. Vale lembrar o provérbio que diz: “todo mundo sabe aonde chegar quando trilha pelo caminho certo”

Há muito precisamos buscar o nosso caminho. Discursos vazios não bastam. Precisamos de um mote compatível com os anseios do povo da terrinha. Um mote do tipo: “em quatro anos vamos transformar Pombal no maior produtor de hortifrutigranjeiro do sertão paraibano”. È possível? É sim senhor, porque assim como em Matinhas temos terras, água, sobretudo um bando de abnegados irrigantes dispostos a ingressar numa empreitada dessa natureza. Só nos resta dizer: mãos a obra minha gente!

Finalmente, convém ressaltar que para a implantação de um projeto desse gênero não existem dificuldades, pois o governo do Estado acaba de anunciar que pretende incentivar a irrigação de 2 500 hectares na região de Pombal. Desse modo já existe o caminho aberto para formulação de políticas publicas conjuntas no sentido de dinamizar a irrigação nas terras de Pombal e adjacências.

Com efeito, é oportuno que o executivo municipal busque conhecer com mais detalhes esse projeto junto ao governo do Estado a fim de se preparar para o estabelecimento de parcerias. Repito: é público e notório que  temos terra, água e muita vontade por partes dos proprietários situadas às margens do Piancó. Ora, se o prefeito de Matinhas revolucionou a economia do município, por que não podemos fazer o mesmo aqui em nossa terra? Repito: desenvolver é preciso, permanecer no atraso não é preciso. Perdoa-me Fernando Pessoa...

João Pessoa 18 de Novembro de 2012

*Economista e escritor pombalense