banner

Os Fatos se Repetem

(Foto: Carolina Lauriano/G1)

Genival Torres Dantas*

O que verificamos na primeira semana de 2013 é exatamente a reprodução das políticas públicas empreendidas pelo governo brasileiro e
a repetição de fatos que são recorrentes a todo inicio de ano, com tragédias envolvendo enchentes, desastres com inúmeras vítimas, prejuizos materiais, desalojados, desabrigados. Desalentos de um povo que sofre com a inoperância das autoridades que se revezam nas desculpas inconsistentes para justificar seus fracassos administrativos.

No Rio de Janeiro onde a tragédia foi notícia na mídia, no decorrer da semana, muito embora outros Estados foram vítimas também da mesma calamidade natural, o número de pessoas afetadas são preocupantes. A história se repete e faz muito tempo. Essa nova ocorrência no Rio de Janeiro, é sintoma de vários fatores negativos que envolve o comportamento do ser humano. As autoridades públicas primam em administrar os recursos financeiros do erário de forma absolutamente irresponsável, quando da execução de obras e serviços para o bom atendimento às necessidades da comunidade de seus respectivos municípios, Estados e da própria Federação. Refiro-me ao fato específico da cidade de Duque de Caxias, baixada fluminense. Segundo relatos e imagens na imprensa nacional, a cidade em foco está com o serviço de recolhimento do seu lixo, gerado pela população, com mais de 90 dias suspenso, gerando um acúmulo  de resíduos na via pública sem precedentes na sua história. Esse fato gerou uma tragédia ainda maior, o que podia ser evitada dentro das proporções ocorridas. Sacos de lixo lançados aos rios só servem para contaminar a água que nos alimenta e nos serve, nesse caso, serviu para, retidos no leito, elevar o níveo das águas, principalmente do Capivari, causando enchentes ainda maiores.

Esse é apenas um caso dentro tantos descasos dos nossos administradores. É de se lamentar que as autoridades não reconheçam seus defeitos, imputando a outras situações o despreparo no gerenciamento das coisas públicas. O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, juntamente com o ministro da integração Nacional, Fernando Bezerra de Sousa Coelho, debitaram à legislação atual a falta de ação no plano de contenção das encostas e cuidados com os leitos dos rios que provocam enchentes às suas margens, alegando o prazo de 180 dias é exiguo para solução dos problemas decorrentes, sem a necessidade de concorrência pública, quando seria necessário um prazo de 18 meses. Parece até piada de mau gosto numa hora dessa, se o plano é de extensão usa-se fases ou etapas, é uma questão de querer resolver os problemas, e não querer sair pela tangente.

Nos últimos 08 anos temos convividos com esse tipo de situação provocada pela natureza em todo o país. Apenas dois casos para justificar a afirmativa: no Sul, Santa Catarina, o Vale do Itajai-Açu foi vítima da tragédia em 2008 e as promessas quando não cumpridas estão num processo de inércia de profunda angústia para os afetados, e continuam esperando soluções por parte dos seus responsáveis legais. No Nordeste, o Estado de Pernambuco também padeceu de tragédia, com enchentes, e as promessas ficaram, em grande parte, no papel, esperando que a burocracia seja desenrolada e as soluções efetivadas. O Brasil como um todo espera ações eficientes e eficazes, para tudo há limites, a fadiga existe até mesmo no aço, imagene então no ser humano, principalmente o brasileiro, e para aquele que sobrevive com escassos recursos, dependendo, na maioria das vezes, do ganho diário, vivendo de bicos e biscates, para manter a própriia família; e ver sua morada ser levada pelas águas ficando sem nenhum utensílio doméstico para acomodar os seus na luta diária, quantos deles ficando apenas com a roupa do corpo.

É chegada a hora de alguém olhar para essa situação não com olhar de compaixão, mas com a visão dos dignos, dos executores, dos servidores à causa pública, investindo nas soluções efetivas, sem paliativos. Ações sociais também é investir nas melhorias das cidades, nos diversos serviços para uma vida melhor das comunidades. É de se imaginar que ações socias também é da comunidade, com tratamento mútuo, se sentindo em condições de igualdade com os demais, não fazendo obras jogando diretamente nos esgotos os dejetos humanos, como ocorre nas nossas praias e rios, contrariando a ética da boa convivência e prejudicando o trabalho feito pela administração municipal dos nossos municípios. Não adianta reclamarmos apenas das nossas autoridades constituídas  temos que fazer nossa auto-culpa, pondo a mão na consciência e verificarmos se estamos sendo dignos de exigirmos algo como retorno daquilo que fazemos para conviver e melhorar a humanidade.

O exemplo recente do Estado do Rio de Janeiro não é para ser seguido ou lamentado. Serve de espelho para procurarmos resolver nossos problemas domésticos. Todos nós sabemos que é mais barato prevenir que remediar, quando fazemos algo para evitarmos problemas futuros estamos automaticamente evitando prejuizos maiores, a manutenção corretiva e mais onerosa que a preventiva, esse é um assunto líquido e certo. Portanto, vamos fazer nossa parte, autoridades e comunidade, juntos faremos com que as coisas aconteçam com maior facilidade, rapidez, e com justiça social.

*Escritor e Poeta pombalense.
Genival_dantas@hotmail.com  
Os Fatos se Repetem Os Fatos se Repetem Reviewed by Clemildo Brunet on 1/07/2013 01:07:00 PM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion