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WILSON SEIXAS, 11 ANOS: CHAFURDOU NO LIXO MORREU E RESGATOU A HISTÓRIA DE SUA ALDEIA.

Clemildo Brunet

Clemildo Brunet*

Pode parecer hilário o título desta coluna, mas o fato é que, nem o Ministro e nem outra autoridade desse país mandou o historiador WILSON NÓBREGA SEIXAS ir chafurdar no lixo para repor e colocar em ordem a história do Município de Pombal desde sua fundação à descoberta das três datas significativas da nossa urbe.

Racionando direitinho lembro-me de um comentário feito em uma de minhas colunas, pelo cidadão Jório Eduardo Maia, taquígrafo da Assembleia Legislativa da Paraíba: “A conservação da memória cultural, humana e espiritual é fundamental para preservação da identidade de um povo. parabéns Clemildo Brunet de Sá”.
Wilson Nóbrega Seixas

Parabéns a WILSON NÓBREGA SEIXAS que não mediu esforços indo até as últimas consequências. Chegou a admitir com muita propriedade, ter errado, quando das informações no seu livro “O Velho Arraial de Piranhas” em 1962, pela gráfica A Imprensa. 

Noutra ocasião em outra revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), lançada nos quinhentos anos do descobrimento do Brasil, ele voltou a tratar do assunto.

Mesmo com a saúde abalada, WILSON NÓBREGA SEIXAS, grande estudioso, ficou cada vez mais frágil quando pegando em documentos de arquivos de cartórios e
câmaras (chafurdando no lixo literalmente) adquiriu fungos e o trabalho tornou-se árduo e cansativo e já não atendia a necessidade de seus anseios. Vindo a falecer no dia 11 de março de 2002 na capital João Pessoa e sepultado em Pombal.

Porém, sua vontade a todo custo era reeditar “O Velho Arraial de Piranhas”, conseguindo o intento e lançamento póstumo, contando com seus amigos também escritores e pesquisadores: Verneck Abrantes, Evandro Nóbrega e Jerdivan Nóbrega de Araújo.

O compêndio sobre WILSON NÓBREGA SEIXAS de autoria de Luiz Hugo Guimarães traz uma declaração curiosa: “Wilson continuou grudado a velhos alfarrábios que trouxera de Pombal e adjacências, alguns papéis abandonados pela Câmara Municipal de Pombal no lixo, que com cuidado colocou em sacos de estopa, amealhando-os avaramente em sua residência para examinar posteriormente”. Pág. 15.

Se Wilson sacrificou a própria vida para ver sua obra certinha conforme as novas pesquisas que empreendeu, certamente amava sua terra natal - disso não tenho dúvida!

UM APÊNDICE INDISPENSÁVEL SOBRE O HISTORIADOR WILSON NÓBREGA SEIXAS.

Evandro da Nóbrega
POR EVANDRO DA NÓBREGA.

O Velho Arraial de Piranhas

A contribuição de Wilson Nóbrega Seixas provém especialmente (mas não exclusivamente) da segunda edição de seu livro O velho arraial de Piranhas (Pombal, lançado originalmente em 1961, pela gráfica do jornal A Imprensa de João Pessoa — mas completamente reformulado pelo próprio Autor, numa reedição que, a seu pedido, tivemos a honra de coordenar e editar). Essa segunda edição é a que se deve levar em conta, pelo que a seguir se esclarece.

Nos últimos anos de vida, Wilson afligiu-se enormemente por constatar erros factuais e de interpretação. Em sua principal obra. Chegou a entrar em depressão e, por intermédio do desembargador Raphael Carneiro Arnaud, convidou-nos para um entendimento sobre como publicar uma edição aumentada, corrigida e definitiva de O velho arraial de Piranhas.
Colocamo-nos à sua inteira disposição — e, juntamente com ele, em seu computador, fomos pacientemente revisando toda a obra, até chegarmos a um texto final satisfatório. Mas Wilson faleceu sem poder lançar seu livro, cuja edição já estava totalmente pronta e acabada. Seu falecimento ocorreu a 11 de março de 2002, em João Pessoa, aos 86 anos de idade e com 37 anos de atividades no IHGP, onde ocupava a Cadeira nº. 15, cujo patrono é Fernando Delgado Freire de Castilho.

Em Pombal Wilson Seixas exerceu a cátedra como professor da Escola Normal “Arruda Câmara” e do Colégio Diocesano. Na área de sua atividade profissional (Cirurgião Dentista) fundou a Sociedade de Assistência Dentária à Maternidade e à Infância.

Gostava de preservar o patrimônio histórico de sua cidade. Certa vez junto ao Instituto Histórico e Geográfico Paraibano do qual era membro, lançou veemente protesto contra a pretensa demolição da antiga Cadeia Pública de Pombal obtendo como resultado a preservação desse bem histórico onde foi fundada a “CASA DA CULTURA DE POMBAL” em julho de 1989.

Zélia Seixas
QUEIXA DA VIÚVA...

"Entristeço-me por saber que não tem nada em homenagem a Wilson! Eu perdi o meu marido, que deu a vida revirando aqueles livros antigos para escrever o Velho Arraial de Piranhas, no centenário de Pombal - PB, e Pombal em nada o prestigiou”. Zélia Carneiro.

Pombal, 11 de março de 2013.

11° ANIVERSÁRIO DE MORTE DE WILSON NÓBREGA SEIXAS.

*Radialista, Blogueiro, Colunista
Twiters @clemildobrunet e @brunetcomunica
www.clemildo-brunet.blogspot.com

COMENTÁRIO
Clemildo!
Parabéns pela Crônica elogiosa e antes de tudo, realista.
Concordo com Zélia, que pouco se fez para homenagear esse pesquisador, historiador, professor, dentista e muitas outras qualificações.
Assim como, Professor Newton Seixas, poucas lembranças ou memórias são ou foram relatadas sobre aquela pessoa que por suas mãos educou muitos filhos de Pombal.
Abraços
Carlos Medeiros
WILSON SEIXAS, 11 ANOS: CHAFURDOU NO LIXO MORREU E RESGATOU A HISTÓRIA DE SUA ALDEIA. WILSON SEIXAS, 11 ANOS: CHAFURDOU NO LIXO MORREU E RESGATOU A HISTÓRIA DE SUA ALDEIA. Reviewed by Clemildo Brunet on 3/10/2013 09:42:00 AM Rating: 5

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