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O perigo mora ao lado

Onaldo Queiroga
Fernanda Ellen

Onaldo Queiroga*

Uma criança alegre, bonita, cheia de sonhos, querida por todos que a conheciam e com um mundo inteiro para descortinar. Refiro-me a Fernanda Ellen. Ela que num passo de mágica, simplesmente sumiu, desapareceu, como tantas outras crianças somem todos os dias neste país. A noite chegou, a madrugada também, o dia seguinte raiou e nada da menina. Todos passaram a indagar: onde está Fernanda Ellen? Sequestrada, morta, o que realmente teria acontecido?

Mobilizou-se mídia, polícia, redes sociais e
o tempo passava, porém, nada de Fernanda. A família angustiada, sofria e alimentava a esperança de encontrá-la viva. A maldade do mundo especulava, surgiam trotes e estórias sobre o sumiço, dificultando as investigações desenvolvidas pelas autoridades competentes. Falou-se que ela foi levada por um caminhoneiro, eram versões e mais versões, mas nem sinal da menina.

O tempo foi passando, a cobrança aumentando em relação as investigações e nada de Ellen. Mas como diz o dito popular, não há crime perfeito, sempre existe um descuido que permite a revelação da verdade. Não poderia ser diferente no caso “Fernanda Ellen”. Contudo, o que impressiona é que às vezes a vida se confunde com a ficção. Logo que soube do desfecho,  lembrei-me do filme “O Perigo Mora ao Lado”, inspirado nas obras de Alfred Hitchcock, película que narra as suspeitas de uma jovem convencida que o seu vizinho é um assassino.

Pois bem. Passados três meses do desaparecimento, após um rastreamento realizado pela polícia em relação ao aparelho celular de Ellen, chegou-se ao retrato falado do assassino. E a ficção, infelizmente, tornou-se realidade. Um vizinho, inicialmente, que não levantava qualquer suspeita era o responsável pelo sumiço e morte dela. A frieza da ação criminosa nos deixou perplexo, pois após matá-la a enterrou no quintal de sua casa e ainda participou das buscas e dividiu as dores com a família da vítima.

Um monstro. Tudo isso em nome da droga e da perversidade de ser sem sentimentos. A vida de Ellen trocada por algumas pedras de crack. Meu Deus! É preciso afastar do nosso tempo as drogas e seus males inimaginavelmente cruéis. A maconha, a cocaína e o crack devastam famílias e a própria sociedade. Há uma sensação de impotência que não pode prevalecer. O poder estatal e a própria sociedade devem reagir em nome da paz social. Por isso, sou contra a marcha da maconha, ela é a porta de entrada para um inferno sem volta. A insanidade desse mundo interrompeu os sonhos e a vida dessa garota, Que Deus a tenha!

*Escritor pombalense, Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Capital.
O perigo mora ao lado O perigo mora ao lado Reviewed by Clemildo Brunet on 4/18/2013 09:54:00 AM Rating: 5

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