IMPRENSA, espaço de todas as opiniões e povos
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
Desde os primórdios dos tempos, o homem se comunica com seus
contemporâneos de diversas formas. A história registra que os primeiros sinais
de comunicação são marcas e desenhos feitos em pedras, principalmente nas
cavernas usadas e deixadas anteriormente aos humanos, mais conhecidos
taxonomicamente como Homo sapiens. O exercício dessa prática vem evoluindo até
chegarmos aos sumérios da Mesopotâmia, anterior a 3000 a .C., quando é
conhecido o escrito com características ideográficas.
Com a evolução, em 2000
a .C. surgem novas indicações de registros de serviço
postal pelos egípcios, despachos em documentos em papiro, que surge em
substituição ao pergaminho. O papel é inventado na China,
durante a dinastia
Han (
Século XV, ano de 1439, o alemão Johannes Gensfleisch zur Laden
zum Gutenberg, ou simplesmente Johannes Gutenberg (1398/1468), usa a impressão
por tipos móveis, após ter inventado a prensa móvel. Gutemberg, assim ele ficou
conhecido, imprime seu primeiro livro em 60 meses, ou 5 anos, 1450/1455, a
Bíblia, relatada como a Bíblia de Gutenberg.
A partir do século XVlll o invento de Gutenberg passou a imprimir
jornais como meio de comunicação, nascendo o termo imprensa, um segmento que
funciona até hoje, mesmo as extensões advindas do jornal como o radiojornal,
telejornal, e o World Wilde Web com os jornais online, o ciberjornal, e o
webjornal, incorporaram o termo imprensa, se mantendo como articuladores
culturais em todas as suas manifestações sociais, independentemente de classes
ideológicas, políticas, religiosas ou culturais.
No Brasil, com a vinda da família real surge a imprensa, em 10 de
setembro de 1808 é impresso o primeiro exemplar do primeiro jornal no Brasil: “
A Gazeta do Rio de Janeiro”, na cidade do Rio de Janeiro, com finalidade de
divulgar as notícias da Europa e os feitos e virtudes da família real. Era a
imprensa se instalando finalmente em nossa terra.
A imprensa teve sempre um papel relevante em nosso país
principalmente no segmento cultural como na política e educação. Surgem os
primeiros jornais não oficiais como o “Armazém Literário”; em 1821 o “Revérbero
Constitucional Fluminense” desempenha papel fundamental para a futura
independência. E em 1823 é lançado no Estado de São Paulo o “Farol Paulistano”.
A liberdade de imprensa no Brasil também vem sendo perseguida
declaradamente e em outros momentos de forma velada, desde a independência com
apoio dos aristocratas ruralistas brasileiros, da época.
A República é o resulta direto da nossa imprensa e seus
articuladores intelectuais. O jornal “A República” surgido no Rio de Janeiro em
1870 teve um papel importante com seu manifesto republicano; juntamente com o
“correio Paulistano” tornou o Brasil livre da escravidão e ajudou a tornar a
República uma realidade.
O jornal “A Província de São Paulo” fundado em 4 de janeiro de
1875, passou a ser designado “O Estado de São Paulo” em 16 de novembro de 1889,
desde então carrega a marca da luta pela democracia, juntamente com os jornais
“Folha de São Paulo (fundado em 19 de fevereiro de 1921), o “Correio
Braziliense” (fundado em 21 de abril de 1960, pelo influente e determinante
empresário da comunicação com os “Diários Associados”, Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Melo), “O Globo” (fundado em 29 de julho de 1925 por
Irineu Marinho). Esse conglomerado de jornalismo, se constituem nos jornais mais
influentes no Brasil, juntamente com a Editora Abril, pertencente ao Grupo
Abril, proprietária das 7 revistas, entre as 10 maiores, em tiragem, dentre
elas a “Revista Veja”.
No mês de maio último a imprensa e, por conseguinte a democracia
brasileira sofreram um duro golpe com as mortes de Ruy Mesquita (21), do “O
Estado de São Paulo”, e Roberto Civita (26), Editora Abril. Essas duas
personagens tiveram uma importância fundamental para a redemocratização do
nosso país durante a ditadura militar, 1964/1985, lutando com patriotismo e
justiça, não tiveram medo das armas e dos cárceres, fieis ao cumprimento do
dever da imprensa.
Nesse 1° de junho, quando comemoramos o dia da imprensa, fizemos
uma retrospectiva da atuação desse setor da sociedade e a parcela de
contribuição dada por ela durante sua trajetória em nosso país. Aproveito a oportunidade
para falar um pouco da nossa comunicação midiática que é aquela que vem se
impondo nos meios do intercambio cultural, principalmente a mais usada pela
nossa juventude, não só pela facilidade no uso, como pela sensação do novo,
aquilo que está mais próximo, mais rápido, portanto, mais usual.
Esse novo braço da imprensa tem se fortalecido pela intercambio,
ou mesmo usando uma palavra do meio, a portabilidade, de profissionais do
jornal escrito, do rádio e da TV, de profissionais competentes, para a Website,
instrumento de fácil manuseio e de uma extraordinária penetração em todas as
camadas da nossa sociedade, por ser de fácil acesso e rápida absorção.
Vários são os exemplos dos profissionais do rádio que estão
trabalhando nesse novo segmento com o mesmo sucesso e até mesmo maior
visibilidade no meio da comunicação. Esse sucesso se deve aos motivos
operacionais já citados e pela capacidade do profissional, em termos de
comunicação, administração do projeto, a facilidade de adaptação do profissional
aos novos tempos, pela sua versatilidade e renovação, se apresentando sempre
como uma nova opção, mas, trazendo toda sua bagagem e história sem ficar velho
nos seus fundamentos.
É nesse momento que rendo minha homenagem aos profissionais que
preenchem esses requisitos, vindos do interior do Brasil, operando em pequenas
empresas de comunicação, muitas vezes com parcos recursos materiais e com muita
dificuldade de se manterem no mercado, sempre comprimidos pelas corporações de
elevado poder de fogo dos grandes centros. Cito, dentre eles e como símbolo da
honorabilidade, um dois maiores e dedicado profissional do rádio, desde o
início da década de 60 do século passado; atuando no início em serviço de
auto-falante, Clemildo Brunet de Sá, verdadeiro baluarte na radiofonia do
sertão paraibano, um dos incentivadores e inspiradores aos jovens talentos,
pavimentou estradas para uma gama de profissionais da imprensa passada e
presente, patrocinou muitos momentos de emoções nas rádios regionais, fazendo
dos ouvintes verdadeiros seguidores do seu jeito impar de se comunicar com o
público, tanto no jornalismo como nos seus inesquecíveis musicais. Um homem que
dignifica uma classe pelo seu espírito coletivo, em defesa dos mais humildes,
da liberdade e da igualdade, ele é o que o poeta Vinício de Morais (1913/1980)
escreveu, numa letra musicada por Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim,
Tom Jobim (1927/1994): “se todos fossem iguais a você que maravilha viver” .
Hoje, nesse dia em que comemoramos a imprensa, o
www.clemildo-brunet.blogspot.com faz 6 anos de operação com o sucesso que já
era esperado pelos seus admiradores e discípulos assim como eu. O seu site é um
exemplo de respeito as diferenças e a democracia, congrega uma plêiade de
escritores ilustres do interior paraibano e outras terras, fazendo narrativas
históricas por mãos operosas de profissionais dedicados e competentes,
traduzindo os fatos com a profundidade que só os doutos nos seus temas são
capazes de fazê-los.
Muito me orgulha fazer parte dessa equipe, com meus artigos singelo,
reconheço, sem a eloquência pujante que a premência pede, mas, com o objetivo e
a seriedade necessária que cada tema merece, sem perder o respeito ao direito
do pensamento contrário, observando a ética da imprensa livre, que permeia a
conduta moral que o blog do Clemildo exige, levando informações do contexto
nacional aos leitores do nosso ponto de vista, dando assim minha pequena
colaboração semanal à esse protótipo de projeto cultural para engrandecimento
da minha ternura sertaneja, Pombal/PB.
Poeta e
Escritor
Navegantes - SC
IMPRENSA, espaço de todas as opiniões e povos
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/01/2013 06:43:00 AM
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