A esperança no lusco-fusco da vida
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
O mundo passa por uma crise de confiança, estamos mergulhando num
processo de desesperança, esse fato não é uma situação surgida repentinamente,
ela vem se alicerçando com o passar dos anos e o afastamento dos homens aos
seus valores mais básicos. Há um descontentamento generalizado e os resultados
obtidos para contermos o lado nefasto do problema são nulos, tenta-se sanar os
efeitos sem atingir as suas causas, normalmente com medicamentos homeopáticos,
de lenta ação, quando precisamos da alopatia, preferencialmente de ação
prolongada, pois, a bactéria do contrassenso que atingiu o ser humano já criou
resistência aos remédios convencionais e
caseiros.
A juventude depois de entrar num novo método de vida tendo o Estado como
tutor e a família levada a ser apenas a mantenedora do jovem, entre a infância
e adolescência, quando o relacionamento de pais e filhos encontra-se a caminho
de ser regido pela lei do código do consumidor, pela prestação de serviço, confundem-se
desejos com direitos e os filhos acham que podem tudo, mesmo porque não há
limites nas ações dos filhos. Durante o tempo e todo tempo eles vivem com toda
a intensidade e velocidade, no limite máximo, como se estivessem vivendo o
último dia das suas vidas, sem dar satisfação ou prestar contas das suas
atividades.
O resultado desse novo comportamento das novas gerações já está na rua,
há os que lutam por causa humanitária e coletiva, no restabelecimento dos
deveres do Estado como a educação, saúde e mobilidade urbana, além de um novo
modelo administrativo, pois, foi verificado que o sistema atual de governo está
simplesmente falido, sem credibilidade junto a opinião pública, contaminado
pela corrupção danosa que devia os recursos do erário público para benefício
próprio, em detrimento das necessidades básicas das comunidades carentes.
Na última semana tivemos a certeza que os problemas que se acumulavam
com as práticas imorais por parte das autoridades competentes, foram reforçadas
com atitudes de elementos de cargos de notabilidade dentro do governo federal,
que ignorando a ração popular continuaram a usar a máquina administrativa para
benesse e seu prazer habitual, usando aeronaves da FAB para deslocamentos
dentro do país, indo à casamento e jogo de futebol, como se fosse uma situação
normal, casos específicos do presidente do Senado, senador José Renan
Vasconcelos Calheiros (PMDB/AL), do presidente da Câmara Federal deputado
Henrique Eduardo Lyra Alves ( PMDB/RN), os dois sendo questionados na justiça e
sem o apoio popular, verificado nos movimentos de rua nos últimos dias; o
Ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN). Ainda tivemos
o caso do Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Benedito Barbosa
Gomes (Sem Partido), que teria assistido a um jogo da copa das confederações
num camarote de um comunicador da Rede Globo de Televisão, nesse caso não há
prejuízo ao Estado, apenas o aspecto de zelo pela imagem que ele tem junto a
opinião pública pela sua condição de presidente do (STF) e a reputação de ser
um homem que luta contra as mazelas dos poderosos. Situação deprimente ficou
por conta do Governado do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio de Oliveira Cabral
Santos Filho (PMDB/RJ), questionado sobre viagens particulares em helicóptero
de propriedade do Estado acho, simplesmente, normal pelo cargo que ocupa. Todas
essas situações podem até serem legais, mas são, no mínimo, imorais.
A juventude sem ter uma referência ou um ídolo a ser seguido, o Brasil
está um país sem ídolos na política, procura usar as redes sociais para fazer
os movimentos na luta de seus ideais, sem a participação de partidos políticos,
sindicatos ou representações de classes como OAB e CNBB, tão atuante em
movimentos de outras épocas, tais como, Diretas já (1983/1984), e o impeachment
(1992) do ex-presidente Fernando Affonso Collor de Mello (PTB/AL).
É a falta de esperança da juventude nas instituições e nas autoridades
que deviam nos representar com altivez, entretanto, essas mesmas autoridades
fazem ouvido de mercador e não escuta as vozes vindas das ruas, não leva em
consideração o reclame popular.
A população exige medidas que possam trazer um pouco de dignidade
humana, enquanto o governo no ápice da sua megalomania continua insistindo nos
seus projetos faraônicos, prometendo importar mão de obra de médicos que possam
se instalar no interior do Brasil, para essa finalidade temos soluções
caseiras, com a valorização de profissionais brasileiros, obras simples e
eficazes, não precisamos de quantidade, mas de qualidade profissional e
equipamentos para exames complementares em prédios funcionais, sem ostentação.
Estamos acostumados com o resultado pontual das promessas do governo na
introdução do PAC (programa de aceleração do crescimento), os investimentos nos
setores aeroportuários, nos rodovias e ferrovias, o constrangedor projeto da
transposição do Rio São Francisco que não andam, ficando por conta do descaso
exacerbado com o dinheiro público.
O governo devia ter aprendido com o seu afilhado, o megaempresário
mineiro Eike Fuhrken Batista, do grupo EBX, que não conformado de ser um homem
rico tentou ser o maior bilionário do planeta, esse seu sonho insano o levou à
bancarrota, em apenas 2 anos, mesmo tempo do período do governo Dilma, saindo
de um patrimônio de R$32 bilhões para R$2.9 bilhões, faltou-lhe modéstia,
humildade e bom senso. O mesmo está ocorrendo com o governo atual, tinha
praticamente uma eleição ganha, hoje os índices de aprovação mostram que a
situação vai ao segundo turno com possibilidades de perder a reeleição. Muito
embora o mentor intelectual e responsável pela propaganda política do governo,
João Cerqueira de Santana Filho, tenha afirmado que: “essa pesquisa tem valor
de uma vaia de estádio, não passa de catarse temporária. Redobro a aposta,
Dilma ganha no primeiro turno”. Prefiro
ficar com o pensamento daquele que foi um dos grandes brasileiros que muito
trabalhou pela paz da humanidade: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um
novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. (Francisco de
Paula Cândido Xavier – Chico Xavier/1910/2002)
dantasgenival@hotmail.com
A esperança no lusco-fusco da vida
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/10/2013 06:05:00 AM
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