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LÍDER POLÍTICO

Severino Coelho Viana
Por Severino Coelho Viana*

O relógio de nossa mente desperta quando sentimos o repasse das façanhas de um grande líder que ficaram registradas na história da humanidade. No âmbito de abrangência podemos dimensionar o líder no recinto familiar, comunitário, regional, nacional e universal. Os seus feitos são contados e repetidos, ninguém cansa de ouvi-los.

A princípio, ressalvamos que, o líder não é somente o vencedor ou quem ganha todas as competições, mas o que sabe perder e abraça uma causa com dignidade e devoção.
A política é denominada de arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). 

Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância. A palavra tem origem no tempo que os gregos estavam organizando as cidades-estados chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que se estendeu ao latim "politicus" e
chegou às línguas europeias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida neste idioma como "ciência do governo dos Estados". O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.

Os líderes exercem funções as mais variadas: de administrador, planejador, orientador, especialista, representante externo do grupo, controlador de suas relações internas, autor de recompensas e punições, árbitro e intermediário.

O líder procura despertar a maior participação de todos os membros na determinação de métodos e distribui as responsabilidades, estimula os contatos interpessoais e evita uma estrutura de grupo na qual predominem privilégios especiais e distinções entre membros.
O líder político ideal deve reunir algumas características que o distingue verdadeiramente como homem político em posição de poder.

Essa liderança não se aprende nos livros, mas deve ser conquistada ao longo de anos, a partir de uma trajetória de realizações, marcada pela retidão moral, coisa que a cultura política acostumou-se a chamar de ética. A liderança pode ser algo que obteve durante bom período de tempo ao lado de pessoas que comandou e das quais conquistou popularidade, confiança e respeito pelo bom exemplo que sempre deu. Coisas como garra no trabalho, lealdade, espírito de equipe, o constante desejo de crescer, a partir de metas para obter resultados cada vez mais positivos. O líder não precisa ser culto, mas deverá ser sábio e mirar-se sempre em exemplos de homens de um passado retilíneo. Deve ser popular, sem se deixar cair no populismo exacerbado, que é a vistosa máscara da demagogia.

Não se deixe trair pela vaidade excessiva nem acreditar em tudo o que ouve, principalmente quando parte dos bajuladores que costumam estar à volta, como a mosca azul que insiste em rondar o banquete para tirar vantagem da porção que apodreceu.
O líder, se não puder calçar os chinelos simples da humildade, que pelo menos faça do comedimento uma regra de viver. Paute suas palavras sempre pelo que considera como verdade, mas que não se esqueça de que cada um tem a verdade que sua janela apresenta. Lembre-se sempre de que o público que o elegeu líder, por mais simples, não é bobo e dificilmente se deixará enganar mais de uma vez.

O líder deve ser o homem político em pleno sentido. Isso signifique, na vida prática, ter serenidade sempre, por maior que seja a tormenta, jamais renuncie ao equilíbrio, meça-se pelo o grau de sensatez, pela retidão, pela justiça.

O líder tem sim o direito de errar, mas na sua contabilidade de vida, esses pequenos borrões sejam cobertos pelo amplo espectro da obra que realizou.
Pena que essa figura esteja desaparecendo cada vez mais no meio de nossa vida real para um velho quadro, escondido atrás de um escudo inescrupuloso coisas da desonestidade.

                        Um exemplo tiramos da figura ímpar de Gandhi

Gandhi, em seu tempo, foi o homem mais admirado da Índia. Certa vez, uma senhora levou seu filho até ele e pediu:
- Gandhi, por favor, fale para o meu filho parar de comer doces, ele tem um grande respeito por você e com certeza vai escutá-lo.
Gandhi pediu-lhe, então, que trouxesse o menino na próxima semana. Assim, na semana seguinte, lá estava a mulher com seu filho. Quando chegou, Gandhi lhe disse:
- Esta semana ainda não, volte na próxima.
Então, novamente na semana seguinte, mãe e filho foram até Gandhi. Desta vez Gandhi falou com o menino:
- Seria interessante que você pensasse em diminuir a quantidade de doces que come.
O garoto, de acordo, respondeu:
- O senhor tem razão. Vou pensar no assunto e diminuirei os doces que como.
A mulher, intrigada, perguntou a Gandhi:
- Porque o senhor não o fez isso logo na primeira semana, quando lhe pedi?
Gandhi lhe disse:
- Eu sempre adorei doce, não achei justo pedir ao menino algo que um homem como eu não consegue fazer. Na primeira semana, eu não consegui e não me senti preparado para conversar com ele. Somente quando controlei a quantidade de doces que comia é que me senti forte para falar com ele.

Voltamos o pensamento para a nossa aldeia, a cidade de Pombal. Terra que ouviu o nosso primeiro soluço e sentiu o nosso primeiro passo. Podemos constatar que tivemos dois grandes líderes. Um, a nível local, o Dr. Avelino Elias de Queiroga que gostava do povo pobre, quando passeava pelo seu querido Bairro dos Pereiros, sem demagogia. Vencia ou perdia eleições, mas não gastava dinheiro na compra de votos, não barganhava com coisas sórdidas nem fazia falcatruas. Servir aos humildes era uma virtude de sua grande alma. O seu grande empreendimento foi o sacerdócio da medicina. Morreu e não deixou patrimônio nem grandes fortunas para desfrute familiar. Prova de que não se beneficiou dos cargos eletivos que chegou a exercê-los. O outro líder, a nível estadual, o Senador Ruy Carneiro, que pela energia que transmitia do seu olhar, a vontade de fazer o bem sem olhar a quem e não guardar rancor dos adversários políticos era o seu dom natural. Na vida ele teve adversários políticos, mas não se registra nenhum desafeto ou inimigo pessoal. Não havia lugar do mundo onde estivesse que não abraçasse um paraibano, e, especial, uma acolhida de consanguinidade ao pombalense. Não perdia eleições quando entrava na disputa, a única que perdeu morreu sabendo que ganhou, assim confirmou o Tribunal Superior Eleitoral.

O líder nato pratica seus atos por devoção, por amor, com vontade de fazer o bem para todos, sem distinção e sem discriminação. Ser líder é nascer com a natureza para tal fim, ou seja, é uma pessoa vocacionada em defesa da coisa pública.

Faça uma autoanálise, se você se enquadrar, pelo menos na maioria dessas hipóteses, é um líder. Caso contrário, ou mude de estilo ou abandone o leme. O futuro nada lhe será promissor!

João Pessoa - PB, 02 de setembro de 2013.
*Escritor pombalense e Promotor de Justiça em João Pessoa – PB.
scoelho@globo.com
LÍDER POLÍTICO  LÍDER POLÍTICO Reviewed by Clemildo Brunet on 9/02/2013 11:26:00 AM Rating: 5

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