banner

Começa a pavimentação das três vias prováveis ao planalto

Genival
Genival Torres Dantas*

Finalmente começa a corrida para o ano político no Brasil. Como se trata de uma nova eleição direta, a de número 7 depois do regime militar (1964/1985). Com a redemocratização assume a Presidência da República José Sarney de Araújo Costa (1985/1990), por eleição indireta e morte de Tancredo de Almeida Neves. De lá para cá tivemos seis eleições diretas, Fernando Affonso Collor de Mello 1990/1992, com o impeachment do Collor, assume num mandato tampão (1992/1995), como seu vice, Itamar Augusto Cautiero Franco; dois mandatos do Fernando Henrique Cardoso (1995/2003); dois mandatos do Luís Inácio Lula da Silva (2003/2011); o atual mandato da presidente Dilma Vana Rousseff, desde 2011, consolidando-se, portanto, seis mandatos por eleições diretas.

Sendo a próxima eleição a de número sete para presidência da república, governos estaduais e o legislativo, em termos de eleições diretas, e
como esse número é o mais místico de todos, lembrei-me dos sete pecados capitais, uma relação próxima ao meio político, pela qualidade da maioria dos políticos que se apresentam ou se apresentarão para o sufrágio das urnas populares. A soberba, a Ira, a Inveja, a Luxúria, a Gula, a Avareza e a Preguiça, é um composto maledicente para uma plêiade que procuramos depositar a nossa confiança e o destino do país que tanto amamos, não chego a tal ponto.

Entretanto, na outra ponta, as sete virtudes: a Fé, a Esperança, a Caridade, a Prudência, a Justiça, a Força e a Temperança, são qualidades que não condizem com a realidade política dos nossos tempos principalmente pelos imbróglios que somos submetidos no dia a dia das duras penas que somos obrigados a passar pela ineficiência e incapacidade dos nossos dirigentes.

Entre as inúmeras referências ao número sete e suas correlações com o misticismo, busquei as ponderações do grande mestre Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como Mahatma Gandhi (1869/1948), como os sete perigos para a virtude humana: 1) A riqueza sem trabalho está intrinsecamente ligado ao tema dominante nas políticas nossas de todos os dias, a corrupção; 2) O prazer sem consciência traduz a gastança exacerbada sem pensar na carência dos mais necessitados e desvalidos; 3) O conhecimento sem caráter leva o homem a praticas acima do irracional; 4) Os negócios sem ética, atos dominantes arraigada na nossa cultura desde o Brasil Colônia; 5) A ciência sem humanidade, prática da aberração quando o mais forte subjuga o mais fraco e esse é tratado como um elemento menor pela sua subserviência tecnológica; 6) A religião sem sacrifício, a lógica encontrada nos ignóbeis para justificar toda sua ignorância; 7) A política sem princípios, não tenha dúvida que é a máxima encontrada em todas as correntes políticas que atuam no território nacional, quando se busca o se servir gulosamente sem permitir-se o bem servir como objetivo primordial.

Saindo do mítico e fazendo uma avaliação dos três maiores partidos e seus coligados que buscam a presidência da república, com possibilidades reais dentro da atual conjuntura, a presidente Dilma Rousseff (PT), sem dúvida tem os maiores recursos para negociar com os partidos que fazem parte da sua base aliada e que buscam cargos nos seus 39 ministérios, na política de presidencialismo de coalizão, já há uma reforma ministerial em andamento para acomodar os companheiros que buscam as eleições, concorrendo ao executivo ou legislativo, e os que querem um cargo ministerial já pensando no possível sucesso da atual presidente.

As dificuldades existem para conseguir atender as exigências tanto do PT, seu partido, e os aliados, aqueles considerados de peso, especificamente o PMDB que quer maiores privilégios dentro do governo, enquanto outros ainda não conseguiram uma fatia do bolo e agora é a hora mais certa para negociar e conseguir seus objetivos.
Na oposição, o PSDB tem conseguido unir as correntes que existem dentro do partido, inclusive a participação do seu filiado mais representativo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ficando de fora nas últimas eleições, um erro crasso do partido, tem sido evidenciado como um forte cabo eleitoral para a próxima campanha. Esse fato surgiu depois que o PT atinou que algumas políticas, do governo FHC, colocadas em práticas estavam corretas e deram resultados, começou a copiá-las e praticá-las mesmo que com designações diferentes.

Outro fato interessante é a convocação, pelo provável candidato do partido, senador por MG Aécio Neves da Cunha, de personalidades ilustres na campanha e durante o governo tucano, com grandes destaques, é o caso do Armínio Fraga que foi presidente do Banco Central entre 1999/2003; o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia; Xico Graziano, um tucano histórico e tendo ocupado a chefia de gabinete do ex-presidente FHC. Os nomes começam a ser definidos para uma corrida de difícil pronóstico.
Quando Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima não conseguiu, em 2013, registrar seu partido, Rede Sustentabilidade, e fez um acordo com o PSB, partido do candidato a presidente da república Eduardo Henrique Accioly Campos, acreditava-se que o índice nas pesquisas do Eduardo Campo fosse chegar aos dois dígitos, puro engano, até agora nada de novo ocorreu, e a oposição perdeu uma fortíssima candidata, que era a Marina Silva, para levar as eleições ao segundo turno.

Na realidade não estamos vendo nada que possamos chamar de novo para um país envelhecido pelas políticas superadas, com políticos já desgastados pelo tempo, e nada oferecem para que possamos sair desse marasmo que entramos pela nossa própria incompetência de renovação.
Estamos esperando propostas efetivas, dos senhores candidatos, com noções claras na área econômica; no campo educacional, um dos setores mais carentes, temos um índice muito grande de jovens sem estudar e sem trabalhar, fazendo parte dos rolezinhos que assustam as grandes cidades, mergulhados na incerteza do amanhã, que virá; uma medicina internada na UTI da mediocridade, quando brasileiros ainda morrem nas filas dos hospitais em busca de internações; uma segurança que não oferece nem mesmo locais adequados para reter os condenados pelos crimes praticados, gerando uma verdadeira anarquia e insegurança nos presídios atuas e seu entorno à população.

Ficando nós, os brasileiros trabalhadores, trancafiados em nossas casas com medo de uma bala perdida, a qualquer hora do dia ou da noite; as vias de locomoções são verdadeiros contornos ao caminho ou descaminho da morte, pela vingança praticada pelos foras da lei, não respeitando nem mesmo crianças ou senhoras, vítimas da desumanidade e incompetência governamental.
 *Escritor e Poeta

Começa a pavimentação das três vias prováveis ao planalto Começa a pavimentação das três vias prováveis ao planalto Reviewed by Clemildo Brunet on 1/24/2014 07:39:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion