O homem e seus mundos
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| Onaldo Queiroga |
Onaldo Queiroga*
Cada
cabeça, um mundo. Imaginem quantos mundos existem neste planeta? Muitos de
nossos irmãos insistem em residir no fantástico e ilusório templo do
materialismo, onde, viver bem pressupõe o vale tudo, onde o céu, ou mesmo o
inferno, é o limite.
Pelo
ter, atropelam sentimentos, amizade, gratidão, honestidade, sinceridade e
dignidade. Há uma sistemática propaganda relacionando a felicidade aos bens de
consumo. Viver bem, pelo conceito publicitário criado por uma grande parte da
humanidade, é andar de carro importado, é viajar pelo mundo afora, é exibir
joias, enfim ostentar um bom padrão de vida, independentemente do preço a ser
pago. Sob a égide desse conceito banalizado, o homem vem caminhando por uma
estrada movediça, até parece que ele resolveu rasgar do seu dicionário a página
que consta o significado do vocábulo “ser”, e
lá só há o conceito de ter. Com tantos
desvarios, o homem esquece-se de viver o “ser”, que é cultivar Deus no seu
íntimo. Existem alguns poucos que ainda vislumbram o ser e enxergam o ter não
como uma condicionante exclusiva para se alcançar a felicidade. Essa é uma
equação baseada em sentimentos e conceitos profundamente fincados na paz e no
amor.
O
pior é que no seio de tantos mundos estão os desamparados, vivendo as dores da
miséria material e muitas vezes espiritual, escravos de uma estrutura social
brutalmente desumana. Daí a sensação de que o homem parece que enveredou por
não querer mesmo seguir a natureza das coisas. Deveria viver sob o alimento do
amor, mas nem sempre é assim. É preciso renovar a esperança por um tempo de
maior consciência, no sentido de que só mudando o próprio homem teremos uma
equação viver bem equânime. Que as incertezas de um mundo tão inseguro, abram
espaço para um tempo com menos guerras e fome. Busquemos construir um tempo
mais fraterno, onde, ao invés de carabinas e olhares abutres, passemos a
conduzir em nossas mãos e na retina de cada olho, o branco das flores que
vencem a insanidade do reino dos ímpios.
*Escritor e Juiz de
Direito da 5ª Vara Cível de João Pessoa - PB
O homem e seus mundos
Reviewed by Clemildo Brunet
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2/25/2014 06:43:00 PM
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Um comentário
Caro conterrâneo,
Num mundo em que a mídia prega o consumismo, o "ter" realmente tem preponderância sobre o "ser". Agora, em pleno carnaval podemos observar isso. Vejo jovens em Railux som barreiras de som tocando músicas de gosto duvidoso, ou nenhum gosto, cheio de garotas lindas, fazendo com que se associe que o "ter" é o fundamental nessa vida. Todos lutam para "ter". O "ser" torna-se secundário. Mudar esse estado de coisas é muito difícil em face de uma mídia viciada que mostra aos nossos jovens apenas a valoração material da vida. Infelizmente somos impotentes diante dessa mídia e o que podemos fazer é tentar mostrar aos nossos descendentes o valor do "ser", mesmo em franca desvantagem.
Grande abraço.
Antonio D. Maniçoba
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