SERÁ COMO A MANHÃ: 20 ANOS!
Clemildo Brunet*
“E a tua vida mais clara se
levantará do que o meio dia; ainda que haja trevas, será como a manhã”
Jó:11:17.
A manhã no sentido do
surgimento de um dia radioso e não como referência ao dia seguinte. Tempo do nascimento
do sol até o meio dia e no modo figurado: Início, princípio, começo,
desabrochar; como diz Aurélio. Com este introito quero narrar um fato
registrado na minha vida, que tem tudo a ver com a expressão que serve de
título a este artigo.
Madrugada de 14 de fevereiro
de 1994 – segunda feira de carnaval. Sou despertado por uma fadiga no corpo, me
retiro da cama e vou para rede,
repentinamente, sinto fortes dores no peito, o sintoma era de que o tórax ia
abri bem no meio com reflexos de punhadas nas costas. Irene minha esposa
diligentemente consegue um transporte (veraneio) de um vizinho, que faz a linha
para Patos que já se preparava para viajar. O veículo me conduz até a
residência de Benedito Leonel a procura de socorro médico, lá chegando, ela pergunta
pelo Dr. Wellington Onias, cardiologista, o mesmo havia chegado de João Pessoa
cerca de meia hora, tinha vindo para substituir um colega no plantão daquele
dia no Hospital e Maternidade Sinhá Carneiro.
De imediato o médico
determinou que fosse para o Hospital e prontamente em instantes eu era
atendido. Feito o eletrocardiograma foi constatado um infarto. Embora a dor
tivesse sido amenizada com aplicação dos medicamentos, Dr. Wellington ficou
preocupado com o meu estado, pois continuava a dor, que agora era menos
intensa. Apelou para o Balão de Oxigênio. Retruquei: “Doutor, não estou com
falta de ar”. Ao que me respondeu: “É só para aliviar a dor do coração”.
As horas se passaram e eu
naquele estado perdi a noção do tempo. Dr. Wellington chega perto e diz no meu
ouvido. “Clemildo, a medicina encerrou com você, já apliquei tudo que foi
necessário, agora só com o Altíssimo”. Não dei importância e nem me estremeci
diante do que ouvi. Adormeci e acordei depois, sem saber que horas seriam no
meu pensamento era madrugada do outro dia, felizmente a dor no coração havia
passado.
O Hospital estava cheio de
pacientes por causa de um surto de diarreia, fiquei em uma sala de observação e
logo em seguida por interveniência do meu amigo Professor José Cezário de
Almeida, junto ao Pe. Solon Dantas de França (saudosa memória) me acomodaram em
um apartamento confortável que havia sido desocupado naquela manhã. Foram oito
dias internado naquele hospital sob os cuidados do Dr. Wellington Onias. Todas
as manhãs me visitava fazendo avaliação de meu estado clínico. Depois de ir
para casa, recebi sua assistência na convalescência. Mensalmente eram feitos
eletrocardiogramas e com a medicação, Graças a Deus e ao médico que me assistiu
não foi preciso cateterismo.
É claro que em toda essa
situação houve uma sintonia entre o médico e o paciente. No passar dos anos os
problemas cardiovasculares não regridem, pelo contrário há uma evolução e é
preciso que a pessoa se cuide sempre comparecendo ao cardiologista para fazer
um check-up. Aqui e acolá quando não compareço ao consultório médico em
períodos determinados, doutor Wellington me dá um puxão de orelha. Em 2005,
após dois anos recebendo o auxílio doença do INSS, foi requerida a minha
aposentadoria por força do laudo e atestado médico do Dr. Wellington, meu
cardiologista, junto aos peritos da Previdência Social.
Como disse no início, na verdade, a
expressão “será como a manhã” tem tudo a ver com o que narrei acima, porque uma
semana antes da crise, eu tive uma contrariedade na minha repartição de
trabalho, que me deixou os lábios trêmulos e com a respiração ofegante. Naquele
mesmo dia visitei um amigo que tinha em seu estabelecimento comercial uma
caixinha de promessa com versículos da Palavra de Deus. No estado de ansiedade
em que me achava, orei a Deus em silêncio, pedindo resposta para o que estava
acontecendo.
Com o pensamento levantado para o alto,
retirei aleatoriamente da caixinha um versículo na esperança de obter resposta
à angústia que me envolvia e encontrei estas palavras: “E a tua vida mais clara
se levantará do que o meio dia; ainda que haja trevas, será como a manhã”
Jó:11:17.
Como Deus é fiel nas suas
promessas. Agradeço as inúmeras orações de amigos e irmãos de fé que
intercederam a meu favor junto ao Altíssimo. Agradeço também a minha amiga e
ex-colega de trabalho Fátima Jó, que ao orar por mim, pediu a resposta na
página da bíblia que ia abrir e sem marcar; deparou-se no salmo 30, em que o
salmista Davi exalta a Deus e diz: “Senhor, meu Deus, clamei a ti por socorro,
e tu me saraste. Senhor, da cova fizeste subir a minha alma; preservaste-me a
vida para que não descesse à sepultura”. Sl. 30:2;3.
Quis a providência divina
que eu andasse pelo vale da sombra da morte, sem, contudo ser visitado por ela.
1- O
médico chegou de João Pessoa pela madrugada para substituir um colega no
plantão daquele dia no hospital, oportunidade de uma assistência próxima ao meu
estado de saúde.
2- As
palavras de meu assistente que a medicina ali havia encerrado o meu caso.
3- A promessa do versículo da bíblia foi
cumprida, sem que eu soubesse que iria passar por esse transe.
Concluindo quero dizer que
sem o Senhor nada somos ou podemos fazer coisa alguma. Inspiro-me nas palavras
do apóstolo Paulo na carta aos romanos quando diz: “Porque eu estou bem certo
de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas
do presente, nem as do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a
profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Rm. 8:38,39.
Pombal, 14 de
fevereiro de 2014.
*Radialista,
Blogueiro, Colunista
CONTATO:
brunetco@hotmail.com
WEB. www.clemildo-brunet.blogspot.com
SERÁ COMO A MANHÃ: 20 ANOS!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
2/13/2014 08:49:00 PM
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