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A trágica instabilidade de uma situação perplexa

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

            A última pesquisa, na corrida presidencial, feita pelo IBOPE e apresentada na quinta-feira (17), aponta a presidente Dilma Rousseff, ainda com a preferência popular, entretanto, caindo de 40 para 37%, número esse que acende uma luz amarela, pois, é o limite, ou a fronteira para quem está concorrendo à reeleição, o caso da presidente.
            Essa nova realidade, mudou a leitura e o comportamento no meio político  nos governistas, pois, até então os dados apresentavam uma situação bastante cômoda, com números estabilizados e até,
de certa forma, crescentes; além do fator negativo para os situacionistas; há de se comemorar, por parte deles, o fato da estabilidade, por baixo, dos números apontados aos concorrentes na corrida. O senador Aécio Neves (PSDB/MG), teve um crescimento de 1 ponto percentual, chegando a 14%; Eduardo Campos (PSB/PE), não teve a mesma sorte, mantendo-se em 6%, e os demais candidatos ficando na média inferior aos 2%; enquanto os votos brancos e nulos representaram 24% e os indecisos 12%. Os números foram levantados se ouvindo 2002 pessoas, em 140 municípios, entre os dias 10 e 14 do corrente mês.
            Ressaltamos que a oposição não capitalizou a preferência do eleitorado aproveitando essa baixa na pontuação do governo, esse fato gera a curiosidade de sentir o eleitor insatisfeito com as pre candidaturas apresentadas até então. E as mudanças ocorreram por várias razões, devemos aqui fazer uma reflexão no que está ocorrendo em várias frentes. Com a exposição do levantamento e uma análise mais profunda, verifica-se um comportamento nervoso, no governo, quando é notado que o decréscimo nos número do candidato desse mesmo governo vem depois de algumas situações nada animadoras para quem achava que a eleição já estava ganha, o PT e seus aliados, num gesto triunfalista,  já estavam fazendo planos para a próxima legislatura, no executivo federal.
            O caso do Senador Gim Argello (PTB/DF), quando o governo federal tentou aprovar o nome do senador em questão, queimando etapas, para evitar questionamentos nas comissões responsáveis pelas sabatinas no Senado Federal, e a oposição derrotou a situação por um voto, graças ao trabalho de vários parlamentares oposicionistas que conseguiram o apoio de senadores considerados independentes e outros dissidentes da base aliada. Esse trabalho evitou que fosse realizado o desejo do governo e imposto um nome como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), sem a simpatia nem mesmo do atual presidente daquele Tribunal. Esse fato gerou um descontentamento muito forte dentro de alguns setores do governo, ficando os ânimos de alguns membros da base alidada arrefecidos.
            Na sequência, na operação deflagrada, pela Polícia Federal, no dia 17 do mês passado, na Paraná, intitulada de “Operação Lava-Jato”, teve como sequela mais acentuada a indicação do Vice-Presidente da Câmara Federal, Deputado André Vargas (PT/PR), que tinha vínculos, ou relacionamento mais estreito com o doleiro Alberto Youssef, um dos principais líderes atuante na captação de verbas em projetos do Ministério da Saúde, e suposto esquema de lavagem de dinheiro, com  a conivência ou favorecimento do Deputado André Vargas, além disso, o deputado teria usado, em férias, um jatinho fretado pelo doleiro, e viajado com a família; recrudescendo, assim, o envolvimento, no mínimo estranho, das duas personagens, no caso levantado pela Polícia Federal.
            Uma situação que é recorrente em todo discurso feito no plenário do Congresso Nacional, e sobejamente conhecida pelo público em geral, é o caso de inúmeros ilícitos praticados e levantados nos últimos tempos no patrimônio da nossa maior empresa, a Petrobrás. Graças a ação ativa e altiva da Policia Federal, tão relegada pelo governo central, tem mostrado sua brasilidade e atuando contra o crime em todas as sua camadas sociais, agindo sem nem mesmo tartamudear-se diante dos que se acham poderosos, como nacionalistas intrépidos, defendendo os interesse da pátria contra os nefastos corruptos que assolam e dilapidam o erário público.
            Após vários pronunciamentos, principalmente da presidente da Petrobrás, Graça Foster, do ex-presidente José Sérgio Gabrielle, e do ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró, verificada várias contradições, a câmara pretende convoca-los para novos depoimentos , mais ainda, estender o convite ao ministro Guido Mantega (Fazenda), e Luiz Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), para dirimir dúvidas e ressaltar fatos, na tentativa de colocar luzes nas trevas da barafunda da refinaria.
            A oposição conseguiu uma vitária muito importante junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), quando a Ministra Rosa Weber, deferiu por uma CPI  (Comissão Parlamentar de Inquérito), específica da Petrobrás, indeferindo a CPI ampla, aquela que se instalada cria o caos e não resolve nada, não apura coisa alguma, desejada pelos partidos de apoio ao governo. O assunto ainda está inconcluso, deverá ir ao plenário do STF; há uma segunda etapa, se aprovada pelo plenário do STF, o presidente do Senado Federal, o pedido foi feito pelos senadores da oposição, senador Renan Calheiros, é favorável a CPI ampla, assim sendo, deve trabalhar com o regimento e prerrogativas do seu cargo para segurar, o quanto puder, a instalação da CPI, esse que é o grande instrumento para levantar as mazelas e cambalachos que verdadeiramente estejam  ocorrendo naquela empresa que já foi a 12°, no mundo, e hoje representa a 120°, por conta de uma administração incompetente e sórdidos desvios de finalidades, nos últimos tempos
            Esperamos que essa borrasca esteja perto do seu fim, e que os ventos voltem a soprar com todo seu frescor, principalmente agora, com o pré-sal, e recoloque a Petrobrás no seu lugar, de onde não devia ter saído. É preciso que tenhamos esperanças, os homens nunca foram perfeitos, como disse Sêneca ( Lúcio Aneu Sêneca – 4 a.c/65): “É errado quando acreditas em cada um, mas também é errado quando não acreditas em ninguém”.
*Escritor e Poeta

A trágica instabilidade de uma situação perplexa  A trágica instabilidade de uma situação perplexa Reviewed by Clemildo Brunet on 4/26/2014 06:03:00 AM Rating: 5

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