Não ganharemos a nossa Copa
Teófilo Júnior |
Teófilo
Júnior*
A
Seleção brasileira, infelizmente, ainda não conseguiu mostrar até aqui que tem
um time preparado e capaz de brigar pelo hexa. O jogo contra o Chile, ao meu
ver, foi a pior exibição futebolística que o nosso escrete poderia ter feito.
O
time esteve dominado pelos chilenos, desequilibrado técnico, taticamente e
emocionalmente. Perdemos, ou melhor, ainda não encontramos a formação criativa do nosso meio de
campo. O grupo nas quatro linhas não é compacto e as infrutíferas jogadas da
seleção se repetiram, a exaustão, numa repetitiva ligação aérea direta entre a
defesa e o ataque, sobrevoando a nossa inexistente produção de jogados pelo
meio. Fato registrado em todos os jogos do Brasil até aqui.
De
outro lado, o time demostrou claramente em campo a face de um inimigo perigo e
oculto: o trato com a emoção! A média de idade da seleção é muito baixa e é
formada por jogadores que, em sua maioria, nunca disputaram uma Copa do Mundo,
em que pese as suas experiências internacionais. A pressão sobre esses garotos
é muito forte e ganha contornos cruéis com o país exigindo numa quase sentença
de que eles precisam, a todo custo, ganhar a Copa no Brasil.
O
que ficou patente aos olhos de todos é que os jogadores se mostram fragilizados
emocionalmente e só Deus sabe como ganhamos do Chile. Chamo atenção aqui para o
fato de que não é comum vê jogadores de futebol chorando antes e durante as
partidas, emoção que se espera, geralmente, aflorar após os jogos. Não antes.
Guardadas
as suas proporções, a cena vivida em campo, nas oitavas de finais, pode ser
facilmente comparada a uma batalha de guerra onde os combatentes estão em plena
dificuldade para avança frente as trincheiras do inimigo até que, de repente, a
tropa vê seu comandante, antes do final da batalha, em prantos. A imagem de
Thiago Silva, comandante da nossa seleção, sentado em cima da bola chorando
antes das cobranças dos pênaltis deve ter, sem dúvida, deixado seus comandados,
tentados a levantar suas bandeiras brancas e sair de campo entregando as armas.
Assim,
não há coração que aguente, dentro e fora de campo!
O
que se espera de qualquer soldado é no mínimo equilíbrio, sobretudo, para
aquele incumbido de ser o comandante de bravos. O desassossego emocional pode
ser fatal numa situação de momentânea desvantagem, seja na vida ou futebol.
A
mim, resta o consolo daqueles que se apegam a tudo quando lhes resta: a
esperança de que eu esteja redondamente equivocado, sem, contudo fechar os
olhos ou me deixar levar pela emoção!
*Bacharel em Ciências
Jurídicas e Sociais pela UFPB. Especialista em Direito Processual Civil pela
UFCG e pós-graduação em prática judiciária pela Escola Superior da Magistratura
da Paraíba. Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça da Paraíba.
30.06.2014
Não ganharemos a nossa Copa
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/30/2014 05:11:00 AM
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