A super Lua
Onaldo Queiroga |
Onaldo Queiroga*
Era dia onze de agosto de 2014, eu vinha do
sertão em direção a nossa Capital João Pessoa. Era início de noite, com meu
veículo, eu trafegava pela BR 230, na verdade havia acabado de sair de Campina
Grande, quando de repente uma imensa Lua começou a se levantar no céu.
Amarelada, foi surgindo no distante horizonte. Era como se Deus começasse a
descortinar a escura noite,
Reduzi a velocidade, pois assim teria
condições de apreciar aquela super lua, como foi batizada a Lua cheia daquela
noite. Um fenômeno que ocorre em decorrência de uma coincidência consistente no
fato do período de Lua cheia acontecer justamente no mesmo período em que ela
atinge o perigeu, ou seja, quando ela encontra-se na menor distância da terra. Por
isso também é conhecida como Lua do Perigeu. A Lua já encantadora, mas naquele
dia ela estava extraordinariamente bela.
Continuei a guiar meu carro, agora bem devagarinho
para contemplar aquele espetáculo. Quando começou a surgir no céu, era como se
a Lua estivesse colocando os seus olhos claros para anunciar à escuridão que a
noite seria sua inteiramente. Lua da ampla claridade, dos violinos, violões e
seus seresteiros. Dos poetas, dos enamorados, dos reflexos nas lâminas d'águas,
dos flashes das máquinas fotográficas e das lentes das filmadoras. Aquela Lua
não era só de Perigeu, era de todos nós, pois Deus permitiu esse momento aos
nossos pobres olhos mortais, acredita que para demonstrar ao homem que devemos
ser humilde, pois como bem disse um dia Bob Marley: "... até o sol com
toda sua grandeza se põe e deixa a lua brilhar".
E naquela noite ela brilhou como nunca. Ela
subiu, subiu, subiu e cada vez ficou maior e mais linda. Durante todo o meu
percurso a natureza postou um cenário inigualável. A Lua, então, chegou ao
telhado do céu. Seu inicialmente amarelado, deu lugar ao prateado. Seu brilho
refletia sobre as águas do mar, dos rios, açudes e até de um pequeno caco de
vidro jogado sobre o leito do asfalto. As sombras não pareceram escuras naquela
noite, não porque a minha Lua permaneceu por horas e horas iluminando toda a
terra.
Mark Twain acredita que "cada um de nós
é uma lua e tem um lado escuro que nunca mostra a ninguém”. Mas naquela noite
tão imensa e luminosa se apresentou, que certamente não houve espaço para o
escuro lado. Buda tem razão, "três coisas não podem ser escondidos por
muito tempo: o sol, a lua e a verdade”. Pretendia fotografá-la, mas não tive
condições. Mas ela ficará guardada para sempre na minha mente e na minha alma.
Que venham outras Luas Perigeu, o mundo precisa de luz!
*Escritor
e Juiz de Direito da 5ª Vara Cível de João Pessoa – PB onaldoqueiroga@oi.com.br
A super Lua
Reviewed by Clemildo Brunet
on
8/15/2014 04:37:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário