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Agosto das perdas irreparáveis, decepções e desgostos!

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

O tempo tem nos mostrado que a história se repete quase que sequencialmente, nos levando a superstições, receios e medos. Em determinadas épocas, tenho visto muitas situações até mesmo hilárias, quando não constrangedoras. Pensando nesse fato me pus a pensar sobre o assunto e fui me debruçando sobre as histórias ocorridas no mês de agosto, por ser o mês que estamos e

a tragédia na política nacional, ocorrida no último dia 13, com o candidato a presidência da república, Eduardo Henrique Accioly Campos (PSB), Partido Socialista Brasileiro. 
Fazendo uma relação cronológica, para não me perder no tempo, com a sequência natural dos dias, a primeira ocorrência trágica foi aqui na América do Sul, em Assunção, Capital do Paraguai, quando um incêndio num supermercado, deixa 464 mortos e outras 409 feridos, em 1° de agosto de 2004.
Dia 02 de agosto de 1989, o Brasil fica silencioso com a notícia pesarosa, do falecimento do Rei do Baião, Luiz Gonzaga do Nascimento, o pernambucano de Exu, cantor, compositor e instrumentista, exímio sanfoneiro, com suas letras bucólicas e melodias melodramáticas, retratavam o nordeste brasileiro de uma singular simplicidade e profundidade ao mesmo tempo. 
No aeroporto de Dallas (EUA), em 03/08/1985, explode avião e morrem 130 dos 160 passageiros e tripulantes. Decorria o ano de 1980, em 04/08, o Vulcão Allen, no leste do Caribe, acorda e sua lava mata dezenas de pessoas. O cinema americano, em 05/08/1962, fica consternado com a morte súbita da estrela maior, na época, Marilyn Monroe, em Los Angeles, EUA.
No período da Segunda Guerra Mundial, manhã de 06/081945, Hiroshima, Japão, é trucidada pela bomba atómica “Little Boy”, a partir do B-29 “Enola Gay”. No mesmo dia e mês de 2001, morre o escritor baiano, de parada cardiorrespiratória, aos 88 anos, Jorge Amado, o maior escritor brasileiro de romance ficcional.
A região Sul brasileira é a mais fria que temos, em 07/08/1879, Vacaria/RS, parte da cidade ficou coberta sob 2 metros de gelo, uma situação inusitada e nunca repetida. Ficou registrada a maior precipitação de neve no Brasil. Em 1978, e no mesmo dia, faleceu no Rio de Janeiro, para tristeza do apreciador da boa música, o cantor das multidões, Orlando Garcia da Silva, simplesmente Orlando Silva, um dos maiores cantores da MPB (Música Popular Brasileira), grande sucesso dos anos 1940/1960.
Foi em 1945, dia 08/08, que a antiga União Soviética declarou guerra ao Japão. Em 1991, mesmo dia e mês desaba a Torre da Rádio de Varsóvia, uma das mais altas com 647 metros. Comprovando que o período da Segunda Guerra Mundial não foi fácil, em 09/08/1945, os EUA, voltam a usar o armamento mais cruel já utilizado numa guerra, e lança sobre Nagasaki, outra cidade do Japão, a bomba atômica conhecida como Fat Man, (Homem Gordo).
Timothy McVeigh e Terry Nichols são indiciados, em 09/08/1995, pelo atentado em Oklahoma, EUA, quando foram mortos 168 inocentes na explosão de uma bomba. No Brasil, em 10/08/1974, chega à notícia da França que Frei Tito de Alencar Lima, cearense, segundo levantamentos oficiosos da época, morto pela ditadura militar brasileira, inclusive, sendo investigado pela Comissão Nacional da Verdade. Robin Willians, um dos maiores atores norte-americano, depois de fazer o mundo rir com suas interpretações geniais, agora seus fãs choram sua trágica morte por suicídio em 11/08/2014.
Uma nova fatalidade com a aviação comercial, dia 12/08/1985, um Boeing 747, Japan Airlines, cai no próprio território japonês, Monte Ogura, matando 520 tripulantes e passageiros. Vinte anos depois, em 2005, mesmo dia e mês, na Grécia, acidente aéreo com a Helios Airways matando 121 pessoas.
No Recife, em 13 de agosto de 2005, o cearense radicado em Pernambuco, político, advogado e economista, prefeito da cidade, deputado estadual e federal, três vezes governador do Estado de Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar, faleceu para tristeza da imensa massa que cultuou aquele ídolo por várias décadas. Nove anos depois, mesmo dia e mês, uma tragédia aérea na cidade de Santos/SP deixa o Brasil diante de um perplexidade nunca visto, cai avião com o presidenciável Eduardo Henrique Accioly Campos, neto de Miguel Arraes de Alencar, jovem político, uma promessa inquestionável no cenário político nacional, uma carreira brilhante, um homem determinado, portanto, um futuro promissor e que pregava a esperança para o povo brasileiro.
O Brasil chora o grande líder pernambucano que soube ser político, apoiando uma situação, tida como corrupta, livra-se dela sem ter se misturado aos maus, retirando-se no momento oportuno e lança-se em busca de uma oportunidade para mostrar seu verdadeiro valor como um executivo, com mais de 85% de aprovação no seu Estado, depois de passar pelo legislativo, ministro na primeira fase do governo Lula, foi governador do seu Estado por duas legislaturas. Um candidato, apesar de ser o terceiro colado na preferência nacional, muito embora, assim como os outras candidatos, não tivesse empolgado o eleitorado consciente, acreditava na vitória baseado nos eleitores indecisos e seu poder de convencimento, principalmente pelo seu discurso ético.
Hoje Eduardo Campos não está mais entre nós, entretanto, deixou um exemplo de lisura, lealdade, seriedade e honestidade, predicativos raros nos nossos políticos da atualidade. Seu partido terá que definir aquele ou aquela que irá ocupar seu lugar na corrida presidencial, o PSB, partido que era inclusive presidido pelo Eduardo Campos, tem uma candidata natural, Marina Silva, até então, sua vice. A escolha dela seria o lógico, o mais viável, observando os valores políticos que compõem o quadro tanto do PSB como seus coligados. Sendo ela a escolhida, certamente dará muita mão de obra aos seus oponentes, com possibilidades reais de ir ao segundo turno.
A ausência de Eduardo Campos muda o quadro nas eleições gerais, todos os partidos que estão disputando diretamente as eleições vão ter que rever suas campanhas, agora entra um novo componente na caça aos votos: “o emocional”. Quem vai tirar proveito dessa nova situação só o tempo e a propaganda no rádio e na televisão, esse novo e eficiente cabo eleitoral, vão nos dizer, acredito que a situação, candidata Dilma Rousseff, não será beneficiada, pelo contrário, terá que ser mais convincente e mostrar seu verdadeiro projeto de governo para convencer o eleitorado consciente, que faz parte dessa massa na ordem de 45% dos indecisos.
Nesse momento de consternação nacional, me lembro de um pensamento de John F. Kennedy: “Um homem pode morrer, uma nação se erguer ou cair, mas uma ideia vive sempre”. Isso é um fato.
*Escritor e Poeta

dantasgenival@hotmail.com 
Agosto das perdas irreparáveis, decepções e desgostos! Agosto das perdas irreparáveis, decepções e desgostos! Reviewed by Clemildo Brunet on 8/18/2014 05:21:00 AM Rating: 5

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