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O QUE VIRÁ DEPOIS DE 2014?

Ignácio Tavares
Ignácio Tavares*

     O brasileiro é assim: que chova ou faça sol, quando a economia entra em estado de crise acredita piamente que mais cedo ou mais tarde tudo voltará ao seu devido lugar. Isso significa dizer que somos dados a crença que depois dos desarranjos econômicos o país, naturalmente, emergirá para um novo ciclo de fartura e
bonança. Acontece que nem sempre as coisas acontecem assim, mas tomara que aconteça.
     Isso mesmo, por isso vale a pena lembrar que essa cultura conformista é uma característica bem definida do nosso perfil de renitentes otimistas. Na verdade estamos sempre a apostar num futuro auspicioso com justa razão uma vez que, por trás desse otimismo exacerbado está o fato de sermos a sétima economia mais importante do mundo.  
        Mesmo respeitando esse estado de espirito do nosso povo torna-se indispensável fazer a seguinte pergunta: por quanto tempo o Brasil se manterá nessa invejável posição no cenário econômico mundial?  Esta é uma pergunta que fumega nas discussões acadêmicas, a envolver as diversas tendências do pensamento econômico que rege as grandes decisões na condução da economia na atualidade.
      É quase consenso de que essa confortável posição da economia brasileira a nível mundial, não sobreviverá por muito tempo, justo por conta do seu medíocre desempenho observado na era do real, com destaque para os três últimos anos. Desse modo, a partir do momento que as economias da Europa, como a França, Itália, entre outras, retomarem o crescimento, com certeza vai haver mudanças no ranking das mais importantes economias do planeta.
        Noutras palavras, quero dizer que a economia Brasileira cresce, porém, a percentuais decrescentes. Em 2010, ainda no governo de Lula, o PIB cresceu 7,5%, mas, nos anos subsequentes esse espetacular percentual não se repetiu, pelo contrário foi reduzido a níveis insignificantes. Por exemplo, agora em 2014 estima-se que o referido agregado poderá crescer entre 1 e 0%.
         É verdade que este pífio crescimento esperado para este ano em curso é um reflexo do esgotamento do modelo econômico posto em prática pelo governo atual. Como estou a falar, os índices de crescimento observados nos últimos anos não têm sido capazes de fazer a economia crescer a níveis compatíveis com as necessidades de firmar o Brasil como a sétima economia mais importante do mundo, claro, num horizonte de longo prazo.
    Desse modo mudar é preciso. É verdade que promover a mudança de rumo do crescimento da economia é uma meta difícil de ser alcançada. Há muitas pedras no caminho que precisam ser removidas para que as coisas aconteçam.
 Uma dessas pedras é o baixo nível da poupança nacional que hoje gira ao redor dos 15%, quando no mínimo deveria estar em torno dos 25%. A esse nível de poupança a economia poderia crescer a um ritmo de 4,5 e 5% ao ano, de forma continuada, o que será o ideal para manter o Brasil no cenário mundial com potência econômica emergente.
      Faço uma oportuna pergunta – dos três candidatos mais competitivos qual deles apresenta melhores propostas no sentido de remover os obstáculos que impedem a economia crescer no ritmo desejado? Esta pergunta no momento não temos como responde-la, posto que, até o presente nenhum dos candidatos abriu o seu portfólio  de propostas para fazer a economia retomar a rota do crescimento, num horizonte de longo prazo.
          Quanto à candidata oficial não alimento qualquer esperança de mudanças nos rumos da política econômica, uma vez que teve tempo de sobra pra fazê-lo e nada fez. Pelo contrário as suas intervenções equivocadas na economia agravou cada vez mais a situação.
         Os dois demais candidatos, inclusive Marina que acaba de ser guindada a condição de candidata após a morte de Eduardo Campos, prometem mudar os rumos dos instrumentos que regem a economia brasileira no sentido de assegurar um novo ciclo de crescimento.
       Isso mesmo, os candidatos das oposições falam de forma genérica o que não nos permite entender quais os instrumentos macroeconômicos de ação governamental serão adotados nos seus respectivos governos, caso um ou outro seja eleito. Diante dessa situação cabe a indagação: o que nos reserva 2015 em termos de expectativa de mudanças, para melhor, na economia Brasileira? Só nos resta apostar para que tudo dê certo, o que será bom pra nós, por conseguinte para o Brasil 
 *Economista e Escritor.
 João Pessoa, 26 de Setembro de 2014
O QUE VIRÁ DEPOIS DE 2014? O QUE VIRÁ DEPOIS DE 2014? Reviewed by Clemildo Brunet on 8/27/2014 05:54:00 AM Rating: 5

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