Novo mar de lama da corrupção
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
Apenas vinte e oito dias nos
separam das próximas eleições gerais, exceção feita as municipais, muitas são
às histórias contadas, promessas feitas, candidatos revestidos de salvadores da
pátria, até mesmo os limitados aos cargos estaduais, não sabendo até onde vai
sua abrangência, no novo cargo que é postulante. Vão em frente com a
megalomania dos neófitos desavisados, mas, querem mostrar conhecimentos e
vontade de trabalhar pelo sua comunidade, terminam, dessa forma, entregando sua
inexperiência e tato para com o cuidado da vida pública são os espinhos que
estão por vir, junto com o seu sonho de político.
Nessa fase de seleção
feita pelo primeiro turno, jogando para a segunda fase, apenas os dois
candidatos mais votados para o executivo, tanto para o governo federal como
para os estaduais, se não houver um que tenha atingido os números de votos que
sejam superiores a metade da soma dos votos válidos, mais um. Ficando assim,
para uma decisão entre dois candidatos que tenham a preferência popular, esse é
o critério adotado pelo nosso sistema eleitoral, dentro da democracia que nos
rege.
Nessa eleição, como
não podia ser diferente, principalmente para o governo federal, as dificuldades
estão sendo maiores que as previstas. Com a morte do candidato, a presidência
da república, Eduardo Campos (PSB/PE), ocorreu uma forte turbulência no partido
antes que fosse anunciado o nome da vice, Marina Silva, para ocupar a posição
do titular, recaindo a outro membro do PSB, a escolha para concorrer na
vice-presidência, e a preferencia foi para Beto Albuquerque (PSB/RS), deputado
federal com transito no meio ruralista e do agronegócio.
Com as chapas
completas candidatos a postos e a corrida recomeça numa briga não muito
republicana, com acusações de todos os lados, opositores do sistema ao PT
(Partido dos Trabalhadores), esse contra seus concorrentes, um verdadeiro fogo
cruzado, numa batalha na tentativa de eliminar o adversário logo no início da
competição. Nesse ritmo, Marina Silva, começa a incomodar os outros dois
principais postulantes ao cargo, com maiores possibilidades de vitória, e,
assim, passou a ser telhado de vidro para eles, tendo sua vida pregressa
vasculhada, sendo levantados dados na tentativa de conseguir falhas na sua
trajetória política, para transformá-las em erros fatais, tentativa de
desestruturar sua campanha e desconstruir seu nome junto ao eleitor brasileiro.
Marina continuou incólume, um verdadeiro avatar, com luz própria e forças
físicas de causar espanto aos mais crédulos. Considerando os números dos dois
últimos levantamentos, o último feito com data entre os dias 1 e 4 do corrente,
colocam Marina Silva empatada com a Dilma Rousseff, no primeiro turno, e
vitória da primeira sobre a segunda com 14.8% da preferência do eleitorado.
Ficando, portanto, o candidato do PSDB, senador Aécio Neves em terceiro lugar,
fora das disputas do segundo turno.
Como se diz na
linguagem popular, nessa hora tem que ter muita calma! A Marina tem uma imagem
de uma pessoa simples e humilde, junto ao eleitor, contrário da Dilma Rousseff,
arrogante e autoritária; Marina Silva nunca foi testada no executivo, a Dilma
Rousseff, é a atual presidente da república, pelo PT e sua mitomania lulista,
quando as iniciativas são kafkianas, sem acabativas, porém, e se por acaso,
ocorre eventualmente, é de um resultado nefasto e infausto. Mesmo assim, temos
que considerar que há um corredor pela frente e tudo será feito para agora, a favorita
para o eleitor pragmático, Marina Silva, possa se desgastar politicamente e a
candidata situacionista venha ter possibilidade de vitória no pleito que se
avizinha.
Tem um fato relevante
que deve ser lembrado pelos seguidores da cartilha nefasta do PT, o projeto
político do partido de maior ressonância nas suas bases, é exatamente o bolsa
família, a soma de todos os vales sociais, dados no governo FHC (Fernando
Henrique Cardoso/PSDB/SP), e transformado no pacote assistencialista, sem
contrapartidas, o que não ocorria anteriormente ao governo do PT. A
contrapartida ela é fundamental para que o assistido possa sair da situação de
dependente social para uma vida de sustentação própria, sem intermediação de
aportes regulares para manutenção da sua própria vida e dos seus familiares. A
pessoa nessa situação, sem um meio de sair do estágio em que se encontra, com
participação em programas profissionais e educacionais, fatalmente, vai continuar
na humilhante situação para um homem, cuja finalidade da existência dele é na
hora do voto para manter o partido situacionista no poder. Esse contingente não
é pequeno, já supera a soma de 42 milhões de pessoas nessa condicionante.
Está mais bem claro
aquilo que já se suponha, o pacote de abril, editado pelo PT, com mudanças
radicais na nossa constituição de 1988, é o começo de um governo ditatorial
embasado nos fundamentos comunistas bolivarianos já em prática no nosso
continente, na Argentina, Bolívia e Colômbia. Está sendo esperado a passagem
das eleições em nosso país para o recomeço da implantação do pacotaço de abril,
tão bem esclarecido nas palavras do nosso grande Jurista, Ives Gandra Martins,
sintetizando todo o malefício que teremos quando da aprovação dos 521 itens
colocados pelo PT, se isso fosse acontecer, o que não acreditamos, temos muitos
brasileiros notáveis dentro do congresso nacional e os que estão por vir,
certamente lutarão pela continuidade da dignidade do Brasil, sem a interveniência
do malogrado projeto de poder de um único partido dominante.
Nesse momento, a
delação premiada do senhor Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás, caso
das propinas dadas pelas empresas fornecedoras da Petrobrás, cujo relatório
está sendo encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), pois, nele consta
nomes de políticos na ativa, e autoridades com foro privilegiado, somente o STF
para referendar o acerto da delação, diz-se que há do PT, PMDB, e PP,
incluindo-se o presidente do congresso e da câmara federal, Renan Calheiros
(PMDB/AL) e Henrique Eduardo Alves PMDB/RN, respectivamente, além de outros
senadores, deputados, governadores, e de ministro, todos da base aliada,
incluindo-se, no lamaçal do escândalo respingos no ex-governador de Pernambuco,
falecido, Eduardo Campos (PSB/PE). Apesar de tudo Marina Silva não está
envolvida nessa bazófia, entretanto, pagará um preço que não lhe é justo por
esses últimos acontecimentos, que só denigrem a imagem do povo brasileiro.
Todos esses partidos
envolvidos fazem parte do base aliada, ou fizeram caso específico do PSB. Assim
sendo, muita coisa ruim pode acontecer até as eleições finais. Quem pode tirar
proveito da situação, é o senador Aécio Neves (PSDB/MG), se ele souber usar
esse capital político da situação, e fizer o jogo do vale tudo, adicionando
mais lenha na fogueira de um país em chamas pela falta de decoro por parte da
maioria dos nosso políticos que insistem na malversação quando no exercício dos
cargos. É nesse momento que lembro: "A corrupção dos governantes
quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios." (Barão de
Montesquieu)
*Poeta e escritor
Novo mar de lama da corrupção
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/07/2014 09:40:00 AM
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