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O marketing e a política

Genival Torres Dantas*
Genival Torres Dantas

         Depois de uma longa campanha, finalmente é chegada a hora de cada brasileiro eleitor fazer sua reflexão e votar naquele que mais se mostrou capacidade de tirar o país do marasmo que se encontra, e volte ao caminho do crescimento sem inflação, juros compatíveis com o mercado internacional, os serviços prestados pelo governo de qualidade digno de elogios e as nossas vidas voltem à
normalidade que tanto precisamos na labuta do dia a dia.
Com os avanços da tecnologia e
as novas formas de viver em comunidade, com o advento da mídia eletrônica, a realidade nos mostra uma forma totalmente diferente de se fazer política em nosso país, nos últimos anos, a partir do final da década de 1980 os hábitos e costumes tiveram fortes mudanças com o crescente uso do marketing usado na maneira de se fazer política. Nessa eleição ficou evidente a força da propaganda nos resultados das pesquisas com a transformação dos números na evolução da campanha.
Iniciada a corrida presidencial, tínhamos um quadro totalmente diferente do atual, a candidata oficial, Dilma Rousseff (PT), estava com uma forte rejeição, sendo superada pelos números das pesquisas por Marina Silva (PSB), com uma grande diferença, na sequência do acidente e morte do candidato Eduardo Campos, ficando Marina como sua substituta. O tempo foi passando e a massificação da propaganda foi revertendo à situação, graças ao trabalho extraordinário do marqueteiro do PT, João Santana, que soube transformar fatos negativos em propostas positivas e renovadoras, como num passo de mágica. Em determinados momentos, criando frases curtas, mas de efeito persuasivo, levando o eleitor a imaginar que concorrentes do seu partido, ganhando a eleição, eliminariam programas sociais, transformados e expandidos pelo atual governo, caso específico do Bolsa Família.

       Nesse ritmo frenético, a preferência da candidata Dilma Rousseff foi subindo na mesma proporção que ia caindo os números da Marina Silva, ficando o candidato Aécio Neves (PSDB) patinando entre 15 e 20% da preferência popular. Agora, no final da campanha do primeiro turno veio o espanto, a Dilma Rousseff pode até ganhar a eleição no primeiro turno, tamanha a queda verificada nos últimos números das pesquisas. Essa mudança de comportamento do eleitor brasileiro tem tudo a ver com o trabalho de marketing dos partidos políticos, principalmente pela eficiência do já citado do partido oficial, e a incompetência dos demais, com maior nota negativa para os responsáveis pela campanha da Marina Silva.
Outra situação que seria até vexatória para o PSB seria a segunda colocação para o PSDB, que se mantinha em terceiro colocado e de um momento para outro a candidatura do Aécio Neves deslancha, vislumbrando a possibilidade de ir ao segundo turno, caso a Dilma Rousseff não consiga os votos suficientes para ganhar no primeiro.
Vendo o último debate na televisão, quinta-feira (2), dos presidenciáveis, pela Rede Globo de Televisão, pudemos testemunhar o sofrível nível da campanha política, não houve objetividade nas falas dos postulantes ao cargo, apenas informações desencontradas, números defasados, meias verdades ditas apenas para denegrir concorrentes, a ética praticamente esquecida num canto qualquer da nossa velha República, junto com o respeito aos concorrentes, que não são inimigos, e ao próprio público que pasmo, assistia aquelas cenas tristes e melancólicas de um enredo mal construído por autores, muitos deles, sem preparo nem mesmo para concorrer a qualquer cargo eletivo, muito menos à presidência da República.

     Realmente fica claro, o brasileiro na sua absoluta carência, e em determinadas situações, viciado que é, em trocar o voto por qualquer favor, em benefício próprio, não se importando com os malefícios que há quando não se faz uma escolha pela capacidade de um candidato, mas, pela demagogia barata de uma campanha inconsistente, apenas de alto poder de persuasão, levando o inocente e despreparado eleitor a votar naquele que lhe garanta, mentirosamente, o pão e o circo, como na velha Roma dos imperadores que se deleitavam ao ver os leões famintos a comerem a carne dos miseráveis, numa arena de sangue jorrado pelos inocentes.
O Brasil de hoje, século 21, tem muito a ver da história antiga, somos uma república administrada por imperadores, da administração pública, obcecados pelo poder, não se importando com o futuro da nação, o que interessa a esses é o continuísmo a qualquer preço e custo, nem que a nação mergulhe num futuro insólito de contumaz corrupção.
A sorte está lançada, o eleitor vai escolher entre o que há de mais perverso para um país que procura seu futuro e é conduzido por pessoas inescrupulosas, ou a possibilidade de um novo tempo com novas chances de construirmos um novo Brasil para todos os brasileiros, e não apenas para poucos de uma classe sobejamente conhecida nos meios policiais pela recorrência dos seus atos em dilapidar o erário público, subtraindo a pátria que de tão inocente se faz amada e gentil. Pense e vote, a decisão é sua, e com a decisão tomada você pode mudar ou não o futuro da nossa nação, vote com a sua consciência. Isso é um fato.
*Poeta e escritor

O marketing e a política O marketing e a política Reviewed by Clemildo Brunet on 10/05/2014 08:17:00 AM Rating: 5

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