Fantasmas desvendados, sonhos desfeitos, e o país pasmo!
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas
Se eu lesse em algum
livro de história ou mesmo buscando dados em algum jornal arquivado, em alguma
biblioteca pública, confesso, não ia acreditar no que está ocorrendo em nosso
país nesse momento. Inacreditável é pouco, teria que vasculhar dados e veracidades
para poder dar credibilidade aos fatos historiados e
documentados
comprobatórios
Quando a operação Lava Jato começou a
denunciar o esquema de propina, tendo como operadores, Paulo Roberto Costa,
diretor da Petrobrás entre 2004/2012, e o doleiro Alberto Youssef, citados como
os principais mentores do plano catatônico, nunca visto em nosso país, me
proponho até a dizer que se trata de uma situação posta em prática, com tamanha
desenvoltura, frieza e crueldade para com uma nação democrática, que
verdadeiramente nos causa espanto! Afinal, brasileiros pagos, bem pagos, para
cuidar da coisa pública, de capital misto, mas sem nenhum escrúpulo ou senso de
responsabilidade para com a coisa alheira, montam quadrilhas, associados a
grandes empresários, com distúrbios de malversação, e políticos mafiosos
despudorados, com tendência a marginalidade, vivendo costumeiramente da
dilapidação do erário público.
A quantidade de empresa citadas pela Justiça
e Policia Federal, é de causar perplexidade, não só pela quantidade, mas, pela
qualidade delas, fazendo parte do grupo das maiores empresas da construção do
nosso país, dando empregos a dezenas de milhares de brasileiros, com capital
social que somados causa inveja ao PIB de muitos países, e fazem parte daquelas
que estão na relação de contratados pelo governo federal há muito tempo.
Apenas para elucidar o pensamento, no final
dos anos 1960, início dos anos1970, governava a Paraíba o governador, falecido
(1914/1988), José Agripino de Vasconcelos Maia Filho (1966/1971). Em 1973, já
residindo em São Paulo, leitor assíduo de Jornais, principalmente O Estado de
São Paulo, li uma notícia que me chamou atenção, não me lembro de qual dos
jornais da época, o ex-governador paraibano estava reassumindo uma
vice-presidência financeira da Camargo Correia, à mesma construtora hoje citada
na Operação Lava Jato, comecei a lembrar do grande salto que tivemos no Estado
paraibano com a administração do governador João Agripino, quando o território
paraibano teve suas estradas pavimentadas com asfalto, a concorrência para
execução das obras foi ganha pela construtora em questão, repassando à outras
empresas menores determinados trechos menores.
Se esse fato fosse ocorrido hoje, certamente o
julgamento seria cruel para aquele que foi um grande administrador do nosso
Estado, a ligação que faço do inesquecível político paraibano, um dos mais
honrados homens públicos que já tivemos, é apenas para mostrar que o político e
as empresas privadas, principalmente as que sempre operaram na construção,
estiveram sempre envolvidos, pela aproximação que há na necessidade, dos
Estados e Federação, de construção de obras e seus construtores, entretanto,
nem sempre a corrupção tinha lugar comum na mesa de negociação, existia muita
seriedade entre negócios e negociadores. Infelizmente a gula financeira, a
necessidade de lucros, principalmente lucros exorbitantes, e o desejo de
crescer rapidamente, sem a paciência da maturação, do esperar que os resultados
venham com o dedicado trabalho do dia a dia, os mal feito fazem parte da rotina
dos negócios que envolvem o poder público e o privado.
*Escritor e Poeta
Fantasmas desvendados, sonhos desfeitos, e o país pasmo!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/21/2014 07:30:00 AM
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