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O olhar difuso da intolerância

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

O olhar difuso da intolerância chega a ser atroz, caminhamos para a banalização dos valores, antes tão respeitados, inerentes aos seres humanos, e por assim ser, imperfeitos na sua origem e cultura. Não temos o direito de julgarmos quem quer que seja simplesmente por suas escolhas e a forma autêntica de se comportarem, muitas vezes estamos menoscabando os que assim agem abertamente quando somos tomados por igual desejo, mas nos recolhemos a nossa pasmaceira intolerável, agimos apenas para criticar o que no inconsciente somos e
só observamos nos outros.
Somos néscios quando queremos impor um ponto de vista, um conceito, na avaliação de valores conforme nossos fundamentos e não aceitamos nenhuma contestação, deixando claro que a prevalência da nossa ótica tem que ser respeitada, ignorando o conceito da isonomia nos atos gestos e pensamentos.
Há pessoas obtusas quando devia ser escol, principalmente as que estão no poder com forte influência quando não ascendência em determinadas pessoas e grupos, com o sobranceiro da malignidade. Esse começo de ano está sendo fértil na maldade humana, no campo religioso temos visto a insanidade chegar ao ápice. Com chacinas, crimes violentos contra indefesos, práticas de imposição com desvio de conduta, nos remetendo ao inicio da civilização, idade antiga e média, que nos envergonha de convivermos com tamanha destemperança. No seio da insensatez mundial surge a voz apaziguadora, ligando os desiguais a um plano de paz e reconciliação, fazendo seu discurso pontual, pedindo tolerância e responsabilidade, Papa Francisco foi feliz ao afirmar entre tantas afirmativas relevantes da necessidade de fazermos um controle natural e sistemática da natalidade, sem quebra de tabus, mas, mostrando um equilíbrio visto apenas nos sábios. Mesmo assim, e por pensar-nos mais humildes e com humildade, ele foi ferozmente criticado pelas correntes conservadores, até mesmo da sua igreja, adeptos da mesmice, vivendo mergulhados em culturas passadas que já não refletem a nossa realidade do século xxl.
O Brasil tem se destacado com a inabilidade do nosso governo que prima na conduta distorcida na ética e valores de cada povo. Houve pedido de clemência por parte do governo federal ao traficante internacional, quando esse desrespeitando as leis da Indonésia, tentar entrar naquele país com tóxico resultando na sua condenação ao paredão de fuzilamento, mesmo sendo cristão, sou da opinião que esse de crime tem que ser banido, exemplarmente condenado, não cabe nesses casos qualquer tipo de reconsideração, apelo ou sentimento piegas para suspensão de comutação de pena aplicada.
Definitivamente, a política anticíclica pregada pelo contorcionismo despreparado e irresponsável do governo brasileiro, fazendo experiências e testes econômicos numa economia como a nossa, de forte dependência nas exportações de commodities, numa vulnerabilidade externa sufocante, sem controles industriais de algum setor de tecnologia de ponta, para concorrermos com demais países, assim preparados, é tentar brincar com bomba de hidrogênio no centro de uma megalópole. Para nosso alento, mesmo de forma errada, surge o bunker de Joaquim Levy, ministro da fazenda, sedimentado no neoliberalismo, contrapondo a esfacelada política anterior, e abre seu saco de maldades para os pagadores de promessas de todo governo malversador, os componentes da classe média, tão odiada pelos malfeitores da esquerda esquelética no timing da sua vingança, e começa os reajustes antes congelados, tentando mostrar uma bonança que nunca existiu, com finalidade específica de cunho eleitoreiro.
O setor energético putrefato, por todo tipo de ação nociva ao desempenho de qualquer área, e tão necessária ao crescimento de um país de se diz sério e desenvolvimentista, como é o nosso caso, agora cobra um preço muito alto, tendo que repassar os custos escondidos falaciosamente, por quem devia mostrar o comportamento real, fazendo-nos pacóvios, se não pancrácios, tendo que engolir esses reajustes escorchantes, efeito de uma cambulhada de um governo sem sensibilidade para com seu povo.
          Não fazendo questão de mitigar nos seus atos, o governo foi mais longe, dobrou o IOF (imposto sobre operação financeira), aumentou a Selic, três aumentos sequenciais depois da reeleição da presidente, levando o saco de maldades de Joaquim Levy ao poço sem fundo da Dilma Rousseff, na sua total indiferença para com os menos favorecidos. Os 20 bilhões que serão recolhidos dessa ação governamental estapafúrdia, poderiam ser conseguidos de forma mais responsável e coerente, sem impactar a economia doméstica, com prejuízo a grande massa trabalhadora, que se ver sufocada por reajustes de uma única vez, num gesto dantesco de agrura recalcitrante, essa mesma massa que não teve o reajuste no mínimo tributável no imposto de renda, vetado pela presidente, já aprovado pelo Congresso Nacional, numa prova cabal de desrespeito ao assalariado, pagador contumaz, que preza pelo seu nome, único capital que lhe resta, na economia ativa de um país sem nexo.  
Caso a opção fosse pelo corte de despesas, o que deveria ter sido feito, ganharia a presidente, tão desgastada no inicio do seu novo mandato, o Joaquim Levy iniciaria uma gestão mais convincente, o próprio povo brasileiro teria motivos para acreditar numa nova postura do governo, depois de uma leitura mais atenuante, entretanto, não há disposição nem vontade política para se acabar com o despropério, fica claro e notório, não basta mudar ministros tem haver mudança de postura para o bem. Isso é um fato.
*Escritor e Poeta

O olhar difuso da intolerância O olhar difuso da intolerância Reviewed by Clemildo Brunet on 1/22/2015 07:34:00 PM Rating: 5

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