Planeta terra de todas as águas e indiferenças
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
Minha senhorilidade com a manipulação dos livros não é o suficiente para vaticinar como
tem feito os estudiosos que se embrenham no tema das análises em busca de
respostas convincentes e elucidativas tornando menos tensas os prognósticos
para toda a humanidade no futuro que se avizinha.
Tenho minhas
equivocidades ou mesmo incredulidade quando começo a ler e
perceber a espantosa
irracionalidade com que o homem e seus líderes mundiais têm tratado a nossa
nave mãe, o planeta terra. Sem nenhuma acuidade para com aquilo que tomamos
emprestados para um curto tempo de passagem, verificamos com toda tristeza e
profundo pesar, nossa inabilidade para com o trato com a coisa alheia, somos,
certamente, a primeira geração humana, com toda sua gigantesca capacidade
criativa, a deixar, o ambiente em que vivemos para as futuras gerações, em
situação pior que a recebemos dos nossos antepassados, comprometendo seriamente
o meio ambiente, para sobrevivência dos que virão depois de nós, nos esquecemos
de que cuidar do coletivo não é simples asseio, é zelo pelo que usamos e tem
duração finita, e sua utilidade corresponderá pela forma como manuseamos e
tratamos.
Infelizmente,
os governantes, independentemente de corrente ideológica, buscam deixar marcas
de uma administração voltada para o imediatismo, sem pensar ao médio e longo
prazo, objetivando obras de sustentabilidade e racionalidade para as futuras
gerações, olhando apenas para o próprio umbigo, pensando tão somente no retorno
político que suas ações possam traduzir em termos de continuísmo, com projetos
pessoais e oligárquicos, acarretando prejuízos à humanidade, com ojeriza àqueles
que procuram ter uma visão mais profunda e extensa dos problemas.
O noticiário
predominantemente pessimista verificado, nos últimos tempos, principalmente com
a escassez das águas, principalmente, nas grandes cidades do Brasil, aqui fica
uma atenção especial para a Capital de São Paulo, é consequência do mau uso do
líquido fundamental para o ser humano. Lembro-me, muito embora tenha nascido
numa região carente de água, sertão paraibano, o que era pregado, e é real, em
termos do uso da água é que éramos, e somos um país privilegiado, com 12% da
reserva hídrica do planeta. Esse número não mudou, o que tem mudado é o
crescimento populacional, o abuso na utilização da água, e as dificuldades de
obtenção e levar esse precioso líquido às grandes concentrações, pois, apesar
da abundancia do produto, a sua distribuição não é proporcional, a água não
segue o curso dos bolsões de habitantes, segue riachos e rios, esses ao oceano.
É elementar
analisar as crises que teremos daqui para frente, muito embora tenhamos estudos
nos indicando à desaceleração no crescimento populacional, se não buscarmos
tratar os recursos naturais com o devido zelo e responsabilidade de todos, teremos
muitas dificuldades de sobrevivência pela falta da água potável, e, por
conseguinte, já que somos abastecidos por energia produzida nas hidroelétricas,
o racionamento da energia elétrica será uma realidade para os próximos dias,
caso as chuvas não sejam suficientes para elevar os níveis onde se localizam as
geradoras nacionais. Conforme o Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga,
dependemos de uma força vinda dos céus. O Brasil volta a depender de ações
divinas e não mais de atitudes dos governantes, profundamente lamentável o comentário
da maior autoridade competente do setor energético.
Além dos
recursos superficiais, bacias hidrográficas (Amazonas e Paraná), as subterrâneas,
sedimentares do Paraná, Piauí e Maranhão, torna-se interessante constar a
distribuição disforme no nosso país, do elemento água, enquanto temos
abundancia de chuvas em 90% do nosso território, apenas para elucidar, a Região
Norte tem 45%, e a região Sudeste apenas 10%, do território nacional, enquanto
a população da primeira região é de 8% contra 41%, respectivamente. Não podemos
esquecer o Aquífero Guarani, a maior reserva de água doce e potável do mundo,
com um detalhe importante, com 2 mil metros de profundidade de água potável. Com
840 mil km², sob o solo de 8 Estados da Federação: RS, SP, MG, MT, MS, PR, GO e
SC, contando com o domínio da tecnologia em exploração de petróleo em águas
profundas, 5 mil metros de profundidade e, caso da reserva do pré sal, para
explorarmos as águas do Aquífero Guarani, acredito que seja uma questão de
prioridade e estudos específicos a respeito do assunto, com o que é muito raro
hoje, iniciativas e acabativas.
O
que podemos notar, especificamente no nosso país, é a ausência de gestão num
assunto de importância vital para todos nós, ninguém está imune às sequelas de
uma tragédia anunciada, caso providencias não sejam tomadas, fica evidenciado,
quando o governo numa atitude inoperante e prostração sistêmica, quem paga a
conta pela inércia é exatamente o povo, como tem ocorrido ultimamente no Brasil
e continuará a ocorrer se não reagirmos ao governo obtuso e de extrema
procrastinação que se instalou no Brasil nos últimos 12 anos. Isso é um fato.
*Escritor e Poeta
dantasgenival@hotmail.com
Planeta terra de todas as águas e indiferenças
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/28/2015 06:52:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário