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Economicidade não faz parte dos gestores ineptos

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

             Ante a grande dificuldade que temos em delinear alguma perspectiva de controle efetivo da economia nacional, somos obrigados a admitir que os nossos administradores econômicos são irremissíveis pela péssima gestão da coisa pública, deixando emascular um setor que vinha resistindo as intempéries mesmo com a bancarrota mundial, em decorrência da crise nos EUA, a partir de 2008/2009.
             Claro que a grande crise passou para o resto do mundo, no Brasil ficou um rasto de inconsequência, mais que uma marola, um tsunami, não advindo da crise externa, e
localizado, mas, por absoluta má gestão, numa sequência de erros crassos e primários, um caso basilar para ímprobos, só cometido por noviços ou neófitos, num verdadeiro silogismo debitado a esquerda mal preparada para dirigir uma nação, principalmente a que insiste no bolivarianismo empregado no nosso Continente.
O Brasil, com a implantação e administração do Plano Real, governos, Itamar Franco (1992/1995), e Fernando Henrique Cardoso (1995/2003), vinha somando fatores positivos com a estabilidade adquirida na economia, trazendo benefícios para o conjunto do governo brasileiro, principalmente na área social, com ausência de reajustes nos preços, mormente aqueles de produtos de maiores necessidades, portanto, incluídos na cesta básica, conjunto de produtos utilizados pelas famílias, importante termômetro na medição da inflação nacional, singularmente aquela que é medida e fica espraiada na classe de renda mais baixa, onde o reflexo da inflação é mais sentido, por isso, mais cruel
Até o final do primeiro mandato do governo Lula, Luís Inácio Lula da Silva (2003/2011), e a sequência da política econômica, do governo anterior, tiveram os melhores anos da nova Democracia, pós-ditadura militar, com ganhos salariais, reposição de perdas em períodos anteriores, principalmente, a estabilidade de preços, sem a necessidade de congelamentos, fato obtido pela política normativa de mercado, entre a oferta e a procura, e total ausência intervencionista por parte do governo, com a economia em crescimento, juros baixos e inflação sob absoluto controle, sem o uso de medidas amargas nesse processo de anos dourados.
Não é nenhuma diatribe, mas no segundo mandato do governo Lula, troca de ministros da área econômica e a dicotomia com introdução da política econômica anticíclica, cantada em verso e prosa pelos seguidores equipolentes a propaganda oficial nauseabunda, tentando vender uma imagem existente apenas no imaginário dos mal informados e mal intencionados. O resultado foi uma condução temerosa na sua excepcionalidade.
Usando seu maior Capital político, empatia e poder de comunicação com a massa trabalhadora, Luís Inácio Lula da Silva, consegue eleger sua sucessora, a presidente Dilma Vana Rousseff, e começa, junto com o seu governo, o mais triste período da fase pós-ditadura de 1964; encerrada em 1985, depois de 21 anos de melancólico quadro da democracia brasileira. Nunca antes no nosso país tivemos tantos erros numa só gestão federal: um verdadeiro casuísmo toma conta da comunicação oficial, gerada pela profusão de propaganda, numa verdadeira operação tapa buraco, nos erros recorrentes em cada ação do governo.
        Previsões desencontradas e obras paradas por absoluta falta de acabativas e ausência de compromisso com o investimento pontual do erário público; as desonerações direcionadas aos setores que nada ofereceram em troca para a sustentabilidade da economia, controle da inflação, e a manutenção dos empregos, pior, ocorreu a elevação dos juros na tentativa vã de recrudescer a política de combate ao descontrole geral;  o consequente desvio de conduta de alguns membros, companheiros de partidos, alocados em ministérios e estatais, sangrando e sugando os recursos destinados ao bem coletivo, para o bel-prazer do individualismo sarcástico, próprio dos piratas saqueadores de navios, na época das grandes frotas e descobertas, que volta a se instituir de forma diferente e meios adaptados à nossa realidade, mas com finalidade igual, em pleno século XXl.
Para ganhar o segundo mandato a presidente realmente fez o diabo, conforme termo usado por aliados, para mostrar a força da sua base governista. Entrou em cena o mentor dos discursos baseados na mitomania governista e faz a população acreditar no país maravilhoso que é mostrado pela propaganda enganosa e só constatado depois de confirmada a reeleição, e nos primeiros gestos no inicio do seu segundo governo. Repentinamente, tudo aquilo que foi debitado à conta da oposição, se governo fosse, estava sendo implantado por quem jurava amor aos direitos adquiridos e as clausulas pétreas. No mínimo, uma insanidade administrativa, um gesto antidemocrático e uma ação não republicana. Atitudes tomadas no calor do discurso e aplausos dos seus correligionários, tudo junto e misturado, no ápice do espanto dos brasileiros incrédulos.
Isso é um fato!
*Escritor e Poeta

Economicidade não faz parte dos gestores ineptos Economicidade não faz parte dos gestores ineptos Reviewed by Clemildo Brunet on 2/19/2015 04:40:00 PM Rating: 5

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