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Louvação e inúteis princípios

12/02/2015 | 08h54min
João Costa
João Costa*
          Justiça e democracia são princípios que muitos julgam básicos para uma sociedade moderna. Isso. Mas esses dois princípios não estão acima da economia. Todos os tribunais de justiça no Brasil são colossais. Deputados querem parlamentos modernos e confortáveis. Mas tudo isso é inútil se nas ruas há fome e desemprego. O judiciário ( no caso do Brasil) funciona em função de si mesmo. Os parlamentos, dos mirins ao Senado, idem. Ainda não debelamos a fome e
o desemprego.
        Nunca acreditei em campanhas de moralização e a favor dos bons costumes. Em tese, ninguém é a favor de Corrupção. Corrupção é crime. Crime é praticado por pessoas. A polícia investiga, o Ministério público denuncia e a justiça condena ou absolve. Simples assim. Refiro-me ao caso da Petrobras. Que os culpados se hospedem na cadeia. Mas o buraco da Petrobras é mais embaixo. O que está em curso é uma campanha para destruí-la por conta do pré-sal. Não me engano; este esforço tem o braço de empresas estrangeiras associadas a grupos de mídia nativa, que desde a era Vargas tentam destruir um dos maiores patrimônios nacionais.
       Como se enganar diante de togados que julgam e condenam sem prova para agradar a grupos de mídia e a tal opinião pública formada exatamente pela mídia nativa? Os tolos se enganam a cada edição dos telejornais e de revistas que militam no jornalismo de esgoto. Os corruptos que não respondem a processo (milhões de brasileiros) pedem cadeia para aqueles que foram apanhados. Faz sentido?
      Como explicar de repente, não mais que de repente, esta súbita louvação do Judiciário? Juízes e tribunais que recorrem a pesos e medidas opostos em seus julgamentos nos inúmeros casos de corrupção política para quem representam? Para quem está na casa-grande leniência. Aos tolos da senzala consternação. Aplausos e fechem as cortinas.
        Não, não. Não fechem as cortinas, o show deve continuar pois os abutres e hienas ainda estão no palco. Li uma matéria em que certo jornalista italiano, numa entrevista por escrito, dirigiu ao papa Francisco várias perguntas na qualidade de “não crente”. Ele perguntou sobre a responsabilidade moral e política do ateu e do agnóstico diante daqueles que acreditam no deus dos judeus. Francisco, que se revelou um cristão sábio, mandou como resposta o seguinte: quem não crê “deve obedecer à sua própria consciência”. Logo, a noção de justiça nada mais é do que uma narrativa de ficção, que no Brasil, se apresenta como realismo fantástico. O papa desferiu um tiro certeiro com esta máxima: “no fim da vida de cada um, Deus não fará diferença entre quem tem fé e quem não tem”.
      Quem quiser que bote fé na justiça, na política e na sociedade num país que vive sua fase caranguejo, que não se liberta do complexo de vira-lata.
Assim caminha a humanidade!

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br


Louvação e inúteis princípios Louvação e inúteis princípios Reviewed by Clemildo Brunet on 2/12/2015 10:18:00 AM Rating: 5

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