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Política externa reproduz o caos interno que vive o Brasil

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

          A intemperança do governo brasileiro na condução de suas políticas para com o trato da coisa pública tem levado a nação à um espanto generalizado pela sua absoluta falta de coerência, e determinação, em assuntos pontuais. Estamos mergulhados em desacertos por conta e risco de trapalhadas de gestão, e
a impressão que temos é que somos tratados como verdadeiros parvalhões e que nada entendemos; o fato é que não há o menor respeito pelo cidadão comum, o menor cuidado com a administração do erário público e a condução com o destino do nosso país e seu futuro que se aproxima, pintado em preto e branco por pinceis de artistas de quinta categoria, exposto numa tela já manchada de outras pinturas anteriores e mal versadas, executadas por mãos torpes.
Não bastassem as ações perdulárias em obras sem acabativas, entre tantos descalabros, muitas das quais, apenas de caráter eleitoreiro, “ligando nada à lugar nenhum”, sem concatenar ações com resultados, tempo com espaço, lógica com prioridade, numa capilaridade destoante, sem eficácia, nem mesmo eficiência.
As atitudes tomadas na gestão anterior, 2011/2014, muitas delas estão sendo vistas como uma verdadeira herança maldita para a presidente, que se reelegeu com promessas de melhorias, sanativos milagrosos e ideias novas. Ledo engano, tudo falácia, frases abstratas para levar à confusão mental de um eleitorado mal servido de entendimento político.
A sociedade brasileira assiste perplexa táticas stalinistas, remetendo os desencontros administrativos, ou malversações de alguns membros do governo, casos específicos e de conhecimento público, pela imprensa, aos governos anteriores, e especificamente ao período de Fernando Henrique Cardoso, que teve seu mandato encerrado em 2012. portanto, bem distante do palco montado para encenação, de 2013 até o momento, da peça dos cavaleiros errantes, versão moderna, a partir do ideário petista, como contraponto ao original, que teve seu protagonismo nos últimos séculos da Idade Média, conforme o historiador neerlandês, Johan Huizinga (1872/1945), no seu clássico “O OUTONO DA IDADE MÉDIA”, publicado em 1919.
Nada mais desolante ouvir os gritos de dor e pedido de socorro dos homens que levam por estradas esburacadas e caminhos mal sinalizados, a riqueza produzida nos campos, parques industriais e resultados do conhecimento tecnológico que permeia a capacidade criativa do nosso povo. O desconsolo dos nossos motoristas profissionais é pela absoluta falta de apoio dos governantes, na ausência de uma política ancorada na transparência mercadológica, no fortalecimento dos elos que compõem a corrente dos setores da economia, quando não ocorre esse fator determinante, o resultado é exatamente a falência e a quebra do todo.
O país vê obstúpido o desabastecimento atingindo fábricas com a escassez de seus insumos, os mercados sem os víveres, tão importantes para a tranquilidade das zonas urbanas, granjas já na eminência de sacrificar seus frangos, por falta de ração, e as bacias leiteiras jogando às vazantes o leite das ordenhas dos dias de ausência do transporte contratado, em decorrência da greve em curso; a população atingida por fatores turbulentos e descabidos, como a desassistência médica, a mobilidade urbana e a segurança pública, sendo fatores de instabilidade emocional, levando os cidadãos das médias e grandes cidades, já chegando aos pequenos municípios, o comportamento de fúria até mesmo entre os iguais.
A Petrobras, vítima da descomunal, diabólica e maquiavélica trama, arquitetada no calabouço, lugar acessado apenas por espíritos menores, possuidores da malignidade, sôfregos de verdadeira obsessão ao patrimônio alheio, é diariamente exposta ao ridículo, vendo seu valor de mercado ser depreciado, julgada e jogada na leva das piores empresas de reputação mundial, agência Moody, uma das três maiores do mundo, tira grau de investimento que a estatal tinha, e empurra de escada abaixo, no grau especulativo, ela que já foi nossa maior empresa pública, de Capital Aberto, tida como uma das maiores no mercado internacional. Simplesmente, todo seu passado de glória foi ignorado, os nefastos administradores levaram a empresa à bancarrota, o governo fazendo de conta que nada tem com o flagelo que foi cometida, por única e exclusiva irresponsabilidade, e má gestão de seus vassalos indomáveis, tenta imputar a culpa, novamente, em governos anteriores, atitude própria dos incompetentes e imperitos notórios.
Não bastasse a degringolada política interna, o mesmo governo administra a área internacional com a mesma insipiência gerencial, valorizando países sem o valor devido, principalmente com afogos comerciais exagerados aos dotados do bolivarianismo nefasto, incorporado aos pelegos  incrustados na América do Sul, com viés ditatorial. Para piorar, a atitude de não receber as credenciais do embaixador da Indonésia, atitude antidemocrática, mesmo considerando a pena de morte imposta ao brasileiro, pelo país focado, pelas leis daquela nação, o crime cometido era passivo de tal pena. Ter piedade pela tamanha desfortuna é uma coisa que tem que ser considerada, mas, como Estado, há de seguir os preceitos regimentais internos de cada país. Isso é um fato.
*Escritor e Poeta

Política externa reproduz o caos interno que vive o Brasil Política externa reproduz o caos interno que vive o Brasil Reviewed by Clemildo Brunet on 2/26/2015 08:27:00 AM Rating: 5

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