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Soluções Aplacáveis

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*


           O momento político é de extrema preocupação, quem viu, ouviu ou leu o discurso do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, em 24 de fevereiro último, no Rio de Janeiro, tem motivos suficientes para começar a pensar seriamente como superar essa fase que pode vir culminar com uma batalha sangrenta entre brasileiros inocentes, com vidas sendo ceifadas por absoluta responsabilidade de uma esquerda agônica e truculenta, e uma direita com saudades de porfiar em direção ao poder perdido em 2002 e
se ressente das suas benesses.
O ex-presidente Lula, numa atitude tresloucada deixou claro que continua o mesmo protótipo da sinecura, amante obstinado da conezia, devoto incondicional do nepotismo, principalmente quando se trata dos membros da sua família por adoção e afinidade política, de práticas ideológicas, a companheirada do petismo da imobilidade brasileira. Beliscado pelo estresse apresentado pelas diversas camadas da sociedade, motivado pelo desgoverno patrocinado pela sua afilhada política, Lula sem respeito algum a ordem pública e a coisa pública, prática recorrente em suas atitudes nada republicanas, sem o menor senso de ética e princípios dúbios, convoca os jagunços, insurgidos no meio dos trabalhadores do MST, numa imitação Ominosa do folclórico ditador romano Nero Cláudio César Augusto Germânico (54/68 da era cristã), os energúmenos da militância do seu partido, numa tentativa de por fogo na política, não numa cidade, mas, num país de extensão territorial e um povo extremamente ordeiro, uma insensata atitude de quem se espera pelo menos ações equilibradas e positivas, sem entreveros, se não respeita o povo que lhe elegeu por duas vezes presidente da República, dignifique pelo menos seu passado político e seus simpatizantes, com procedimentos nefandos.
Numa hora de desencontros políticos e econômicos há de se ponderar, reorganizar, confabular, concatenar ideias e pensamentos, perfilando os opostos em busca de uma solução comum. A nação encontra-se na UTI dos desmandos, por culpa de ideologismos desvairados, aliado a falta de atitudes altaneiras e comportamentos responsáveis, compelido por anseios sociais, muitas vezes precisos pela premência e urgência das ações, mas, de forma consciente e dentro da capacidade de manutenção, de tal maneira que a execução não venha a comprometer a sustentabilidade de uma nação, e de um povo que precisa de oxigenação para se manter vivo no seu projeto primário que é a própria subsistência.
Somos uma nação ainda em desenvolvimento, não temos sobras para darmos ou repartirmos com outras nações mais pobres ou tão pobres quando nós. Fizemos tudo errado. Financiamos obras faraônicas em outros países, como portos, estradas e vias para ajudar na mobilidade urbana de povos, mesmo que necessitados, não se justificava tal empenho nosso, talvez, apenas por uma questão ideológica, na tentativa vã de agradar a esquerda internacional. Por conta desse desatino, passamos e estamos com sérios problemas internos e em vários setores recalcitrados exatamente por falta de recursos para investimentos em nossa infraestrutura, levando a população à uma verdadeira e grave comoção social, com surgimento de greves localizadas, com expansões pontuais.
A semana é uma das mais tensas dos últimos tempos, o presidente do senado Renan Calheiros (PMDB/AL), sentindo seu nome envolvido na Operação Lava Jato, numa tentativa de angariar simpatia da oposição e firmar seu nome no próprio partido (PMDB), devolve ao Executivo Medida Provisória (MP) 669/2015, num realinhamento, elevava de forma inconstitucional, custos, e que tratava da desoneração da folha de pagamento das empresas, alegando inconstitucionalidade da matéria. Fato que elevou o grau de disputa entre os dois poderes já desgastados pela insubordinação apresentada pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), reconhecidamente, desafeto do poder central.
Enquanto isso, o MPF (Ministério Público Federal), Rodrigo Janot (Procurador Geral da República), encaminha ao STF (Supremo Tribunal Federal), denúncia com nome de políticos envolvidos, nomes esses ainda em segredo de justiça, no caso conhecido como petróleo, ou escândalo da Petrobras, com envolvimento de outros personagens como: doleiros, funcionários públicos da Petrobras e executivos de grandes empresas da construção civil do nosso país. Esse novo passo no processo já torna tensa todo relacionamento no Congresso Nacional, pela expectativa que gera pela divulgação dos nomes que podem ser conhecidos dentro de um prazo curto, desde que o ministro Teori Zavascki, que está com o caso, aceite retirar o segredo de justiça para os políticos ali relacionados.
A greve dos caminhoneiros foi capaz de canhonear na atividade econômica do país torpedos de alcance nacional, fortalecendo outros movimentos que começam a se manifestarem em outros setores insatisfeitos com o atual quadro político e econômico. Muito embora seja uma situação aziaga de espirito ominoso, vejo com olhos de esperança, do verbo esperançar, usando um termo do professor e filósofo Mário Sergio Cortella, com prenúncio de novos tempos, principalmente após o primeiro discurso (04) no seu retorno ao senado federal, do senador José Serra (PSDB/SP), composto de críticas construtivas, apontamentos de soluções possíveis, visão democrática e acertos republicanos, verdadeira atitude de um político do nosso tempo, diferente da grande maioria que compõe aquela plêiade.
Enquanto o país em comoção, a presidente Dilma Rousseff tenta nova aproximação com aliados, recolhendo aos bastidores do palácio seus líderes procurando atenuar os efeitos da revolta interna dos partidos da sua base aliada. O BC (Banco Central) sobe 0,5% da taxa básica de juros, elevando para 12,75%, mais alta elevação dos últimos ajustes; a energia elétrica sobe novamente, e agora de forma insensata, para aliviar as contas das operadoras que teve seus reajustes represados por conta da operação eleitoreira, do partido governista; os combustíveis também sofreram o mesmo processo por conta da mesma operação do governo central, tentando salvar o caixa da Petrobras e recompor as contas da estatal, sangrada pelos administradores malversadores. São fatos consternadores!
*Escritor e Poeta

Soluções Aplacáveis Soluções Aplacáveis Reviewed by Clemildo Brunet on 3/05/2015 04:48:00 PM Rating: 5

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