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Nada mudará enquanto continuarmos repetindo os mesmos erros

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Na última terça-feira (05), a propaganda no horário político foi de responsabilidade do Partido dos Trabalhadores (PT), confesso que esperava uma apresentação diferente de tudo aquilo que já nos foi apresentado, entretanto, o quadro, em termos de propaganda eleitoral, não passou de uma repetição do mesmo cipoal falacioso, com forte reprimenda de uma nação cansada das mesmices delongas, mais uma vez, provocando um panelaço por parte dos brasileiros inconformados com a falta de seriedade no governo central, insistindo na ideia da burrice coletiva, achando que povo vai continuar acreditando nos discursos trampolineiros, marca recorrente nas afirmativas dos situacionistas toscos, mesmo porque, se um dia foram lapidados, certamente, foram a machados.
Antes de interpretar como mais um dolo naquele horário, e
pelos mesmos, cheguei a supor que fosse uma peça lúdica, sem nenhum interesse maior a não ser a de diversão barata, em horário nobre, tangenciando o mau gosto dos que nada tendo a dizer fazem o tempo correr com propostas vazias esgueirando-se para não mostrar sua verdadeira face da incapacidade ao verbalizar qualquer proposta sem consonância com a realidade.
Mesmo apresentando a figura de maior capital político das suas fileiras, no caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como figura central, em substituição a atual presidente, o efeito foi negativo, a reação dos telespectadores conscientes e politizados, não deixaram barato e se manifestaram no mesmo tom quando dos últimos discursos petistas, prolixos e sobejamente subjetivos. A situação tende a piorar, não há mais reservas em substituição aos titulares em exercícios, foram todos nivelados por baixo, a reprovação é geral, de norte a sul, leste a oeste. O Brasil se une pela falta de perspectivas para o presente e o futuro que se avizinha. A inteligência do povo é inexorável, pode tardar a se manifestar pela sua leniência, próprio da nossa gente, humilde e parcimoniosa, entretanto, não fica a tergiversar nem a postergar quando a situação torna-se inadiável em defesa dos seus, tornando-se pragmático e pontual.
Para o acirramento dos nossos problemas não há como culpar as circunstancias internacionais, a crise econômica e política são frutos da irresponsabilidade dos nossos governantes. Para um país que foi cantado em verso e prosa como uma nação blindada das intempéries provocadas pelas incertezas de fatores externos, internamente se anunciava um mar de rosas, e não faz muito tempo; estamos sendo jogados num terremoto sem abalos sísmicos, mas, de forte degradação moral pela desastrosa administração dos nossos gestores, incompetentes e embusteiros.
Convivemos com uma taxa de desemprego de 7,9%, número do ultimo trimestre apresentado, contra 6,5% do último trimestre de 2014, o pior desempenho ficando para o RN com 11,5% e o melhor para SC com 3,9%; tendo o país uma taxa de desocupação de 9,6%, ou seja, 7,934 milhões de pessoas desocupadas, um número apavorante para uma economia descontrolada, em busca de soluções emergenciais e imediatistas.
Em termos de economia nada nos favorece, tivemos um saque na poupança de R$29,08 bi, nos quatro primeiros meses do ano, enquanto durante todo ano de 2014 os saques corresponderam a R$ 24,03 bi. A inflação recrudesce em 8,22%, considerando-se os últimos 12 meses, a mais elevada desde 2004, nada confortante para empregados e empregadores, com um horizonte umbrático a desafiar toda lógica econômica para reorganizar uma economia em frangalhos.
Há coisas que as pessoas não querem enxergar, fica melhor se fizer de conta que o caso seja debitado no imaginário dos opositores, da imprensa branca, dos despeitados, assim pensa o petismo desatinado.  Mas, esses não podem, nem nós podemos deixar de lado  o resultado dos números; de imaginarmos que a ação fraudulenta aos cofres da Petrobrás, resultando num prejuízo de R$ 6 bi, isso representa apenas e tão somente, 10% do rombo na empresa, a diferença é a má gestão da coisa pública, ela não é pública, mas de capital aberto, misto, portanto, devia ser gerida, administrada por pessoas do ramo, com competência e conhecimento empresarial, e muito senso de responsabilidade, não apenas ela, a Petrobrás, mas toda acervo do patrimônio público.
 Enquanto o governo enxuga e corta despesas com os miseráveis dos pensionistas, aposentados, desempregados e outros desassistidos, que tanto deram pelo país e sofrem calados, sem ter qualquer classe ou entidade que os defendam, tentando fazer o ajuste fiscal, desumano, sem pelo menos mostrar boa vontade de diminuir a máquina pública, inchada e desproporcional a nossa realidade, com cabides de empregos dentro de ministérios inoperantes, apenas para agradar políticos que se servem do poder.
Devia ter consciência e responsabilidade, partindo para o desmonte do elefante branco montado na esplanada dos ministérios e desativando-o, mesmo temporariamente, até que o caixa governamental justifique essas despesas desnecessárias, com o Brasil voltando a produzir como já produziu, a indústria sendo competitiva, as nossas commodities voltem a se valorizarem no mercado internacional, a China passe a comprar o que vinha comprando do Brasil como antes. Enfim, que o mercado se aqueça, os governantes voltem a trabalhar pelo Brasil, reformas sejam feitas em caráter de urgência e emergência, sem paixões políticas e ideologismos idiotas.
*Escritor e Poeta

dantasgenival@hotmail.com

Nada mudará enquanto continuarmos repetindo os mesmos erros Nada mudará enquanto continuarmos repetindo os mesmos erros Reviewed by Clemildo Brunet on 5/08/2015 07:27:00 AM Rating: 5

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