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Muitas vezes o que é Legal não é Moral nem Ético

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

     Estamos passando por uma transformação muito grande em todos os aspectos, o que mais nos surpreende são as mudanças no campo Moral e Ético. Os conceitos são mudados numa velocidade maior que o poder de absorção e compreensão. Com o advento da mídia eletrônica e suas plataformas digitais o  grau de informações é por demais ágeis de tal forma que, para aqueles que não tem o hábito de atualização constante tem ficado desinformado com o mundo em que vive. Há informações precisas do volume de novas dados que surgem anualmente, a relevância desse fato é fundamental para quem precisa viver atualizado, pois, a cada ano tudo que você sabia já foi superado.

Isso posto, vale lembrar dos modismos vindos de novos conceitos eformas de convivências nessa nova sociedade que vem estabelecendo normas e procedimentos para os homens e mulheres do nosso tempo. Sinto que tenho dificuldade e até inépcia para acompanhar o ritmo dos novos tempos, considero-me claudicante nesse aspecto, não por irresponsabilidade, mas, por ter vindo de um tempo de valores rígidos, cuja moral e a ética eram intrinsecamente vinculadas ao padrão família, cuja fórmula difere do modelo dos novos modelos.

Apenas para informar aos mais jovens, não é para causar espanto, mas, a família era uma célula viva da sociedade, modelo patriarcal, por uma série de fatores, dentre as quais, o pai era sempre o provedor da casa, e, a mãe a administradora e orientadora educacional, e esse binômio, pai e mãe, gerava, sempre, ou quase sempre, nada é perfeito, uma família de absoluto sinergismo harmônico, cujo resultado final era a formação de seres humanos constituídos de conceitos moral e éticos, inabaláveis!

Não querendo ser piegas, nem saudosista, com todo respeito ao novo, ao moderno, as novas tendências, mas, sinto falta de muita coisa de antigamente, tais como: o comportamento rudimentar do meu pai, procurando ser severo quando queria apontar o melhor caminho a seguir, normalmente apaziguado pela forma sensata e educadora, comprometida com a sabedoria e a coerência da minha mãe; a maneira aconselhadora da avó, quase que em sussurros para não interferir na orientação dos pais, portanto, com receio de causar discórdia.

Uma coisa que os mais jovens não sabem, era o respeito que existia entre os mestres, professores, e alunos, tanto dentro como fora da sala de aula, era uma convivência respeitosa e saudável, diferentemente do que temos visto nos dias de hoje, quando a incidência de agressões aos professores, pelos alunos, tem sido tão recorrente e com o grau de violência tão elevado que nos causa espanto e ao mesmo tempo tristeza pela promiscuidade que se transformou  a relação professor aluno.

Outro fato que merece uma observação era o sentimento de vergonha que nos invadia quando praticávamos um erro, mesmo que pequeno, aos nossos olhos, entretanto, de um efeito entristecedor para os nossos parentes e amigos, como uma briga de rua, antigamente se brincava nas ruas, elas serviam de espaço para o entretenimento das crianças e jovens, sem riscos ou perigos, todos se conheciam e se cuidavam, os pais normalmente ficavam a confabular, sentados em suas cadeiras de balanço distribuídas às calçadas, de forma a nos observar, como a velar pela nossa saúde.

Hoje, adulto e sênior, distante de um modelo antiquado de viver, muito embora as lembranças daqueles tempos me façam bem, quantas vezes quando quero fazer algo que tenho dúvida da sua moral e ética, sempre naqueles ensinamentos sou mergulhado, por isso e por outras questões tenho me regulado por aqueles princípios. Por injunções das circunstâncias tenho refletido no comportamento de algumas pessoas,  principalmente políticos que costumam se comportarem politiqueiros, no trato com seus pares, correligionários e contendores. Quando leio sobre a nefasta situação de subserviência ou mesmo de sobreposições dos poderes do Estado, principalmente da atual conduta do Legislativo e Executivo, nessa troca de favores, loteamento de cargos em diversos escalões, para aprovação de projetos e medidas provisórias, no Congresso Nacional, e de interesse do Executivo, por mais Legal que seja, é, sem dúvida, de um caráter imoral inadmissível.

Diante de uma realidade que colide com meus princípios básicos chego a pensar que estou fora da realidade, não consigo engolir algumas fórmulas e formas de comportamento que regem as regras de conduta da nossa sociedade, sociedade essa que é dirigida por homens e mulheres que tiveram a mesma educação que tive, conviveram com os mesmos moldes sociológicos que convivi, mas, que regem uma pasmaceira de causar náusea até em antiácido, uma vergonha que causa pejo em qualquer ser humano composto de moralidade média, é um descalabro de prerrogativa dos insensatos, uma esbornia dos aboletados nos cabarés dos desvalidos. Uma prosopopeia que só superada no futuro próximo, se não houver correção na conduta da Moral e da Ética das novas gerações que estão por vir.

*Escritor e Poeta

dantasgenival@hotmail.com


Muitas vezes o que é Legal não é Moral nem Ético Muitas vezes o que é Legal não é Moral nem Ético Reviewed by Clemildo Brunet on 6/08/2015 04:25:00 AM Rating: 5

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