Política sem politicagem
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
O tempo atual, de extrema dificuldade
para todos, nos remete aos anos 1950, pós-guerra, as nações tentando se
recuperarem da miséria promovida pela desolação das baixas humanas e desajustes
na economia mundial cujas consequências foram por muito tempo sofrido por
grande parcela da humanidade, cuja recuperação se deu lenta e gradualmente.
De lá para cá as transformações foram
sentidas em todos os continentes. Os Americanos do Norte se firmaram na grande
potencia mundial, voltados para o desenvolvimento industrial, com destaque para
o fabrico dos instrumentos bélicos, vendidos aos países que fizerem suas
guerras regionais e
fomentadas pelos próprios americanos para a ampliação de
suas fronteiras comerciais e sustentadas por esse mercado.
Nós da América do Sul, principalmente
os brasileiros, continuamos os mesmos, sobramos no mercado de comanditeis, com
o advento de novas tecnologias, somos reconhecidamente detentores de
conhecimentos na exploração de petróleo em águas profundas, temos ciência dessa
riqueza em nossas terras, ou mares, desde o começo dos anos 1950; nossa
barreira agropecuária tem avançado principalmente nos grãos, avançamos em
alguns aspectos primários, e minimamente, com algum destaque na indústria
automobilística e aeronáutica, patinando na área social, mesmo avançando no
combate a fome e a miséria, estamos longe de sermos reconhecidos como eficazes
nessa luta desigual, quando os menos favorecidos se proliferam de forma mais
rápida, numa velocidade maior que o combate dos seus males mais danosos. Não
temos evoluído na educação e somos superados por outros povos que conseguem
mais eficiência educacional, portanto, com maior sucesso e vencendo a batalha
da miséria com mais qualidade, dessa forma, suplantando dificuldades e saindo
mais celeremente da barreira da miséria onde se encontram. Temos sofrido muito
com a negligência, dos nossos gestores, com os nossos doentes, temos sido
indolentes na saúde e agido precariamente com a segurança e o futuro dos nossos
jovens, esses mesmos jovens sem um presente impulsionador, nos dão a certeza de
um futuro incerto por absoluta falta de atitude dos nossos dirigentes. Aos
poucos estamos sendo tragados pela nossa indiferença, sem o devido cuidado para
com os nossos, dessa forma, armamos verdadeira armadilha a nos esperar no
silêncio do tempo e a escuridão do espaço, como um corpo inerte.
Os asiáticos se constituíram em fortes
povos, determinados e corajosos, se destacando na indústria de eletroeletrônico
e outros segmentos de giro rápido e valores agregados, sem se descuidarem do
básico para a subsistência de sua gente. Por uma questão de estratégia
comercial os produtos asiáticos invadiram o mercado internacional e com a
política de mão de obra barata, conseguem evitar que uma grande massa
trabalhadora fique sem atividade e conseguem garantir um enorme contingente no
mercado de trabalho ativamente, ajudando a manter o PIB (produto interno
bruto), de seus países, em crescimento constante.
O continente africano continua
sofrendo com a falta de oportunidade, despreparo e problemas climáticos, o que
podemos verificar é a pouca possibilidade de uma mudança para o futuro que se
aproxima para essa gente que tem sofrido muito com a sobrevivência e sem nenhum
projeto que vislumbre um novo tempo mais alvissareiro, a rotina de sofreguidão
continua, nem mesmo um projeto humanitário se anuncia no curto, médio e longo
prazo, com ares de esperança!
O europeu reage, e graças ao esforço
de alguns países vão lentamente se estabilizando, anote-se aí o espírito de
luta do povo alemão que vem se mantendo e se destacando na indústria de ponta e
da química fina, juntamente com a China e a Índia abastecem o mercado mundial,
e solidificam suas lideranças no conjunto dos países produtores.
Quando o assunto é política, não tenha
dúvida que somos infinitamente superiores naquilo que não nos traz liderança na
condução honesta dos negócios de Estado, nem nos oferece segurança, nem no
presente como no futuro. Somos um país notadamente formado por políticos, na
sua grande maioria, com o DNA impregnado de corrupção no seu mais elevado grau.
Não é de hoje que temos percepção do que somos de sentimento dogmático, sem
dúvidas, quando se trata de ética temos a compostura de verdadeiros transgressores
contumaz. Os últimos acontecimentos, nos últimos anos, só vieram ratificar
aquilo que somos verdadeiramente, ou seja, uma nação voltada para os jeitinhos
brasileiros, dos homens do ganho fácil, dos políticos que usam a politicagem no
atingimento dos seus objetivos, que é o de levar vantagem em tudo, dos dirigentes
que só pensam em ganhar, na lei do Gerson, do é dando que se recebe nas
falcatruas ilimitadas, da desonestidade infinita.
Essa última semana foi composta de
fatos indescritíveis, tivemos o PT (partido dos trabalhadores), lutando pelo
ajuste fiscal mesmo que em detrimento aos direitos dos trabalhados; o PSDB (Partido
da Social Democracia Brasileira), tentando derrubar o
fator previdenciário, em vigência desde 1999, portanto, implantado pelo governo
de FHC (Fernando Henrique Cardoso), contra o voto dos petistas que hoje querem
sua manutenção; não adianta alegar que eram outros tempos quando o projeto foi
aprovado, o que ocorre hoje é uma verdadeira dissonância nas atitudes entre
políticos e partidos, partidos e ideologismos.
O pior de tudo é que
temos consciência da nossa responsabilidade na atual conjuntura de agrura,
principalmente por sabermos da prática de muitos eleitores que vendem seus
votos em troca de favores pessoais, depois não tem como cobrar dos seus
candidatos eleitos, foram vergonhosamente comprados, e esses não tem moral para
qualquer cobrança, e os políticos que assim agem, nada devem aos seus
vendedores de votos, dessa forma, ficando descompromissado com seu eleitor, se
trata de uma troca imoral e desditosa para um povo que tenta ressurgir das
cinzas, tal e qual o Phoenix, da tragédia das sequelas da corrupção que nos
assola e nos denigre.
*Escritor e Poeta
dantasgenival@hotmail.com
Política sem politicagem
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/02/2015 08:53:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário