APELIDOS NO PETROLÃO
A cultura
mediana nos conduz ao entendimento razoável de que o governante seja uma pessoa
de muitas virtudes e cheia das melhores intenções para com a coisa pública e o
interesse da coletividade. O conjunto da obra e os serviços prestados sejam
reconhecidos pelo tirocínio administrativo com suporte no dever da honestidade
inerente ao administrador público.
A nossa
realidade é
muito mais cruel do que pensamos, hoje, há uma tremenda escassez do
administrador honesto. A falta é tão grande, mais tão grande, que os poucos
honestos estão desaparecendo. É coisa minguada somente para socorrer um ente
público que se encontra em falência degenerativa.
Será que tem
alguém que negue esta assertiva?
Pois bem! Vamos
em frente.
O crime doloso
se caracteriza pela evidência da premeditação, ou seja, é o crime cometido com
plena consciência da ilegalidade da conduta praticada, visando o resultado
ilícito ou assumindo o risco de produzi-lo. (art. 18, I, do CP).
Portanto, o planejamento
e a intenção do ato criminoso no maior escândalo de corrupção já visto na
história do Brasil, conhecido popularmente por “Petrolão”, desvendado pela
famosa operação “Lava Jato”, mostra perfeitamente esta intenção dolosa de
dilapidar o patrimônio público quando alguns já condenados, outros, denunciados
e mais outros indiciados demonstraram um planejamento astucioso e uma intenção
dolosa facilmente palpável pela forma ousada de tentar ludibriar os órgãos
competentes para livremente exercer as suas atribuições constitucionais e cair
na enganação da ocultação dos autores e a consequente impunidade do crime.
No entanto, o
Ministério Público e a Polícia Federal (como órgãos investigativos por uma
garantia constitucional) espantaram o vespeiro criminoso quando detectaram
cabalmente que os membros (mentores e autores) haviam criados APELIDOS com o
fim de induzir a erro e enganando a tudo e a todos ao mesmo tempo. Mas, não
existe o crime perfeito!
A estratégia
fora montada por doleiros, operadores, executivos das grandes empresas, além
dos próprios políticos. Veja a relação de alguns codinomes constantes nos
relatórios de inteligência, evitando mencionar o nome verdadeiro dos comparsas:
01 – BRAHAMA - Luiz Inácio Lula da Silva
02 – PRIMO - Alberto Youself
03 – VÉIO - Rafael Augusto Lopes
04 – VÔ ou JP -
João Procópio Junqueira Prado
05 – BAND JP - João Pizzolati
06 – BAND MN - Mário Negromonte
07 – OLHEIRO - Adarico Negromonte
08 – SEU MACEDÃO - João Cláudio Genu
09 – MY WAY - Renato Duque
10 – SABRINA - Pedro Barusco
11 – ANGELINA JOLIE - Nelma Kodama
12 – BEBÊ JOHNSON - Luiz Argolo
Além da mudança
no nome dos autores do crime, eles rebatizaram PROPINA com o nome de
“PIXULECO”. Pixuleco é um termo inexistente nos nossos dicionários.
Todavia, a definição do nome que batiza a 17° fase da Operação Lava
Jato, não aparece no nosso léxico.
Na literatura, um termo parecido foi usado pelo escritor
paulista João Antônio (1937-1996), no conto “Paulinho perna torta”. Na história
do engraxate que vira assaltante, “pixulé” é sinônimo do “dinheiro miúdo” que
seu personagem recebe durante o trabalho: “O tipo se levantava da cadeira, se
arrumava todo; se empinava, me escorregava uma nota. Humilde, meio encolhido,
eu recolhia a groja magra. Tudo pixulé, só caraminguás, uma nota de dois os
cinco cruzeiros. Mas eu levantava os olhos e agradecia”.
Nos processos da Lava Jato, "pixuleco" está
longe de designar pouco dinheiro. Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da
UTC, a gíria era usada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para se referir à
propina que recolhia das empresas a cada novo contrato com a Petrobras.
O pior de tudo
isso ainda existe pessoas que dizem de boca cheia que isto é um golpe da
imprensa. Não! Isto não é golpe da mídia. Isto é fato. Contra fatos não há
argumentos.
Então, fica bem
claro que PIXULÉ é um nome abrangente para os minguados hospitais, escolas
sucateadas, transporte cavalete e segurança pública sem sentinela. Enquanto que
PIXULECO tem o novo sentido para os grandes depositários nas contas secretas
dos paraísos fiscais.
Passe bem!
Fui.
João Pessoa, 08 de agosto de 2015.
*Escritor pombalense e Promotor
de Justça em João Pessoa PB
APELIDOS NO PETROLÃO
Reviewed by Clemildo Brunet
on
8/09/2015 05:16:00 AM
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