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Não há como acreditar no apelo conciliatório do Governo

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

        Para quem acompanha a história dos partidos políticos no Brasil é factual a recorrência das desobrigações que há nos acertos feitos com outros partidos em nome de um projeto próprio, mesmo que dissonante de qualquer mérito, como é o caso do Partido dos Trabalhadores (PT). Para os mais esquecidos e os jovens talentos nascidos depois da década de 1980, data da fundação do atual partido governista, é bom frisar e lembrar a falta de comprometimento do PT para com o Brasil, sempre em nome do seu próprio projeto, passemos então aos motivos pelos quais não acreditamos na sinceridade do apelo petista:
        Quando os partidos de oposição se juntaram, e
irmanados em nome da redemocratização, depois da retomada do governo pelos civis (1985), esperava-se uma união da Direita com a Esquerda brasileira na formalização de uma chapa entre PSDB e PT. Nesse momento, o PT saiu fora para não dividir poderes se chegassem ao governo. Ganhou o neoliberalismo de Direita, com Fernando Henrique Cardoso, e seu Plano Econômico, Plano Real, já implantado na sua gestão como Ministro da Fazenda do Governo de Itamar Augusto Cautiero Franco, mais uma vez, o PT pulou fora e não apoiou o plano vitorioso, de estabilização da moeda nacional e o inicio do real ganho salarial da classe operária brasileira, alegavam, a esquerda e os comunistas brasileiros, tratava-se de um plano eleitoreiro, sem fundamentos e de exiguidade imponderável.
       

           Para chegar ao poder, o PT renunciou as suas ideologias fundamentais associando-se ao PMDB, velho conhecido da República de eleições passadas, juntos chegaram ao governo central com promessas mil. Reconhecidamente, o Brasil teve extraordinário ganho social com ascensão do operário retirante e líder sindicalista, Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, depois de 12 anos de governo da esquerda com apoio da direita dissidente, especificamente os alocados dentro do PMDB e de outros partidos coligados, sentimos que o desfecho dessa história será triste e melancólica, quiçá dramática.
     
                Já não somos o país da esperança, de um presente pujante e um futuro equilibrado, todos os sintomas são de uma nação debilitada e ultrajada, desfigurada e sendo remontada com os farrapos que sobraram depois da malversação imposta pela fracassada administração da esquerda. Mergulhado no drama dos incautos, vem, o que sobrou do partido que um dia foi tido como uma esperança para o país, pedir apoio à direita brasileira, levantando a bandeira branca, em nome de uma governabilidade, em decorrência da absoluta falta de rumo de um governo sem crédito interno e externamente, o apoio do PSDB e outros partidos da oposição, apoio para aprovação das medidas voltadas a consolidar as iniciativas da área econômica, no sentido de dar um rumo ao país tão dilapidado por parte de seus próprios aliados.
               Claro é que não podemos deixar que o país fosse a pique por uma gestão incompetente, todas as forças devem se unir em nome da nação, é hora de admitir a nossa responsabilidade no trágico destino da nossa gente, mas, é preciso que se faça tudo e todo o possível e impossível para voltarmos a crescer e parar com a indigente e incômoda mancha da inflação que vem corroendo o poder aquisitivo dos mais pobres e miseráveis, pois, se eles, da esquerda incompetente, fizeram mal feito em tão pouco tempo, o que deviam fazer bem feito por muito tempo, nós, todos nós, nos sentimos culpados; eles, a esquerda incompetente, foi eleita pelo voto direto e pela maioria da vontade popular.
     
              Não é hora para revanchismos, nem mesmo remoer mágoas ou ressentimentos, o país é maior que qualquer sentimento partidário, ou ideologia; sem ranço e sem queixumes, sem, entretanto, acreditar no apelo dos que não sabem ser humilde, nem mesmo para reconhecer falhas e erros de conduta, é preciso que pelo menos eles, a esquerda incompetente, saiba, certamente, a direita responsável fará tudo que o país precisar, como sempre fez pelo país, nunca por eles e para eles, a esquerda incompetente. *Escritor e Poeta

Genival_dantas@hotmail.com
Não há como acreditar no apelo conciliatório do Governo Não há como acreditar no apelo conciliatório do Governo Reviewed by Clemildo Brunet on 8/03/2015 10:20:00 AM Rating: 5

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