Oráculos da direita mandam estancar o golpe

João Costa

João Costa*

Para sua consideração - O professor Wanderley (de Comunicação) disse certa vez algo mais ou menos assim, e está escrito em algum lugar sobre uma verdade que até o mundo mineral sabe: Eis a configuração institucional do país nesses tempos modernos: “O monopólio das comunicações é atualmente o único poder irresponsável no País, exercido com brutalidade e a ele se curvam os demais, inclusive o poder judiciário”.

É terrível, porém suave para a Nação pouco afeita à Justiça, liberdade e independência. Não é à toa que, escreve Wanderley, “juízes, ministros, políticos, procuradores, cantores, atrizes, narradores de futebol, são todos terceirizados pela mídia nativa, especificamente as Organizações Globo”. Vejamos a quadra atual, em que Dilma Vana ficou isolada no governo, depois de fatiá-lo em lotes entre peemedebistas fisiológicos, aventureiros de todos os matizes.

E aí, Bingo! Os barões da mídia, simultaneamente aos barões da indústria, de repente mudaram de atitude. Se, antes a TV Globo estimulava e

organizava o golpe, agora, em editorial, O Globo pede governabilidade. A temida Fiesp e outras entidades patronais desautorizam conspirações, pois sabem, em função do que lhes dizem seus oráculos, golpe de estado não é para amadores. Os oráculos das classes dominantes perceberam que as forças contra o golpe de estado são mais sensatas e poderosas, que as forças que estimulam tal aventura.

Não há golpe de estado sem forças armadas, e o golpe contra Dilma estancou com a prisão do vice-almirante Othon Pinheiro da Silva, o militar e cientista brasileiro mais vigiado pelos EUA - e sua prisão os agrada - portanto ato muito suspeito dos que manobram a Operação Lava-jato. Na verdade o vice-almirante, é o pai do programa nuclear brasileiro, sabotado desde o início pelos EUA. É considerado um herói nacional discreto, responsável por conduzir papel importantíssimo no desenvolvimento, progresso e sucesso dos planos nucleares da Marinha que junto com a Odebrecht constrói o primeiro submarino atômico da armada.

Othon e a Odebrecht estão a um passo de dar às forças armadas o armamento que o país precisa para guerras futuras que não desejamos. A prisão do cientista e vice-almirante expõe e fragiliza as forças armadas, desmascara um dos objetivos dos políticos e setores brasileiros associados a interesses externos: MINAR A POLÍTICA DE DEFESA E DE EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO. Othon é uma pedra no caminho dos golpistas entreguista. Ou vocês acham que a nossa armada com um submarino atômico vai utilizar armamento convencional?

O mundo mineral também sabe que o poder econômico é corrupto. Quando este vaticínio emana das forças de esquerda, não tem importância, pois é previsível num discurso de esquerda, mas quando os arautos do golpe, geralmente impolutos da hora, percebem que o poder econômico corrompe ( inclusive militares de alta patente ) o significado perde força e a campanha moralizadora estanca. Outro ponto: quem alimenta ideologicamente o golpe? O lupem-evangélico, que está fragmentado, tanto quanto a Igreja Católica, porque ambiente também de corrupção. Exemplo: Dom Aldo Paggoto, chefe religioso católico na Paraíba e golpista de primeira hora, teria legitimidade moral para pregar contra a corrupção ou até mesmo apontar pecados veniais?

Os partidos que fazem oposição a Dilma e que se aventuram no golpe não conseguem ser palmatória ética. Um golpe como o que ainda estimulam deputados e senadores; seria como um abraço de afogados e é preciso que fique claro, que um contragolpe pode ser mais forte e poderoso.  E o que fazer após o golpe? Entregar ao corrupto PMDB? Referendar o Congresso fatiado em quadrilhas?

Sim! E as redes sociais? Percebe-se pelo país afora expressões de júbilo do populacho com o tratamento dado pela Polícia Federal, procuradores e juízes aos ricaços presos na Operação Lava-jato. O telespectador do Jornal Nacional bate nos peitos e brada: “até que enfim, esposas de empreiteiros milionários passam por revista íntima, do mesmo jeito que as esposas de homens pobres encarcerados”.  Pode parecer bacana, mas o que se espera de um país democrático é que o pobre passe a usufruir dos direitos já garantidos ao rico, e não o rico se submeta à situação de injustiça historicamente imposta ao pobre.

Assim Caminha a Humanidade!

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br